Capítulo 12

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Eis que uma nova semana se inicia e com ela temos Pierre e Chantal.

Quem estava com saudade? Quem está amando essa história?

***

Vocês já perceberam que minha escrita a partir de Sem Vida, tornou-se mais pautada na construção do amor, dos sentimentos, das relações entre as pessoas.

Alguns podem chamar isso de clichê, principalmente os que não sabem o real uso da palavra.  Mas, a verdade, é que a vida deve ser contada como ela é, e por isso, meus personagens levam à vocês reflexões sobre suas próprias maneiras de agir e enxergar o mundo e as pessoas à sua volta.

Isso é maravilhoso, é algo que me enriquece, ainda mais, como escritora, e tento passar um pouco disso à vocês através de minhas histórias.

Muito obrigada, por estarem aqui e dividirem esse prazer comigo.

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Chantal

Assim que ele entra começa a observar tudo ao seu redor novamente, ele fica parado por muito tempo olhando cada porta retrato e cada bibelô. Eu paro ao seu lado antes de seguir para a cozinha e começo a explicar os momentos de cada foto.

— Essa sou eu, com cinco anos. — Aponto para a foto onde estou segurando meus cabelos divididos ao meio, ergo para o alto cada lado do rabo de cavalo, ao mesmo tempo que estou sentada na bicicleta minúscula entre minhas pernas.

— Essa é minha avó e eu com doze anos.

Nessa foto estamos as duas sentadas no jardim de frente a nossa casa, eu seguro um picolé nas mãos e minha avó segura outro, tanto eu quanto ela sorrimos tão abertamente que é possível contar todos os dentes em nossa boca apenas pela imagem.

Pierre assente em silêncio e agora observa as fotos onde eu já estou mais velha.

— Essa sou eu e minha turma da escola, ao meu lado estão Henri e Mirelle, tínhamos por volta de dezesseis ou dezessete anos, não me lembro ao certo. Mirelle você sabe quem é, ela também trabalha no café.

— Vocês são muito amigos? — Pierre pergunta, ao apontar para mais umas duas fotos na parede onde divido com Henri.

— Sim, nós éramos muito mais na adolescência, depois Henri foi embora, e voltou não tem muito tempo.

E, finalmente, ele deixa de olhar as fotos e aponta para casa.

— Sua avó, onde está?

Suspiro e olho ao redor junto com ele, essa casa é tão viva, é possível senti-la em cada canto, cada detalhe, cada aroma, cada flor.

— No hospital.

Pierre não diz nada, mas tem um olhar investigativo, e mesmo sem perguntar, sei que ele quer saber mais.

— Ela teve uma AVC quatro meses atrás e desde então está lá.

— Sinto muito.

Eu balanço minha cabeça sem ter muito mais o que dizer.

— É para lá que você vai toda vez que sai?

— Toda vez que saio? — investigo, na maioria das vezes eu saio e não o vejo, como ele sabe toda vez que eu saio?

SEM CAMINHO (Amazon e Físico no daniassis.com.br)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora