Fico ali ainda, ouvindo suas gargalhadas e aquilo só me faz ter mais certeza de que eu estou entrando em um lugar que não é meu.

Com os olhos lacrimejando eu desço as escadas rápido, pego minha bolsa e vou em direção a porta a abrindo e dando de cara com a tia dele.

— Está tudo bem? — Pergunta.

Balanço a cabeça e forço um sorriso.

— Esta sim, eu só lembrei que preciso resolver umas coisas. — Ela acena aínda desconfiada — Bom... É, tem um bolo no forno, está quase bom.

Desconverso.

— Pode deixar querida. Vai lá resolver seus problemas, e obrigada por cuidar da Alice. Você não faz ideia de como uma mãe faz falta para ela. — Fala e suspira triste.

— Não foi nada, ela é uma boa menina. — Digo não focando na sua última frase.

Saio de lá rápido antes que ele se dê conta e entro no primeiro táxi que passa. Assim que chego em casa sinto as lágrimas desceram e não entendo porque caralhos eu estou assim, não entendo porque merda meu coração está doendo. Que porra!

Me livro do vestido assim que chego no quarto e entro debaixo da água fria.

Fiquei no banho por volta de dez minutos e quando sair senti a minha cabeça pesar devido ao choro, pareço até uma mulher frouxa que fica chorando por qualquer coisinha. Me odeio por pensar que Vinícius está conseguindo puxar de um lugar bastante escondido no meu interior essa Mariana.

Me odeio porque eu não sou boba e sei que todas essas merdas são "sintomas" de paixão, e eu não quero me apaixonar porque significa sofrer e eu não quero sofrer... Não mais.

Deitei na cama de toalha mesmo e ao dormir sonhei com ele... "Batendo" em mim porque sai da sua casa sem avisar, por um breve momento me senti em uma cena de cinquenta tons de cinza. Olha eu: A iludida.
Acordei totalmente molhada e com a respiração ofegante, me sentindo zonza e excitada.

Procurei meu celular e não o encontrei em lugar nenhum do quarto, acho que dormir a tarde inteira, e faz tempo que eu não durmo assim.

Salto da cama ainda com a toalha enrolada no corpo e vou abrir a porta, assim que fiz dei de cara com a minha prima com o seu celular na mão olhando para mim confusa e com... Medo?

— Eu não sei o que diabos você aprontou ou com quem, eu só quero saber porque tem um homem, — Ela para e corrigi — Homem não. Um brutamontes me ligando do seu celular?

— O quê? — Eu mal terminei de filtrar o que ela disse e o seu celular começou a tocar novamente.

Ela atendeu e pôs no viva voz.

— Cadê ela? — Ouvir a voz de Vinícius fez meu corpo inteiro estremecer, e subitamente o sonho me veio a mente.

— Cara desencana tá. Se você foi mais um dos ficantes dela acabou. Ela não costuma repetir foda. — Minha prima falou já com raiva. — E devolve o celular dela...

Ele calou-se de súbito. Na verdade todos nós calamos, eu repreendi Deise com o olhar e ela seu de ombros, obviamente que não estava entendendo nada.

— Mariana eu sei que você está ai, posso ouvir a porra da sua respiração!— Exclamou enraivecido — Estou indo até você e ai de você se fugir de mim. — Ameaçou e nesse momento até a minha prima tremeu.

Nesse instante eu peguei o celular da sua mão e fui para a sala, ela entendeu e não veio atrás de mim.

— Vinícius...

— Vinícius um cacete! — Rebateu furioso — Você saiu sem ao menos se despedir, você disse que ficaria aqui... E dormiria comigo.

Eu me senti mal nesse instante, mas o que eu podia fazer? Não sou de ferro para escutar que sempre só vai ser ele e a filha e que não haverá espaço para mais ninguém e ficar lá como se aquilo não tivesse me atingido.

Eu sei que é a sua filha. Mas me atingiu porra! E eu não posso fazer absolutamente nada.

— As coisas estão um pouco mais diferentes agora...

— O que está diferente? — Questiona em tom baixo e ameaçador.

Suspiro um pouco exitante... Meu Deus.

— Eu acho melhor nos acabarmos com isso que estamos chamando de sexo sem compromisso. — Digo de uma vez. — Isso só vai acabar nos prejudicando.

Ele fica mudo por uns minutos, e eu sei que posso está sendo infantil, mas eu falei por mim, e por conta desses sentimentos que tenho passado a ter quando estou com ele. E como diz a minha mãe é melhor cortar o mal pela raiz antes que engrosse demais.

Isso... — Ele repete o que falei em seguida ouço um barulho e o celular desliga.

Entao é isso, acabou mesmo. Daqui pra frente a relação será estritamente profissional entre Diretor e Professor.

Devolvo o celular da minha prima e ela não pergunta nada, de uma certa maneira respeitando meu silêncio por hora.

Não sou hipócrita para dizer que não está doendo, está sim. O que é ruim porque eu não sabia que podia me apegar a uma pessoa em um curto espaço de tempo.

E para melhorar ainda fiquei sem meu celular.

Eu estava sentada no sofá assistindo uma série qualquer quando bateram a porta. E confesso que quando levantei não imaginei que ele estaria do outro lado da mesma com uma carranca assustadora pronto para matar qualquer um.

— O que você está fazendo aqui? — Me surpreendi quando ele me ignorou e entrou passando por mim.

— Então você não repete foda e achou melhor acabarmos? — Grunhe entre dentes olhando para mim de um jeito assustador.

...


Sei que muitas não concordaram com a Mari.

Porém tem aquelas que sim. Será?

Dêem a opinião de vcs. Bjs❤

 MARIANA ©  - OGG 1 [COMPLETO]Where stories live. Discover now