Crazy || Niall Horan

Who Is That Damn Guy?

E já tinham passado 2 semanas desde o início das aulas e adivinhem: NADA DE INTERESSANTE ACONTECEU NA MINHA VIDA.

O que mais me desiludiu nestas ultimas duas semanas: o tempo mudou, começou a ficar muito mais frio, o verão acabou.

A única coisa pela qual me interessei nestas semanas foi a casa do lado. Não a casa do Sr. e da Sra. Rivers, claro, mas sim a antiga casa dos Flinkon. Desde o dia em que vi o camião de mudança parar lá na porta cada vez mais e mais camiões chegam e nem sinal de uma única pessoa que possa vir a viver naquela casa.

Hoje era Sábado, por isso decidi ir dar uma volta pela cidade. Não é que haja muito para visitar nesta cidade mas sempre apanho um pouco de ar.

Sai de casa e mal comecei a andar na rua deparei-me com mais um camião de mudanças mas desta vez estava dois carros, um deles um Fiat preto, parados ao pé do camião. Parei á porta da antiga casa dos Flinkon e pensei em entrar mas hesitei.

Continuei a andar pela minha rua e simplesmente andei de um lado para o outro da cidade. Ás 14h comecei a ficar com um bocado de fome então decidi voltar para casa. No caminho passei por uma rua que não conhecia o que era raro, naquela cidade. Estava abadunada e tudo muito mal tratado. No meio de imensos predios velhos, vidros partidos e carros abandonados reparei num loja, também abandonada. Era uma antiga loja de gelados chamada "Happiness :)" , nao sei, chamou-me a atenção durante algum tempo e fiquei a olhar para a pequena loja.

Cheguei a casa por volta das 14:30. Entrei e para além da ausência da minha irmã (que tinha ganho uma bolsa de estudos em Londres) e do meu pai (que estava em mais umas das tantas viagens de trabalho dele), senti a ausência da minha mãe em casa. Liguei.

-Estou, mãe, onde é que andas???- perguntei-lhe um pouco preocupada.

-Filha! Estou na casa dos novos vizinhos, na antiga casa dos Flinkon!

Desliguei. Mas por que raio a minha mãe estava naquela casa??? Sai de casa e dirigi-me até á casa e o portão estava aberto. Fui até á porta principal e toquei á campainha. 2 segundos depois a porta abriu-se e, MEU DEUS, um rapaz de camisa com os três primeiros botões abertos e calças de ganga abriu-me a porta. Mas aquilo era o quê, meu deus, um anjo?!

Era um rapaz alto, bastante alto comparado á altura que eu tenho. Tinha um cabelo encaracolado desengonçado, uns olhos vivos e cheios de alegria verdes e um sorriso fofo com umas covinhas.

-Deves ser a Lia, certo?- disse rindo-se.

Aquela voz dele. Rouca que me arrepiava só de entrar pelos ouvidos. Suave, que mais parecia estar a sussurar-me ao ouvido. Encantadora, que aposto que era um bom cantor.

-S-sim..-gaguejei.

Olhei para a camisa entreaberta dele e consigui ver algumas das tantuagens que ele tinha.

Aquilo eram passáros??? Sim, ele tinha dois passáros tatuados no peito e, um pouco mais abaixo uma borboleta. O quanto eu naquele momento queria saber o significado de todas aquelas tatuagens...

-Gostas?- disse ele e olhou também para as suas tatuagens abrindo um pouco mais a camisa.

Corei um pouco por ele se ter apercebido que estava a olhar para as tatuagens dele.

-Têm algum significado? -perguntei-lhe empolgada por saber a resposta mas sem o mostrar.

-Sim! - respondeu tão sorridente como se eu fosse a primeira pessoa a querer saber e a perguntar lhe o que queriam dizer.

Gargalhei e olhei-o nos olhos e fiquei a olhar um para o outro durante um bom tempo.

Era estranho o que estava a sentir naquele momento. Estava a sorrir e nem sabia bem porquê. Sentia algo estranho na barriga que me deixava um pouco nervosa mas adorar aquele mais do que qualquer coisa pela qual tinha passado. A última vez que senti afeto por algum rapaz foi provavelmente quando tinha 5 anos e namoravamos todos com todos. Era hilariante perceber que estavam a passar-me mil e uma imagens de futuros imaginários com este rapaz com quem tinha acabado de trocar uns simples olhares e nem sabia o seu nome.

-Sabes... -disse e olhei para o chão.- eu vim aqui porque a minha disse-me que estava cá...

-Sim! És a Lia, a filha da Sra. Janne. -sorriu- A tua mãe está lá dentro com a minha mãe, entra.

Sorri e entrei. Ele emcaminhou-me para a sala onde a minha mãe estava com a uma senhora sentadas num sofá.

-Lia! - quase gritou a minha mãe quando nos viu a entrar.- Esta é a Sra. Anne.

Comprimentei a Sra. que calculei que fosse a mãe do rapaz que eu ainda nem sabia o nome.

-Bem, adorei esta manhã consigo e adorei conhecê-la mas nós temos de ir andando.- disse a minha mãe á Sra. Anne.

Cruzei um último olhar com o tal rapaz que ainda nao sabia o nome e sorrimos ambos e ele piscou-me o olho.

Fui andando para minha casa. Entrei no meu quarto e adormeci a ouvir The Xx- Heart Skipped A Beat.