Manuella on
Dois dias depois...
Bato na porta do escritório da Dona Eduarda, com as mãos trêmulas.
- Entre.
Abro a porta e entro no escritório da mesma, que sorri ao me ver.
No entanto, seu sorriso some quando a mesma vê minha bolsa em minhas mãos.
- Eu...
- Algum problema, menina?
- Su vim pedir demissão.
- Mas... Aconteceu algo? - pergunta com um sorriso no rosto, como se já soubesse o motivo da minha decisão.
- A minha mãe... Não estou me sentindo bem ao deixar ela sozinha em casa.
- Mas como irão se manter? - pergunta e abre a gaveta - Imagino que você não tenha outro emprego.
- Eu darei um jeito, não se preocupe - falo, mesmo sabendo que ela não esta preocupada e sim, curiosa.
Eu me aproximo de sua mesa, um pouco nervosa.
- Aqui está seu pagamento - diz e me estende um envelope.
- Eu... A quantia está passando. Eu não trabalhei o mês todo e...
- Considere como um presente - diz me interrompendo - Espero que tudo corra bem e que você nunca mais apareça em minha casa. Tenho notado sua aproximação com meu filho e não estava gostando nada disso.
Abaixo minha cabeça e saio do seu escritório em passos rápidos.
Maldita!
Bato meu corpo em algo... ou melhor, em alguém.
Levanto minha cabeça e vejo o senhor Bruno.
- Onde pensa que vai, Manuella?
- Eu irei pra minha casa. Me dê licença, por favor senhor Bruno - falo quando tento passar por ele e o mesmo entra na minha frente.
- Você não vai embora Manu...
- Eu irei sim. Isso não está em discussão e o senhor sabe bem disso - falo baixo, mas sei que ele ouviu.
- Você não pode ir embora... Você não pode fazer isso comigo, com a gente...
- Não existe a gente. Nunca existiu.
- Você está enganada.
- Não. Eu não estou, senhor Bruno.
- Bruno, deixe ela passar - ouço dona Eduarda dizer atrás de mim e sinto algo ruim dentro de mim.
Ele sai da minha frente, um pouco exitante e posso ver a dor presente em seus olhos, que estão brilhando.
- É SUA CULPA, MÃE. POR SUA CULPA
ELA QUER IR EMBORA - ouço ele gritar, enquanto eu saio da casa da dona Eduarda, segurando minha bolsa fortemente em meu ombro.Ela grita algo, mas já estou longe o suficiente e não consigo ouvir.
Eu pensei que as coisas iriam melhorar, que tudo de ruim ficaria pra trás, mas nada disso é verdade.
Sinto uma dor inexplicável crescer dentro de mim e tudo que eu mais desejo é que isso não passe de uma fase ruim.
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Além De Um Olhar
RomanceManuella e Bruno, são pessoas totalmente diferentes. Ela, uma menina pobre, que parou de estudar para trabalhar e cuidar da mãe. Ele, um menino rico, que tem tudo o quer na hora que quer. São dois mundos totalmente diferentes. Duas pessoas com pensa...