Meu Pequeno Livro de Textos Depressivos

Calibre 42

Ando agora sem vontade pra nada
Ando entre pessoas armadas com palavras
Sem saber a verdade
Dessa vida
De ódio enfestada

Talvez a resposta esteja na arma
A chave é o calibre 42
Talvez a felicidade não exista
Não importa o quanto insista

Andando entre corpos e cascas
Vazias e impuras, quebradas
Andando entre mortos e monstros
Que se escondem em todos os cantos

Talvez a resposta não exista
A chave é o calibre 42
Talvez a felicidade estaja na arma
Não importa o quanto insista

Prefiro viver entre os demonios da minha imaginação
Que nessa realidade traz minha destruição
Prefiro dormir esperando nao acordar
Que olhar em frente e saber que vou falhar

Talvez a resposta esteja na arma
A chave é o calibre 42
Talvez a felicidade não insista
Não importa o quanto exista

Até mesmo a Morte desistiu de me buscar
Então quem sou eu pra continuar
Se nem mesmo ela quer me levar
A resposta correta, agora, é atirar

Num grande clarão
Meu corpo devagar chega ao chão
Sem mesmo alguém se importar
Pelo menos minha alma pude salvar

Talvez a resposta nunca exista
Mas aquela arma é a saída
Talvez a verdade seja mentira
Mas eu sei que ninguém acredita

Abra a gaveta e então verá
Que a única saída está lá
A arma carregada
O Calibre 42