Capitulo II - Eu cá, tu lá

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Nem queria acreditar que a sorte finalmente tinha batido à minha porta. Como sou um pouco desconfiada logo fui ver o meu email e lá estava o comprovativo, a minha história tinha sido sim selecionada para a vencedora.

Isa não parava de sorrir. Levantei-me e dei-lhe um abraço forte.

- Estou mesmo muito feliz por ti amiga. Tu bem mereces. - falou ela emocionada.

- Só ganhei porque tu me obrigaste a tal. - respondi a sorri.

- E ainda bem que o fiz. Então? E o que diz o email? Quando partes para o Brasil? - ela estava realmente curiosa, normal, se eu estivesse no seu lugar teria a mesma reação.

- Deixa-me corrigir-te, partimos. - brinquei.

- Oh, deixa-te de cenas. Conta tudo. - pediu ela dando-me um empurrão.

- Aqui diz que posso levar um acompanhante e nada mais justo do que te levar. - admiti. Isa tinha recentemente sido despedida do liceu. São uns ediotas, uma excelente professora de ingles.

- Bem sabes que não posso aceitar. - respondeu ela cabisbaixa.

- Claro que podes, até porque é tudo pago pela editora. - afirmei sorrindo.

- Mas podias levar a tua familia... 

- Tu és a minha melhor amiga, é obvio que eles vão entender, nunca se sabe se não é desta que vamos encontrar meninos giros. - falei com malicia.

- O meu Mads costuma ir lá muito de férias. - respondeu ela com ar sonhador.

- Descobrimos onde ele costuma ir e fazemos-lhe uma espera. - sugeri.

- Tu és tola? O que não falta são seguranças. 

- A gente logo vê isso.

Após Isa ter saido regressei ao computador. Fiquei estupefacta com a carrada de mensagens que tinha... até mesmo daqueles que nunca me tinham dito nada, aliás, dizer até diziam, naqueles momentos em que me sentia em baixo...

- AMIGAAAAAAAAAAAAAA. - gritou uma voz. Fechei os olhos e respirei tranquilamente, voltei a abri-los e virei costas. Lá estava ela, Diana, a mulher do nariz impinado.

- O que foi? Ganhaste o euro milhões? - brinquei. Levantei-me. Arrependi-me pois ela deu-me uma abraço. Ela? - O que queres.

- Fiquei tão feliz por saber que ganhaste o concurso literário. Lá em baixo na sala não param de falar sobre isso. Quando eu lhes disse que eras tu ficaram espantadas. Mas eu não fiquei, sempre acreditei no teu potencial. - comentou ela com o maior sorriso na cara.

- Engraçado, quando entrei para a biblioteca recordo-me de me teres dito que uma menina da aldeia não devia sequer ousar pensar que um dia ia ver o seu livro publicado. - critiquei.

- Ora, ora... águas passadas não movem moinhos. Preparada para ir ao Brasil? 

- Incrivel, acabei de saber a novidade e já se espalhou.

- Nesta altura do ano deve saber bem ir ao mar.

- Quando voltar eu conto-te.

Por dentro sorri ao vê-la esboçar um sorriso forçado. Coitada, pensava que a escolheria.

Nas entrelinhas do AmorWhere stories live. Discover now