|IV|

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   Enquanto isso, não muito distante dali, Lily corria pela floresta as cegas, mas de certa forma, sabendo o caminho que deveria seguir.

Desde sua primeira visão já havia tido mais duas. Todas elas indecifráveis.

Na segunda, vira surgi em meio ao rasgo no céu — mesmo céu da visão anterior. — uma brilhante estrela purpura. Sua luz se aproximava até que ela não pôde ver mais nada.

Já na última, vira dois caminhos a se seguir, onde uma luz vermelha a guiava para o caminho da esquerda, e outra de cor violeta a guiava para o caminho da direita.

Será que pela primeira vez, suas visões estariam concretas?

Ou seria uma
coincidência?

Sem saber para onde ir, apenas segundo seu instinto, Lily continuou correndo. E correu, e correu, até parar de um sobressalto ao escutar uma forte trombeta muito perto.

Seriam eles?
Por que fariam tanto barulho?

Ela sabia que poderia ser outros caçadores, tentando a sorte, mas simplesmente não pôde ignorar o forte presságio de que deveria seguir o som.

Descobriu não está errada ao se aproximar e encontrar uma batalha entre humanos, ogros, trols, duendes, sátiros e elfos.

— Com os dois últimos trajando o uniforme real. — e em meio a toda as espadas, flechas e machados
que cortavam o ar, estavam suas amigas ninfas.

As seis se encontravam amarradas e sujas pela
lama ao chão.

Ela sabia que sem a água elas não durariam por muito mais tempo. Mas o que
poderia fazer?

Se armando de toda a coragem que conseguiu, ela corre em meio a batalha até chegar em suas amigas,
que ficam exultantes ao vê-la.

— Lily! Vieste nos salvar! — fala Nedry feliz.

— Sim, cara amiga. Mas não sei o que posso fazer. — diz, enquanto pegava em seu pequeno saco uma
pequena faca dourada.

— Cuidado, eles podem pegá-la. — a adverte Cloth,
uma das ninfas mais velhas.

Lily reparou que todas as ninfas a encaravam com um brilho de
esperança em seus olhos azuis, mas também viu medo.

— Eles não estão prestando atenção em nós no momento. — responde, enquanto corta as cordas que amarravam Nedry. Já solta, está ajuda a desamarrar as outras.

Tudo isso enquanto os seres da floresta se engalfinhavam em uma sangrenta luta.

Quando todas
estavam soltas e prontas para saírem de fininho, um chicote, feito de cipos alcântara, envolve
firmemente o peito de Lily, que se debate tentando se libertar, mesmo sabendo ser inútil.

— Ora, ora, ora. Mas vejam o que temos aqui. — soa uma voz sinistra atrás de si.

Ao se virar , vê-se de frente a um humano. Mas, não um humano normal, a ninfa não precisava de seus poderes para ver isso, ele era mais heguio que os humanos normais, muito mais grande, e muito mais forte.

Em seu rosto, se notava a descendência de ogros. Mas em seus olhos ela ver que também há sangue de elfos.

Não poderia ser outro se não o híbrido mais malévolo de todos? Sabnock!

— Solte-a! — um general elfo grita, tendo-o na mira de sua besta.

Lily estava surpresa,
sempre achara que no exército de sua majestade só houvessem sátiros.

— Prestous! Cuide desse elfo. — Sabnock, ordenou ao trol, que logo surgiu com sua espada na mão.

Enquanto o elfo salies lutava com o grande trol, o maléfico tinha na mira de sua espada Lily e suas amigas.

— Não importa quantas vidas tirar, quantas ninfas ou qualquer outra criatura tiver a seu domínio, nunca
achará a entrada para Graram. — uma das ninfas diz com ódio.

Nedry que está ao lado da ninfa lhe dá uma leve cotovelada.

— Fique quieta Nancy, ele pode machucá-la! — sussurra.

— Acha que eu sou tolo, criatura desprezível? pensas que não reconheço uma guardiã quando vejo uma? — ele destila, e logo após dá uma rouca gargalhada, se aproxima da ninfa vidente, segurando em seu queixo examina seus olhos.
— Com esses olhos eu conseguirei o que quero. — falou dando outra gargalhada.

Pegando seu chicote de
alcântara, arrasta Lily para a floresta. Enquanto suas amigas ninfas tentam alcançá-la lutando com os capachos que logo sugiram.

—Não! — grita o elfo que já havendo derrotado Prestous corre atrás deles. — detenha-se ser maldito!

Sabnock, continua em frente, com sua risada malévola ecoando por entre os galhos das grandes árvores, na negra floresta, enquanto a ninfa se debate em vão para sair do nó do chicote infernal.

O que ele quis dizer com Guardiã? Quem ele acreditava que ela fosse?

Mais na frente, apareceram mais dois ogros, que logo ficam para trás, responsáveis por cuidar do perseguidor, como o mestre mandou.

Após algumas horas caminhando, o maléfico
entra em uma caverna onde
joga a pequena ninfa em uma gaiola, feita do mesmo material da corda de seu chicote.

— Não vais conseguir nada de mim, homem vil.

—Eu consigo tudo que quero criaturinha, e nada, nem ninguém pode me deter.

— Eu não sou quem acha que sou.

— Cale-se! Não quero ouvi seus chiados enquanto não for necessário. — com essa, ele se vira e sai da caverna, deixando Lily a sós em seu cativeiro. Como sairia dali?

Em silêncio, pede aos deuses que suas amigas ninfas estejam bem, e também pedia pelo cavalheiro elfo de grandes olhos negros, e que ele estivesse bem e viesse salvá-la.

Despertou de um pequeno cochilo quando, um pequeno duende joga uma caneca de
água, em seu rosto.

— O mestre quer que acorde, ninfa. Logo atrás dele surgiu
Sabnock, o temível, que a encarava com um brilho satânico nos olhos.

— Eu aconselho a ninfa a falar tudo de uma vez. — falou o elfo com sua voz arrastada, e logo se
retirou, não antes de deixar sobre um lenço no chão, objetos de ferro fundido, que certamente serviam para a arte da tortura.

— Aceite os conselhos do capacho, ninfa, e tudo acabará rápido.

Lily continuou calada. E era assim que permaneceria, mesmo depois que as torturas começassem. Não
é como se ela realmente tivesse as respostas que ele estava procurando.

— Vamos ver se continuará calada depois que eu começar. — falou ele, com seu sádico sorriso.

Com uma pequena lâmina na mão, ele se aproxima, mas antes que chegue a tocá-la, ela sente a visão chegando.

Em sua visão, ela vê uma caverna, além das montanhas da floresta onde estavam. Na caverna, vê uma elfo derramar sangue em uma pedra, e logo depois as paredes da caverna se abem de um lado.

Logo em seguida fleches de uma imensa floresta verdejante, rios de águas cristalinas e cristais preciosos passam rapidamente por sua mente.

Nunca diria a seu
raptor onde encontrar o que tanto almeja.

— Pobre criança tola, não vê? Eu já sei onde encontrá-los. Você me mostrou o caminho. Como é fácil conseguir magia das fadas. — Sabnock, debochou rindo.

Deus, o que fizera?

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O futuro nos olhos de uma ninfaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora