Srta Morte - O Sexto Selo - Volume 1

Capítulo 2 - HOSPITAL

30 de setembro de 2024

Hospital Geral Chiara Edwin – RJ

Luna surge no corredor do Hospital Geral Chiara Edwin, em cima de uma maca, se levanta e repara em suas roupas. Ela está usando uma calça jeans, uma blusa branca e um jaleco com o crachá "Bruna Almeida". Ela olha em volta e percebe estar num hospital movimentado, senta na maca e reflete sobre a situação. Talvez isso seja coisa da Morte.

Chiara Edwin está sentada numa cadeira perto e distraída com o seu celular, com roupas casuais de uma empresária. Ela tem traços asiáticos, pouco mais de trinta anos e uma cicatriz no olho direito em formato de pássaro.

Uma pequena explosão de chamas negras surge ao lado de Luna e a Morte se materializa. A jovem olha envolta para identificar se alguém viu isso, mas a conclusão é negativa.

— Agora esta será a sua vida. Como médica aprenderá o valor da vida e da morte.

Luna reage com uma expressão de nojo, não acredita ter escutado algo tão clichê.

— Que baboseira barata, até parece que vai me ensinar karatê — diz fazendo movimentos circulares no ar.

— Mas você já tem um nível de luta maior do que o de qualquer humano desde os dezessete, não tem mais o que aprender.

Desta vez ela fica indignada. Como alguém pode não ter entendido uma referência dessas? Ela apenas se conforma.

— Já percebi que você não entende as referências. Ok, mas e se eu não...

Alguém grita de longe chamando pelo nome "Luna". Chiara repara em quem foi solicitada, depois em nossa Luna e volta a olhar o celular.

— Luna, volte aqui! — a pessoa chama novamente.

Luna olha para o próprio jaleco para ver se é com ela, vê escrito "Bruna Almeida" e depois tenta identificar quem a está chamando. Ao se virar, vê uma garota de longos cabelos dourados e que aparenta ter por volta dos dez anos
correndo na direção dela.

— Hei! Não pode correr no hospital! — Luna chama a atenção.

A ressuscitada se espanta, pois não entende de onde tirou tanta chatice para chamar a atenção de alguém correndo.

O homem pega a garota pela mão e anda até Luna.

— Peço mil de mil desculpas por causa de minha filha!

Luna fica perplexa ao ver e reconhecer o homem. É Raphael. As mãos dela tremem e o olhar prepotente e superior dá lugar a um dócil e gentil. Um sorriso é inevitável.

— Olá! Meu nome é Raphael.

Raphael é um pouco mais baixo do que Luna, corpo moreno, os cabelos negros e curtos, traços delicados, usa óculos e tem um estilo de intelectual. Em cima da cabeça dele tem escrito flutuando em chamas vermelhas 518372, que regride a cada segundo.

Luna repara nos números flutuando e depois volta a si. O que será isso?

— Olá, o meu nome é Bruna Almeida! — Luna fala numa grande empolgação.

— Muito prazer! — Raphael diz esboçando um tímido sorriso.

— Pois é..., minha mãe tinha um péssimo gosto para nomes.

A Morte e Chiara se entreolham e se despedem com um gesto simples de cabeça.

— Bom, eu preciso ceifar algumas almas por aí, tenho certeza de que conseguirá se virar sozinha — a Morte diz à aprendiz e desaparece se dissolvendo em chamas negras.