Capítulo 19

615 39 5
                                    

Vicente: — Fica quieto aí, mauricinho. Vai almoçar com a gente. Pode ter certeza que meu almoço vai estar mais gostoso do que os que suas empregadas fazem. — Afirmou com desdém e voltou para a cozinha sendo seguido por Luan.

Anahí: — Vamos almoçar com a gente. Somos pobres mas somos limpos. — Avisou e ele revirou os olhos. Não duvidava disso.

Alfonso: — Está bem. Não pensei o contrário. — Concordou e ela sorriu. Anahí virou-se para ir até a cozinha mas ele a segurou pelo pulso. A respiração dos dois ficou ofegante pela proximidade. — Ouça... quero conversar com você. Quando podemos? — Indagou, os rostos estavam muito próximos e ele fazia círculos no pulso dela com o polegar.

Anahí: — Não sei... — Disse sem jeito. Não sabia o que pensar e nem o que falar o tendo tão perto. — Eu vou para o trabalho às seis.

Alfonso: — Vou ir para casa com Luan depois do almoço e vou voltar para buscá-la às três, levo você ao trabalho hoje. — Sua voz saiu baixa. Estava tenso por estar perto dela. Sentia vontade de beijá-la.

Camila: — Que coisinhas lindas! — Exclamou ao chegar na sala e ver os dois. — Agora vamos comer. Vicente não tolera atrasos. — Piscou para anahi, que estava abobalhada e saiu para a cozinha.

Anahí: — Nos vemos às três. — Sorriu e o puxou para a cozinha.

Vicente: — Até que enfim, meu povo. Eu me mato de cozinhar e vocês demoram uma vida para vir comer. É o cúmulo! — Revirou os olhos e retirou as luvas de mestre cuca.

Anahí: — Foi mal. — Todos já estavam sentados. Apertados na mesa redonda mas estavam felizes.

Alfonso e Luan pensavam em quanto foram rodeados de coisas caras, grandes mesas, copos de porcelana e talheres de prata, comidas refinadas mas nunca se viram nessa harmonia que havia ali no meio de coisas tão simples e pessoas que não tinham bens materiais.

Camila: — Vamos agradecer. — Avisou aos dois. Anahí, Vicente e ela oravam todos os dias antes da refeição. Já tinham passado por dias onde não tinham muito o que comer, ou até mesmo precisavam escolher entre almoçar ou jantar pois não tinham comida para as duas refeições. Eram gratos pelas conquistas que Deus lhes permitiu alcançar e a fartura na mesa era a maior delas. Para outras pessoas o que eles consideravam fartura podia ser considerado nada, mas para eles era muito. Todos serviram-se.

Anahí: — Obrigada, Senhor, por nossa mesa estar farta, por termos alimento para comer. Obrigada por nada nos faltar hoje. Te agradecemos porque sabemos o quão triste é não ter o que comer. Não permita que nada nos falte. Amém. — Era seu dia de agradecer. Todos acompanharam em silêncio e de olhos fechados.

Luan e Alfonso foram pegos de surpresa e no início se entreolharam com os olhos arregalados mas depois fecharam os olhos e até se emocionaram com as palavras de anahi para Deus. Nunca haviam falado com Deus antes e naquele momento fizeram algumas tentativas confusas.

Vicente: — Vamos comer, cadelas. Ah... e vocês também cachorros. — Disse divertido e Alfonso cerrou os olhos. Lhe explicaram que era apenas brincadeira e ele relaxou. Anahí ria da ética dele. Esse cara precisava quebrar regras.

Depois de almoçarem juntos entre as piadas de Vicente e muitas risadas, Luan e Alfonso saíram de lá alguns minutos depois.

Vicente: — Foi divertido almoçar com eles aqui. — Estava sentado lixando as unhas.

Camila: — São imbecis mas não são ruins. — Deu de ombros. Estava feliz da vida por ter Luan próximo, não queria pensar no porque disso mas não queria se afastar.

Anahí: — Alfonso quer conversar comigo. Vocês não fazem ideia de como estou. — Disse enquanto lavava a louça do almoço. Suas mãos tremiam de ansiedade.

Camila: — Eu faço uma ideia. Vi sua cara de quem tinha chegado no céu quando ele falou com você na sala. — Afirmou divertida.

Vicente: — Ele está diferente, apesar de parecer um velho de noventa anos, ele está mais legal, eu acho.

Anahí: — O que acham que ele quer falar comigo? Ai meu pai do céu. Eu estou surtando. — Os encarou com os olhos arregalados.

Camila: — Por Deus, Anahi Giovanna. Não era você que estava dançando para o cara? — Gargalhou divertida. — Dança de novo, ora. Acho que ele gostou.

Em Um Só Coração FinalizandoTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon