Capítulo 2

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Ayla se divertiu muito, entrou em várias lojas, comprou tudo o que queria, ficou encantada com as promoções. Tomou um café olhando as pessoas que andavam apressadas, por onde passou recebeu olhares masculinos, sem Murat as coisas eram diferentes, muito diferentes - riu do seu pensamento e chamando mais ainda a atenção de um rapaz que estava sentado em outra mesa lhe observando.

Ele pediu que o garçom lhe entregasse um guardanapo onde ele escreveu: "Mashallah! Sen çok güzelsin" e o número do telefone para que ela ligasse. Bem, infelizmente já estava na hora de voltar a realidade, voltar para o cárcere.

Ela ainda não tinha pensado no que fazer com aquele monte de sacolas, não poderia entrar na sala de aula e muito menos encontrar com Murat. Planejou tudo menos o volta, devia ser por que ela realmente não acreditou que aquilo daria certo, que seu tutor não fosse descobrir o que ela tinha feito.

Passou todos os minutos de sua restrita liberdade esperando ele aparecer e lhe arrastar de volta para casa, pois era isso que sempre acontecia quando ela "aprontava". Ela não era boa de fuga e sua cúmplice não era boa com segredos, então...

Decidiu chamar um táxi e foi ir para casa, seus pais estavam trabalhando só chegavam em casa a noite. Ayla colocou tudo no armário do seu quarto e olhou o relógio, ela tinha uma hora para voltar a Universidade e fazer o belo desfecho do seu plano. Chegou faltando vinte minutos para que todos largassem, entrou na sala de aula e foi para o seu lugar. Três horas de liberdade não tinham sido suficientes, mas já era alguma coisa.

Quando largou foi para o mesmo lugar de sempre esperar por Murat e os primos, mas eles não apareceram, Ayla ligou, mas nenhum deles atendeu, foi nas salas e tudo estava vazio. Ficou preocupada. Será que tinha acontecido algo em sua família e eles não puderam esperar por ela? Pensou em seu avô já que era a pessoa mais idosa da família. Decidiu então pegar outro táxi para voltar, olhou na bolsa e viu que tinha deixado a carteira em casa junto com as sacolas, entrou em pânico.

- Não acredito! Que burra eu sou.

Como não tinha muito que fazer foi andando para casa, era longe, mas era o jeito. Depois de uma hora e meia caminhando ela finalmente chegou em casa, exausta, pronta para morrer, encontrou Murat no primeiro andar, com seu almoço pronto e um enorme copo de água que lhe entregou nas mãos, ela bebeu tudo, ele puxou a cadeira para ela se sentar e ordenou:

- Coma!

Pela cara e pelo tom de voz ele já estava sabendo de tudo. Era melhor não contrariar - pensou ela.

Ayla terminou sua refeição sob a vigilância de Murat que não tirava os olhos dela. Afastou o prato e o encarou, não fugiria da briga.

- Onde você estava? - Perguntou ele.

- Fui resolver um assunto - Respondeu indiferente.

- Que assunto? - Insistiu.

- Você é muito curioso - Provocou.

- Você não tem assuntos a tratar com ninguém Ayla, seu assunto é comigo, com sua família, por isso não minta para mim, nem se faça de desentendida por que eu não vou tolerar isso - disse alto e já se levantando.

Ayla também se levantou e retrucou:

- E o que é que você vai fazer? Contar para o papai? Para o tio Gökse?... não, melhor, conte logo para o vovô assim ele me troca de universidade. Mas eu tenho uma surpresa para vocês, dessa vez ninguém me incentivou, eu fiz tudo por conta própria. Parabéns para mim - disse debochada.

- Eu não entendo você. Não entendo esse seu prazer de desobedecer, de criar o caos, de ser do contra. Onde você acha que isso vai te levar?

- Eu não espero que você entenda. Você age como um soldadinho, nunca questiona nada que te mandam fazer. Murat, nossos pais e avô não são os donos da verdade, o mundo mudou, as coisas mudaram e já passou da hora dessa família mudar também.

Amor em Istambul - AMAZONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora