O melhor ano do nosso colegial

4 • O primeiro dia de aula

— Sim! Como se fosse Pabllo Vittar, só que mais gay ainda! — ele riu olhando para os meninos que estavam com ele.

— Quem...?

— Você, seu idiota!

— ... te perguntou? — eu disse, terminando a conversa para poder continuar não perdendo mais meu tempo com aquele menino.

E então continuei andando pelo corredor. Até que senti uma mão em meu ombro me virando para trás novamente.

— Quando eu te bater a sua cara vai ficar tão fodida que nem mesmo um cego vai querer ficar com você!

— Olha... se sua mãe conseguiu ficar com você, qualquer um consegue ficar comigo...

Quando me dei conta eu já tinha sido empurrado no chão.

Antes que o garoto pudesse fazer alguma coisa, um inspetor chegou.

— Antoine Cavallieri, para a diretoria já! — o inspetor ordenou ainda comigo jogado no chão, — e você aí, — ele se virou para falar comigo, — levanta desse chão e vai logo para sua sala.

— Ainda tenho que ver a turma em que caí.

— Então sugiro se apressar, na Dallas temos tolerância zero com atrasos nas aulas.

Eu me levantei antes mesmo que o inspetor pudesse continuar a andar pelo corredor e fui em direção a um mural colado na parede, onde neste haviam vários papéis pregados com as turmas de cada ano.

No primeiro ano haviam seis turmas, portanto tinha a turma A que terminava na F. Quando cheguei no mural, vi a turma que eu pertencia.

— Turma B... — sussurrei comigo mesmo.

— Eu também sou desta! — disse um menino que magicamente surgiu do meu lado.

— Quem é você? — perguntei.

— Meu nome é Vinicius Alencar. Mas pode me chamar só de Vinicius, ou Vini, sei lá... pra mim tanto faz o jeito que me chamam. E você? Qual seu nome?

— Nicholas Andrade, mas pode me chamar de Nick, ou sei lá... eu me acostumei com tantos nomes diferentes que já me deram...

Vinicius sorriu.

— Eai Nick... já conhece alguém por aqui?

— Ah sim! Um garoto babaca chamado Antoine, uma garota até que simpática que cumprimentei na palestra chamada Gabriela e você aqui agora.

— Caramba! Mau conheceu o Antoine e já percebeu que é ele é um completo idiota?

— Sim... como sabe?

— Estudávamos no ensino fundamental na minha antiga escola. Sei bem o que se passa na cabeça de Antoine Cavallieri...

Enquanto conversávamos, nós andávamos até a sala da nossa primeira aula, que seria Português.

— O que você quer dizer com "cabeça de Antoine Cavallieri"?

— Digamos que eu já fui amigo dele um dia...

— Uau! Você também é um...?

— Babaca? — ele supôs completando o que eu ia dizer. — Mas é claro que não! Acha que eu e ele não nos falamos mais por quê?

— Desculpe Vinicius...

— Me chame só de Vini.

— Ok Vini!

Chegamos na sala de Português, nós sentamos para esperar com que o resto da sala chegasse. Já haviam algumas pessoas lá, mas estas não notaram nossa entrada.