Louis quis dizer que não eram. Leões os matavam sempre.

Harry se aproximou dele, agarrando sua mão enquanto empurrava champanhe garganta abaixo. Ele parecia confortável, e isso fazia Tomlinson se sentir desconfortável.

— Nós temos uma mesa, namorado?

— S-Sim. Vinte e oito. — Murmurou distraidamente. Sua cabeça ia explodir, ele conseguia sentir. Ou talvez fosse o seu coração, martelando. Não sabia dizer.

— Você está bem, Louis? — Era a primeira vez que Harry falava sério na noite, o seu tom de voz diferente. Encarava-o com as sobrancelhas franzidas e com um semblante de preocupação.

— Sim.

— Ignore-as, cowboy. — Foi tudo o que Styles disse, claramente tendo escutado as conversas paralelas também. Puxou Louis pelas mãos até a fonte de champanhe. — Preste atenção em mim: nós vamos encher a cara, porque tem champanhe para caralho aqui, ok? É nosso dever civil. Nós vamos ignorar essas velhas ranzinzas e viver intensamente assim como a dona Daisy, cowboy. Certo?

— Por que você está me chamando de cowboy? — Louis perguntou, mas mesmo assim pegou uma taça da bandeja que um rapaz loiro, alto e bronzeado segurava.

— Soa adequado em momentos motivacionais.

...

Louis Tomlinson estava dançando com Harry Styles e tinha quase certeza que as linhas da calça do outro também se mexiam. Ele culpava o álcool pelas duas coisas.

Sua irmã, Charlotte, havia aparecido em algum ponto da festa e piorado sua noite com comentários condescendentes, filhos impertinentes e um marido mais preconceituoso do que o merda do Donald Trump. E logo depois ele havia adotado completamente a filosofia de Harry sobre dever civil e beber e ignorar. Estava funcionando muito bem.

As músicas eram populares e eletrônicas e uma mistura das duas, provando que a Daisy Tomlinson estava ciente do que se acontecia nos dias atuais e que poderia estar envelhecendo, mas não estava se isolando. Todas ofereciam oportunidades perfeitas para Harry pular de um lado para o outro, ao redor de Louis, e abraçá-lo desajeitadamente enquanto gritava as letras junto a batida. Eles eram as estrelas da pista de dança, nenhum outro convidado conseguindo alcançá-los.

We were bound to get together, bound to get together — Harry pulava junto com Louis, os cabelos castanhos bagunçados e úmidos de suor, os olhos verdes brilhando como faróis e um sorriso decorando seu rosto.

Louis não conseguia acreditar que algum dia ele havia sido irritante e por isso o puxou para um beijo. Styles ficou parado por alguns instantes, o observando intensamente, com os lábios sobre os dele antes de aprofundar o contato com um grunhido apreciativo. As mãos deles foram para a cintura de Tomlinson, apertando-a com força enquanto movia a língua junto a dele.

O beijo era apressado, uma tentativa desesperada de conseguir maismaismais. Louis estava nas pontas dos pés e puxava os fios castanhos do outro, mantendo as bocas conectadas com avidez. Ele não sabia o quanto queria fazer aquilo até ter realmente feito, o quanto seu corpo parecia responder aos mínimos movimentos de Styles.

Harry não sabia dizer quando havia se separado de Louis e começado a puxá-lo pela multidão, em direção ao banheiro masculino. Os olhos de todos estavam grudados neles, nas mãos dadas, nos botões desabotoados das camisas deles, nos lábios inchados, nos cabelos desgrenhados, e ele se sentia ligeiramente zonzo.

Quando a porta do banheiro foi trancada atrás deles, ambos soltaram respirações que não sabiam que estavam prendendo.

— Por que você me beijou? — Harry perguntou em um tom suave e novamente provocou uma sensação de estranheza em Louis pela falta de divertimento ácido na voz.

— Porque sim. — Era uma resposta evasiva, mas o que mais poderia ser dito? Pensou por alguns segundos e emendou: — Porque eu quis.

— Você quer me beijar de novo?

— Não fique se gabando.

Styles sorriu e umedeceu os lábios. Louis não conseguiu não olhar.

— Tem certeza?

— Va te faire foutre.

E puxou-o pela nuca para mais um beijo apressado e voraz. As costas de Harry bateram contra a beirada da pia e, automaticamente, ele se impulsionou e sentou na superfície fria, prendendo Louis no lugar com suas pernas. Soltavam grunhidos e gemidos baixos, os cuidados para não baterem dentes se desfazendo na procura por maismaismais.

Harry se afastou.

— Vamos jogar Verdade ou Mentira.

— O quê? — Louis franziu a testa, observando-o. Ele era realmente lindo para caralho, que merda.

— Verdade ou Mentira. Eu te digo uma frase e você me diz se é verdade ou não, e você faz o mesmo comigo.

— Certo. — Tomlinson deixou um selinho nos lábios dele. — Comece.

— Você gosta de mim, mesmo quando eu te irrito.

— Verdade.

Harry sorriu genuinamente e quase cegou Louis.

— Você queria que a sua mãe estivesse aqui porque ela nunca está. Ela nunca está ao seu lado.

— Verdade. — Ele acariciou as bochechas de Harry. — Minha vez. Você não queria que eu fosse te buscar na universidade porque os seus dois amigos do e-mail, Liam e Zayn, não apoiam que você esteja me ajudando.

— Verdade.

— Você precisa parar de fumar.

Styles torceu o nariz.

— Verdade. Minha vez: você me acha engraçado.

Foi a vez de Louis torcer o nariz.

— Mentira. Você é estranho.

Harry segurou as laterais do rosto dele.

— Você ficou um pouco incomodado com a marca no meu pescoço.

— Você sabia que eu a veria, foi por isso que a arranjou.

— Você não está jogando.

Louis sorriu.

— Você também gosta de mim.

— Verdade.

— Nós vamos nos ver novamente.

— Verdade.

— Que bom, cowboy.

Harry riu e o beijou.

Fim.

Faux (l.s)Where stories live. Discover now