- Sim – abaixou a cabeça derrotada.

O portal humano estava posto no cômodo mais alto da mansão. Um grande anel de pedra, runas mais antigas que o imperador estavam descritas na rocha, brilhando e exalando magia, haviam diversos outros espalhados pelos quatro reinos, vigiados constantemente por seus devidos reis, no entanto este era um portal artificial, criado por Ergos.

Agatha estava ao lado de seu rei, o seguira ate ali, e como Lucio não dissera nada achou que não haveria problema.

- Cuide para que ninguém saiba de minha saída, diga que estou no meu quarto e que não quero ser interrompido – colocou um pé dentro do anel, no entanto o membro não surgiu do outro lado. Então sorriu para a mulher – Confio em você.

A passagem era fria, arrepiando a pele do homem, um vento forte vinha do outro lado, mas a sensação foi rápida, Lucio chegara ao mundo humano. Construções altas e retangulares se encontravam ao seu lado, formando um corredor.

- mulher tola, ao menos é uma aliada mais do que leal – disse enquanto caminhava em direção a rua movimentada.

O barulho alto chegou em seus ouvidos, sol e fumaça por todos os lados. Então viu, o castelo mais lindo que suas lembranças poderiam lhe mostrar. Duas torres enormes na entrada com o topo feito em mármore verde, uma pequena escadaria de mármore que levava a entrada, palmeiras formavam um corredor, o piso também era de mármore. Pessoas se movimentavam rapidamente, algumas entravam. Lucio as seguiu, devia estar havendo um atendimento com o rei daquele local em pessoa, e este rei talvez pudesse ser um bom aliado para seus negócios.

Haviam pessoas mal vestidas e fedendo sentadas nas escadas daquele local.

- como um rei permite isto? – disse a si mesmo.

O salão de recepção era alto, bancos de madeira eram posicionados em direção a um altar, imagens lindas estavam nas paredes, pinturas, vitrais e estatuas. Algumas pessoas já estavam sentadas com livros grossos em suas mão, outras ajoelhadas com as mãos em conchas.

Lucio sentou-se também aguardando a chegada do rei do local. Então viu, atrás do altar de recepção uma imagem triste, uma clara tortura, um homem magro preso a uma cruz de madeira, trapos estavam amarrados em sua cintura e uma coroa de espinhos se encontrava na cabeça.

- pelo imperador, esta cena... – Lucio se lembrara – o livro. Encontrei-o, o imperador é o rei deste castelo e estes – olhou para as outras imagens nas paredes – devem ser seus súditos mais leais.

Admirou mais as imagens querendo conhecer aqueles nobres que se encontravam ali eternizados.

As palavras começaram a diminuir tirando o rei do transe, um homem de vermelho acompanhado por monges me marrom parou em frente ao altar com um livro em capa de couro negro em mãos. Abriu-o em uma pagina aleatória.

- Bom dia a todos os presentes – o homem de vermelho era velho, sua voz vinha da garganta.

Os cultos ao Imperador nas terras de Lucio eram longos e cheios de sacrifícios, no entanto naquela terra estranha, o homem apenas lia o grande livro e adorava com palavras.

Ao fim de tudo, Lucio estava entediado e com muito sono, apenas despertou de seu transe quando as pessoas se levantaram e começaram a sair. Agora era sua chance de falar pessoalmente com o velho homem de vermelho.

Levantou-se de seu assento, algumas pessoas olharam para aquele homem seminu indo em direção ao cardeal da catedral. Caminhou a passos largos em direção ao altar, onde o velho estava se preparando para sair com alguns homens mais novos, vestidos de preto ate os pés. Um jovem pegou o grande livro que o velho homem lera durante o culto

Vitor Salavar - Os Quatro ReisOù les histoires vivent. Découvrez maintenant