Cuidado, há perigo na neve!

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— Calminha senhorita! — O rapaz deu um breve beijo nas costas das mão da moça que corou levemente. — Ele teve um começo de dia difícil, precisamos ir as montanhas de gelo, deixe que ele sofre o suficiente por lá. — Novamente o elfo soava brincalhão.

Estranhamente os cabelos negros e olhos vermelhos daquele elfo atraíram a garota, não eram aspectos comuns daquela raça. Ambas se afastaram um pouco e conversaram baixinho sobre algo, Damon já estava quase inconsciente.

— Tudo bem. — Disse Alice balançando sua varinha e quebrando o feitiço.

— Vamos conceder a passagem a vocês. — Aline sorriu para a sua irmã de forma arteira.

Os cinco jovens entraram na sala. O guardião curvou sua cabeça as moças, parece que elas eram importantes.

— Gostaria-mos de garantir a passagem desses três cavalheiros. — Disseram as duas em uníssono.

— C-claro, salvadoras do nosso mundo. — O guardião respondeu abrindo caminho.

Ambas tocaram em um orb mágico para definir as coordenadas.

— Obrigado! — Disse Lielf as agradecendo.

— Cuidado para não perderem-se no caminho... — Aline retrucou e ambas gargalharam baixinho.

Os garotos entraram no portal enquanto acenavam para as duas moças ao lado de fora e foi quando Lielf notou algo estranho... Aquele monstro disse "salvadoras do nosso mundo"? A não! Duas dos cinco escolhidos! Ele deixou-se passar batido, mas que droga! Enfim, pelo menos sabia onde encontra-las, agora só restava encontrar os outros quatro.

Perto dali [...]

Uma xícara caia no chão derrubando todo o chá no carpete, Mewdy gritava com dor de cabeça e fechava os olhos, ele via uma criança de cabelos alaranjados conversando com as suas aprendizes, mas o que isso significava? Claro, ele conseguia ver através dos olhos de seus pupilos, mas a dor de cabeça não era normal.

— Mestre, está bem!? — Perguntou Matthew ajudando o velho a levantar-se.

— Estou sim, traga meu cajado. — Disse o velho e assim foi feito, Matthew buscou seu cajado e entregou-lhe em mãos.

Balançando um pouco o cajado ele criou uma orb a sua frente que mostrava no momento o que Matthew estava vendo, ou seja, o momento atual em que se encontravam. Ele tocou com o cajado no topo da esfera e mudou para a visão de Cezar, ele estava em seu laboratório testando novas combinações de poções e substâncias mágicas, o de sempre. Tocou no topo da esfera mais uma vez.

— Você faz isso tão bem, Davmorn! —Disse uma bela moça aleatória, Davmorn estava... bem... Mewdy tocou mais uma vez no topo da esfera e finalmente chegou a visão das gêmeas.

Elas acenavam para algo entrando no teleportador, estavam lá dois rapazes e uma terceira figura, mas através da esfera ele só conseguia ver uma silhueta rodeada de uma luz ofuscante.

— O que isso significa? — Perguntou Matthew confuso.

Mewdy deu de ombros, não depois ele tratava disso, agora tinha assuntos maiores a tratar. Voltou a assistir a visão de Davmorn. Matthew saiu da sala constrangido e com certa repulsa.

[...]

Lielf e Hypnos estavam nas montanhas, mas nem sinal de Damon. Poderiam até estar preocupados, mas o elfo afundava na neve quase morrendo de frio enquanto o jovem mago tentava ver através da fina camada de neblina, ele não parecia se incomodar tanto com o frio, ao menos não tanto quanto seu parceiro.

— O que é aquilo? — O mago pôs uma de suas mãos sobre os olhos. — Acho que é uma caverna, vamos nos abrigar!

Ele correu segurando a mão de Hypnos que quase não se mantinha de pé e finalmente chegaram a caverna, estava escura, mas era bem mais aconchegante e a superfície de pedra facilitava bastante a vida de Hypnos.

Uma mão grande e peluda envolveu a cabeça do elfo.

— Por que comigo? — Foram suas únicas palavras antes de ser arremessado contra uma pedra.

A criatura rugiu, era grande e peluda, tinha dois chifres no topo de sua cabeça e tinha postura bípede.

— Eu te ajudo! — Lielf abriu seu livro de feitiços mas a criatura o encarou e amedrontado o mago deu um passo para trás.

O grande monstro levantou seus braços pronto para golpear o pequenino, mas foi interrompido por Hypnos, que saltou cravando duas adagas em suas costas. Ele rugiu de dor, bateu suas costas contra a parede e acabou esmagando Hypnos que quase ficava inconsciente com o golpe, havia quebrado alguns ossos e estava a cuspir sangue.

O monstro juntou suas mãos e estava prestes a dar o golpe final em Hypnos, mas uma barreira mágica o envolveu protegendo-o do golpe do adversário.

— Ei! — Gritou Lielf.

Pondo seu livro do chão e pondo sua mão sobre as folhas que passavam incansavelmente, seus olhos brilharam num tom branco amarelado e o mago atacou o monstro com um disparo de energia.

— Não irá mais machucar meus amigos! — Prosseguiu o seu ataque.

O Yeti avançou contra o mago que emitiu uma forte luz contra o rosto da criatura a cegando brevemente. O seu livro de magia começou a levitar e Lielf atacou a criatura com mais um disparo de energia e outro, e mais outro.

As páginas do livro balançavam furiosamente, algumas folhas chegavam a sair voando pela pressão exercida. O jovem colocou as duas mãos sobre o livro e duas esferas de energia vieram até as suas palmas, ele juntou as mãos e as uniu numa só esfera poderosa.

— Virtus Spell! — Gritou ao atacar a criatura direto no estômago a desacordando.

O pequeno mago caiu no chão exausto, mas se ergueu com dificuldades tentando ajudar seu amigo.

— Acorde — Disse o pequenino tossindo entre cada sílaba.

Um som de águia podia ser ouvido do lado de fora e uma moça de idade com cabelos curtos e roupas brancas entrou na caverna.

— Minha nossa, assim que eu soube que haviam pego o cartaz da missão vim direto para cá! — Ela disse enquanto corria até os garotos acompanhada de duas corujas brancas enormes. — Levem-os até Skyress.

As criaturas penosas carregaram ambos os rapazes até a águia gigante que estava do lado de fora da caverna, eles ficavam entre as penas, eram macias porém resistentes e quentinhas.

Antes disso...

— Onde estou!? — Disse Damon que havia sido teleportado para o cais do reino élfico. — Droga, aquelas cretinas... — Presumiu que as gêmeas haviam feito aquilo com ele propositalmente.

— Por favor!

Damon ouvia a voz de um rapaz.

— Eu não tenho esse dinheiro! — Um elfo de cabelos avermelhados falava com o dono de uma das embarcações.

— Dinheiro? Onde? — Perguntou Damon interessado se intrometendo na conversa dos rapazes.

— Pode me ajudar a alugar esse barco? Preciso dele para ir a Ilha Morta, mas não tenho moedas de ouro suficiente... —

O rapaz parecia desesperado, e gastar moedas para uma missão? Essa deveria pagar bem mesmo...

— Eu te ajudo se dividir a recompensa comigo! — Barganhou o mercenário.

— Pode ser, estou mais interessado em conhecer o local que na recompensa em si, a propósito, me chamo Berhael. — O elfo de cabelos vermelhos e olhos ambar portava uma aljava em suas costas e um arco preso em sua cintura.

Eles uniram suas moedas e conseguiram alugar a embarcação, prontos para viajar eles subiram no transporte.

Forecast Adventure: Contos de um reino antigoWhere stories live. Discover now