Capítulo 2

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Bom dia♥

Tenham uma boa leitura e não esqueçam de votar^^


Jordan

Uma semana depois

Reajustar o corpo a um novo ritmo de vida. Reajustar as vontades próprias às vontades de terceiros.

Obviamente que eu não estava acostumado a regras. Jensen não havia me educado para obedecê-las. O que na verdade era irônico, considerando o fato de ele ter se revoltado quando me viu comendo sua fodida mulher. Infelizmente ele se esqueceu de mencioná-la como uma regra inquebrável.

Sorri com aquele pensamento.

A rotina da casa dos Tate não era intensa, porém cansativa. O café da manhã era servido exatamente às 7hs, pois o Saxton — marido da Celine — precisava sair cedo para o trabalho. Durante o período da tarde, cada um tinha uma obrigação especifica. Eu havia ficado com a tarefa de recolher o lixo. Obviamente que eu fazia tudo sem pestanejar, pois eu não estava em condições de gritar mais alto ali. Havia decidido optar pelo enclausuramento desde o primeiro dia. Apenas saía do quarto quando necessário.

Naqueles poucos dias de convívio e diálogo, eu pude notar o quanto Saxton parecia esforçado. Saía cedo e voltava ao alvorecer. Celine também vivia em uma rotina incessante, contudo sua obsessão por limpeza e organização ficou evidente deixando-me com uma pulga atrás da orelha. O quarto em que eu ficava estava rodeado de poeira. Por quê?

O meu silêncio não pareceu incomodá-los durante aqueles dias. Era como se eles não soubessem como falar ou agir comigo. Medo, talvez? Hora ou outra, eu pegava o Mathews — menino de seis anos — me encarando com os olhos arregalados. Mas, não o culpava, pois eu realmente deveria parecer assustador.

Eu não me lembrava de nada que tivesse me tirado da zona de conforto. Cresci sem uma base familiar sólida. Jamais soube o que era amar e ser amado de volta. Agora, convivendo com aquela nova família observei diversos aspectos. Eu invejava o amor entre aquele casal. Invejava o amor que aqueles filhos recebiam dos pais. Por que eu nunca tive o privilégio de ter algo assim também?

Kimberly Tate era uma incógnita para mim. Uma garota doce, mas com um ar de maldade nos olhos. Nossas conversas eram breves, mas eu a observava de longe.

— Você vai olhar para mim durante o filme todo? Isso é um pouco assustador — Kimberly falou me puxando dos meus pensamentos. Eu havia finalizado o meu jantar, levantei da mesa e recolhi meu prato como um bom menino. Entretanto, fui intimado por Kimberly para assistirmos a um filme. Saxton e Celine sequer titubearam.

— Gosto de olhar para você, Kimberly Tate.

Ela soltou um sorriso leve enquanto balançava a cabeça, depois retornou o olhar para mim.

— Você pode me chamar de Kim.

— Gosto do seu nome.

Ela voltou a sorrir, e achei sua expressão extremamente fofa.

— Do que mais você gosta, então?

Remexi-me no meu lugar, tentando me reajustar rapidamente. Foda-se ela era gostosa. Seus olhos não estavam mais em mim, mas os meus estavam sobre ela enquanto a mesma verificava algo no aparelho de DVD. Desde o primeiro dia em que nos conhecemos, eu vinha me esforçando para evitá-la, apesar de que toda a escuridão que havia em mim ansiava por abraçá-la por completo. Eu não sabia o que realmente ela tinha. Talvez, só precisasse tirá-la do meu sistema ou talvez mais. Realmente não sabia —, mas pretendia descobrir. Não estive a fim de uma garota assim desde... Nunca!

— Em relação a você? — Estendi minha mão dentro da tigela de pipocas, e nossos dedos se tocaram.

Ela olhou para mim com o rosto branco.

— Fale-me algo sobre você, Jordan. Conte-me como se transformou no garoto problema.

Meus lábios se repuxaram.

Garoto problema?

— Sim, você sabe...

— O quê?

Ela acenou com a mão no ar, extremamente nervosa. Eu estava adorando ver o rosado em suas bochechas.

— A mamãe comentou algo sobre uma briga feia entre você e seu irmão. — Ela terminou de falar com um suspiro pesado. — Esquece isso! Acabei de agir como uma intrometida de merda.

Apertei o meu maxilar completamente ciente do desejo insano de avançar sobre ela feito um selvagem. Ouvir palavras sujas saindo de sua linda boca era fodidamente quente.

— Meu irmão me pegou fodendo a vadia dele — respondi simplesmente. — Daqui uns meses, eu terei dezoito anos completos, e enfim poderei viver a minha vida fazendo minhas próprias regras. Eu quero tentar formar uma banda de Rock. Sou bom como cantor.

Kimberly virou a cabeça na minha direção. Seus belos cabelos dourados escorregaram por seus ombros. Encontrei um brilho diferente em seus olhos.

— Você transou com a mulher do seu irmão?

Acenei com a cabeça, divertido.

— Você só prestou atenção nessa parte?

Ela sorriu timidamente.

— Não acho esse comportamento saudável. Você e seu irmão deveriam se respeitar.

Não me incomodei em negar, contudo suas palavras serviram como um alerta para a minha mente pervertida.

Aquela garota era pura demais. Linda demais. Aquela família não merecia um lobo como eu, entre eles.

Empurrei delicadamente a bacia de pipoca de cima de mim e fiquei de pé.

— Isto... — Apontei de mim para ela. —, não vai acontecer.

Comecei a caminhar para fora da sala, mas Kimberly pulou diante de mim.

— Ei, do que está falando? Magoei você com o que eu disse?

— Esse não é o ponto.

— Então, o que é? — insistiu.

— Acontece que eu tenho um histórico de vida muito obscuro, Kimberly. Eu não quero virar uma mancha na sua vida — falei com a voz áspera. — Peço que, por favor, me deixe vivendo aqui feito uma sombra. Não fale comigo nem olhe para mim. Em pouco tempo estarei fora.

Passei por ela, contudo sua mão segurou a minha. Com a mão livre, deslizou sobre meu peito.

— Sinto muito, mas minha educação não permitirá isso — murmurou olhando para minha boca. — Eu gosto da sua companhia, garoto problema.

Ela lambeu os lábios.

Levei a mão ao seu rosto e agarrei o seu queixo com firmeza.

— O ponto agravante nessa história, Kimberly Tate, é que eu posso ser um garoto mal. Muito mal.

Ela abriu a boca para falar, mas não falou, pois eu a beijei. Meus lábios pressionaram contra os seus, minhas mãos agora enroladas no seu cabelo. Eu lambi a costura de sua boca, pedindo entrada. Ela puxou o rosto de volta.

— O que estamos fazendo?

Eu lhe ofereci um sorriso de lobo.

Empurrei delicadamente as suas mãos do meu corpo.

— Fique longe de mim. Será para o seu próprio bem, garota sorriso.


INSOLENTE (APENAS DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora