Capítulo 13- Respeito Pelos Outros

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Embora a palavra respeito possa ter vários significados, neste artigo ela significa uma atitude interna de aceitação e valorização. Respeito começa dentro de nós e expande para a relação que construímos com os outros. Usando esta lógica, não é possível demonstrar respeito por alguém se não temos respeito por nós mesmos.

Durante nossa educação, somos estimulados a respeitar os mais velhos, as figuras de autoridade, as leis etc. Raramente somos educados a questionar se os mais velhos, ou as figuras de autoridade ou a lei merecem mesmo nosso respeito. Simplesmente aceitamos – ou nos rebelamos. Aqui neste texto, o convite é outro: pensar não no respeito imposto socialmente ou culturalmente, mas o respeito verdadeiramente sentido.

Podemos afirmar que o respeito que vem de dentro começa com respeito por nós mesmos. E o grau de respeito que somos capazes de sentir por nós mesmos revela também o grau de respeito que podemos sentir também pelos outros. Parece também que o respeito tem uma relação com o julgamento que fazemos sobre nós e sobre os outros. 

Tendemos a respeitar o que valorizamos, e a desrespeitar o que não valorizamos. Quando julgamos alguém, estamos também contando sobre nós – sobre o que valorizamos ou não. Perceber nossos julgamentos sobre os outros e como eles nos contam sobre nós mesmos é um começo para poder ampliar a relação de respeito que estabelecemos com o mundo.

Podemos revelar respeito ou invalidação (desrespeito) através de nossos comportamentos, em especial nossa linguagem. Tente observar como você costuma se descrever, como costuma se enxergar, que decisões toma para sua vida... 

Nisso tudo você pode perceber sinais de respeito ou invalidação por si mesmo. Observe também como descreve as pessoas próximas a você, que imagem tem de cada uma delas, que padrões de comunicação e relacionamento estabelece com elas... 

Isso pode lhe contar sobre o grau de respeito que tem com elas e também um pouco sobre o grau de respeito consigo mesmo. Parece existir uma correlação entre como nos tratamos e como tendemos a tratar as pessoas... Se nos tratamos com respeito, a probabilidade de tratar outras pessoas da mesma forma aumenta.

Claro que as dinâmicas das relações são dialéticas e cada relação estabelece um convite... Talvez a relação lhe convide ao respeito. Talvez lhe convide à invalidação. Mas você tem o poder de escolher se vai entrar numa relação ou não.

 Você pode fazer um novo convite – um convite diferente – para estar na mesma relação, mas vai depender de o outro também aceitar. Em última instância, depois de tentar mudar a dinâmica da relação, você tem também o poder de decidir manter ou não a relação nas bases em que está.

Talvez a origem de muitos problemas de relacionamento esteja na questão do respeito x invalidação. Para percorrer essa jornada de reflexão,  precisa estar disposto a investir em seu auto-conhecimento, pois este é o primeiro passo para a transformação. Como certa vez alguemi um outro dizer: "não existe atalho para a mudança pessoal". Mudar requer foco e comprometimento.

Todos somos naturalmente egocêntricos, pois o egocentrismo é a base da individualidade e conseqüentemente da personalidade. A pessoa humana é um ego conscientemente definido. E é necessário que seja assim, pois do contrário não seríamos um ser, uma consciência estruturada e capaz de agir. Mas o egoísmo é uma deformação do egocentrismo, uma doença do ego. 

Essa doença se manifesta por vários sintomas bem conhecidos: a arrogância, a avareza, o comodismo, a ganância e sobretudo a falta de respeito pelos outros. A facilidade com que interferimos na vida alheia, com que xingamos, insultamos, caluniamos, julgamos os outros — é o maior flagelo que assola o mundo. 

Essa falta de respeito pelos outros é o fruto espinhento do egoísmo que gera os conflitos no lar, na sociedade, nas nações e na vida internacional. Os espíritas, incumbidos da missão de restabelecer o Cristianismo na Terra, são os que mais necessitam de compreender esse problema. 

O primeiro dever dos espíritas, no tocante ao respeito pelo próximo, refere-se à própria doutrina que nos foi dada pelos Espíritos Superiores através do trabalho missionário de Allan Kardec.

No entanto, a todo momento vemos espíritas que pretendem, sem o mínimo de conhecimento doutrinário exigível, reformar a doutrina e superar Kardec. 

No item 4 do capítulo XX de O Evangelho Segundo o Espiritismo temos a bela mensagem de Erasto, discípulo do apóstolo Paulo, intitulada "Missão dos Espíritas" que devia ser lida e comentada constantemente nas reuniões doutrinárias. Erasto nos adverte: "Cuidado, que entre os chamados para o Espiritismo muitos se desviaram da senda! 

Atentai, pois, no vosso caminho — e buscai a verdade!" Emmanuel, em sua mensagem, nos conclama ao amor e ao respeito mútuos, segundo "as leis do bem que Jesus nos legou". 

Amor a respeito não querem dizer anulação do discernimento e da personalidade, querem dizer compreensão. 

Precisamos amar, compreender e respeitar os outros, mas sempre nos lembrando do respeito que devemos ao Espírito da Verdade e à doutrina que ele nos legou. O primeiro sinal de obsessão num espírita, num adepto da doutrina, é a sua leviandade na aceitação das fábulas que desfiguram o ensino dos Espíritos do Senhor, a falta de respeito para com o Espírito da Verdade.

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