Capítulo 14 - Número desconhecido

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          Mamãe nos olhou confusa, provavelmente não lembrando do que se tratava a conversa da mais nova.

— Que menino? — Perguntou olhando para mim.

— Ah, só aquele menino de domingo que derrubou meu sorvete. — Respondi indiferente.

          Então, a cara de confusão transformou-se em um sorriso largo. Ela balançou o cabelo de Evelyn que sorria feliz ao seu lado e em seguida ficou encarando meus olhos como se quisesse dizer algo.

— E ele pediu o número do telefone dela. — Fofocou.

          Belisquei seu braço, recebendo um olhar fuzilador de mamãe.

— Aí. — Reclamou ela, passando a mão sobre o local.

— Para de ser fofoqueira. — Mandei.

— Ei, eu sou sua mãe, mereço saber que você está com alguém. — Falou rindo, provocando-me.

          Revirei os olhos irritada.

— Você e sua filha são duas chatas. — Reclamei. — Não estou saindo com ninguém. Ele apenas bateu com seu skate em mim e nos comprou um algodão doce em pedido de desculpa.

          Mamãe deu de ombros e ergueu os braços para cima como se estivesse se rendendo.

          Enquanto Evelyn subiu para o seu quarto para tomar um banho, sentei-me no sofá com minha mãe. Ela passou os braços em volta do meu pescoço e deitou minha cabeça em seu ombro.

— Não fique brava comigo. — Pediu. — Mas nunca vi sua irmã tão empolgada por causa de você, foi contagiante.

— Tudo bem. — Dei de ombros. — Estou acostumada com vocês duas. Você nem imagina que Evelyn falou que caso eu não fique com esse menino é para eu pedir que ele espere por ela crescer.

          Mamãe tapou a boca tentando evitar o som alto da sua risada e eu acabei gargalhando com ela.

— Mas me diz, você sentiu algo? Um friozinho na barriga? — Perguntou curiosa e empolgada.

— Não. — Balancei a cabeça negativamente. — Ele desculpou-se como da primeira vez e me pagou um doce.

— Mas você adora doce. — Insistiu. — Mas sem exageros, claro.

          Concordei balançando a cabeça positivamente. Mamãe resolveu que faríamos uma tarde de cinema quando papai levantou-se do seu sono da tarde. Estávamos os quatro deitados no sofá da sala, assistindo um romance como de costume.

          Mamãe havia preparado pipoca doce e salgada, com alguns copos de refrigerante que estavam a nossa frente, é claro a típica jarra de suco natural.

           

Confesso que estava um pouco ansiosa para receber alguma mensagem de Júlio. Mas já estava quase chegando às dez horas da noite e ele não havia mandado nada. Imaginei que ele tivesse pegado meu numero por respeito, para talvez mostrar interesse, algo que não havia.

          Deitei-me após um longo banho para ficar-me pronta para a escola no dia seguinte.

          Estava quase fechando os olhos quando algo despertou de baixo do meu travesseiro.

"Boa noite... Espero não estar atrasado para enviar uma mensagem. Mas os meninos me atormentaram tanto que nem tive tempo para usar o celular. Desculpe-me mais uma vez pelo ocorrido mais cedo."

Número desconhecido

"É, digamos que eu já estivesse dormindo, mas tudo bem. Seus amigos apenas estavam fazendo a função de qualquer amigo, nos fazer passar vergonha."

Brenda

          Antes que eu esquecesse, adicionei aquele número de celular no meu, o qual era muito parecido com o meu número.

"A propósito, adorei o nome que deixou no meu celular. Algodão doce combina muito bem com você."

Júlio

          Ri com sua mensagem. A verdade era que estava esperando pelo seu comentário relacionado ao estranho nome de contato que havia deixado em seu celular ALGODÃO DOCE, assim como meu cabelo rosa, combinava muito bem comigo.

           

Ficamos conversando até umas duas horas da manhã. Não sabia da onde conseguíamos tanto assunto para conversarmos até tarde. Ele me contou sobre a escola onde estudava, não ficava no mesmo bairro que o meu, mas era bem próximo. Também comentou sobre estar aprendendo andar de skate e ser péssimo nesse quesito. E claro, eu precisei contar sobre como era péssima em esportes.

Quando O Seu Coração Chamar | TEMPORADA 01Where stories live. Discover now