Capítulo 9

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Manuella on

Dois dias depois...

Bato na porta do escritório da Dona Eduarda, com as mãos trêmulas.

- Entre.

Abro a porta e entro no escritório da mesma, que sorri ao me ver.

No entanto, seu sorriso some quando a mesma vê minha bolsa em minhas mãos.

- Eu...

- Algum problema, menina?

- Su vim pedir demissão.

- Mas... Aconteceu algo? - pergunta com um sorriso no rosto, como se já soubesse o motivo da minha decisão.

- A minha mãe... Não estou me sentindo bem ao deixar ela sozinha em casa.

- Mas como irão se manter? - pergunta e abre a gaveta - Imagino que você não tenha outro emprego.

- Eu darei um jeito, não se preocupe - falo, mesmo sabendo que ela não esta preocupada e sim, curiosa.

Eu me aproximo de sua mesa, um pouco nervosa.

- Aqui está seu pagamento - diz e me estende um envelope.

- Eu... A quantia está passando. Eu não trabalhei o mês todo e...

- Considere como um presente - diz me interrompendo - Espero que tudo corra bem e que você nunca mais apareça em minha casa. Tenho notado sua aproximação com meu filho e não estava gostando nada disso.

Abaixo minha cabeça e saio do seu escritório em passos rápidos. 

Maldita!

Bato meu corpo em algo... ou melhor, em alguém.

Levanto minha cabeça e vejo o senhor Bruno.

- Onde pensa que vai, Manuella?

- Eu irei pra minha casa. Me dê licença, por favor senhor Bruno - falo quando tento passar por ele e o mesmo entra na minha frente.

- Você não vai embora Manu...

- Eu irei sim. Isso não está em discussão e o senhor sabe bem disso - falo baixo, mas sei que ele ouviu.

- Você não pode ir embora... Você não pode fazer isso comigo, com a gente...

- Não existe a gente. Nunca existiu.

- Você está enganada.

- Não. Eu não estou, senhor Bruno.

- Bruno, deixe ela passar - ouço dona Eduarda dizer atrás de mim e sinto algo ruim dentro de mim.

Ele sai da minha frente, um pouco exitante e posso ver a dor presente em seus olhos, que estão brilhando.

- É SUA CULPA, MÃE. POR SUA CULPA
ELA QUER IR EMBORA - ouço ele gritar, enquanto eu saio da casa da dona Eduarda, segurando minha bolsa fortemente em meu ombro.

Ela grita algo, mas já estou longe o suficiente e não consigo ouvir.

Eu pensei que as coisas iriam melhorar, que tudo de ruim ficaria pra trás, mas nada disso é verdade.

Sinto uma dor inexplicável crescer dentro de mim e tudo que eu mais desejo é que isso não passe de uma fase ruim.

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