Chapter Three: Hundred Letters, part three.

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Christopher já estava esperto em questão a como aconteceria um disparo de arma, então rapidamente colocou a mão em seu cano e o sentiu ferver na palma, ignorando completamente o barulho do tiro que havia acertado o lustre ao teto.

Digo e repito... Eu vou embora e NINGUÉM vai me impedir — Murmurou em tom grosseiro passando por seu pai o empurrando pelo ombro. Continuando seu caminho na direção das escadas e a subiu o mais rápido que conseguia até adentrar seu quarto.

Christopher então seguiu assim, usando a rapidez em seus passos e seus atos, recolhendo uma mala qualquer de seu guarda-roupa, jogando as roupas mais fáceis dentro da mala, assim como alguns pares de sapato, por alguns instantes ele parou por ouvir a grande agitação vinda do andar de baixo e então retomou sua pressa, abrindo uma das gavetas de seu guarda-roupa, tirando seu fundo falso e de lá tirando umas notas em todos os câmbios possíveis, jogou as notas emboladas entre suas vestimentas e então virou seu rosto para trás ao notar os barulhos a escada, o mais velho então pegou a mala em suas mãos e se colocou a seguir em um caminho rápido a sua janela, não era um andar tão alto, mas qualquer erro de queda custaria sua vida, então optou por jogar primeiro suas malas e após seu corpo. Assim que obteve sucesso em sua escapatória ele segurou a mala em suas mãos e correu, correu sem rumo, apenas precisava ficar distante daquele lugar o mais rápido que conseguia.

O rapaz sequer pensou duas vezes em colocar em prática sua idéia de ir resgatar a menor de sua família, mas o mesmo estava com medo do que poderia acontecer, então ele elevou sua mão chamando um dos táxis que passava pela imensa avenida em que se encontrava. Ao carro ele conversou com o motorista que guiava o caminho e então se dispôs a escrever a primeira carta a sua "Julieta".
Christopher não era do tipo que se apegava em alguém ou confiava fácil, mas naquele instante, aquele motorista era tudo o que ele tinha, mas não se engane ao pensar que ele havia dito tudo de sua vida, afinal naquele momento o que mais tomava conta de sua cabeça era a mulher que estava prestes a deixar para trás. O tempo havia passado, nem depressa ou devagar, apenas na medida certa para que pensasse se aquilo era o certo para se fazer.

Ele então pegou a quantia de dinheiro pedida pelo motorista e assim o entregou, agradeceu o velho senhor pela viagem e então se virou a entrada do aeroporto praticamente vazia, mas acabando por se virar novamente ao táxi ainda estacionado, em resposta ao seu ato o motorista do veiculo o olhou e perguntou se ele estava bem, o mesmo assentiu com sua cabeça e desceu o olhar para a carta que estava em suas mãos, voltando logo ao senhor grisalho dentro do carro.

Será que o senhor pode entregar essa carta ao endereçado? É muito importante para mim. — Suspirou o olhando e em resposta recebeu um simples "sim" e um sorriso literalmente amarelo. Christopher sorriu de volta e entregou a carta ao senhor e junto mais uma pequena quantia de dinheiro, onde foi agradecido imensamente pelo senhor.

O rapaz então se pôs a seguir seus passos sem pressa ate o balcão de vendas e pediu sua passagem para Barcelona — aonde foi-se noticiado que o clube local faria testes para novos jogadores. — Com um fraco sorriso agradeceu a atendente que havia feito sua compra e assim recolheu sua passagem caminhando na direção da aérea de alimentação dali, tomou em suas mãos o encosto da cadeira e o puxou para trás se sentando a mesma, pegando o cardápio da mesa escolhendo o que comeria o rapaz apenas optou por um chocolate quente médio e um donnut de brigadeiro, ao ter escolhido sua refeição ele então se levantou deixando a mala próximo de sua cadeira e então guiou seus passos à direção do caixa, aonde passou a ser atendido de forma rápida pela falta de clientes que havia ao local fazendo por sim seu pedido e tornando a se sentar a sua escolhida mesa esperando que os mesmos fossem entregues assim que prontos.

Sua cabeça borbulhava pelos intensos pensamentos que tinha e aquilo acabou fazendo com que mais uma carta fosse escrita, mas esta era diferente, apenas dizia em códigos aonde ela poderia encontrá-lo e como poderia respondê-lo.

"Sinto sua falta, pela segunda vez em menos de vinte e quatro horas.
Machuca-me saber que não posso te trazer comigo, sei que poderia estar te mandando mensagens, mas penso o quão arriscado pode ser para você.
Você sabe do meu maior sonho, onde estou a ir agora, em breve te espero.
.anolecrab è o osson ragul. á aiarp otnuj a airamlac."

Carta Dois, Romeu.

Em sua cabeça ele não sabia quando aquilo seria mandado, mas precisava que fosse o mais rápido possível. Uma voz o puxava para fora de sua cabeça, uma voz que não fazia idéia de quem era sua dona, mas o chamava com clareza fazendo seu olhar subir ate a mulher que tocava com gentileza ao seu ombro, informando que seu pedido estava pronto e posto a mesa. Com um chacoalhão por sua cabeça ele acordou de seus devaneios e a agradeceu por aquilo.

De fato o rapaz estava nervoso com tudo aquilo que estava acontecendo, quase perderá seu voo de tanto que pensava e se distraia, mas logo ao adentrar ao avião seu corpo travou de forma repentina a porta, trazendo os resmungos dos demais passageiros que estavam ao aguarde de seu embarque, o rapaz fitou sua mão com a carta e o passaporte a mão da aeromoça que logo tratou de empurra-lo para dentro com a ajuda de um comissário de bordo, ele rapidamente se sentou na poltrona e alisou com seus dedos seu queixo pensando em tudo o que estava prestes a fazer.
Suas mãos subiram a direção de seus cabelos, que rapidamente foram puxados em total brutalidade pela raiva e pelo medo que o consumia completamente, não tinha mais volta, não naquele momento afinal, o nervosismo que incomodava o rapaz era tão grande que mal percebeu a decolagem do avião. Christopher respirou da forma mais profunda que conseguia e então levou seu olhar a janela que estava ao seu lado, observando aquela imensidão branca e azul que tomava conta do céu ao momento, até que logo caísse em um sono tão profundo que bloqueasse todos aqueles pensamentos.

𝕳𝒖𝒏𝒅𝒓𝒆𝒅 𝕷𝒆𝒕𝒕𝒆𝒓𝒔 - Evansson. Where stories live. Discover now