- Irmãozinho, eu estou na aula, não posso falar!

- Saia! Eu já estou no corredor.

Derya levantou-se já sabendo que vinha bomba por ai. Encontrou o irmão furioso:

- Onde ela está? - perguntou sério.

- Ela quem Murat?

- Ayla! - disparou - Não se faça de boba Derya, ela não está no campus, saiu e eu sei que você sabe para onde ela foi!

- Ela não está no campus? - fez cara de surpresa - Quem te disse essa bobagem? Claro que ela está, deve ter ido ao toalete. Por que você não liga para ela e pergunta?

- Derya! - disse Murat aumentando o tom da voz e fazendo-a perceber que ele não iria descansar enquanto não soubesse onde Ayla estava. Droga, sabia que aquilo não daria certo, mas não poderia entregar a prima se não seria uma mulher morta, mas se não entregasse também seria morta por Murat - Que situação - pensou nervosa!

Murat percebeu que Derya estava hesitante, com certeza não queria entregar a prima e melhor amiga, então ele decidiu agir com sabedoria:

- Você não vai me dizer pra onde ela foi?

- Eu já disse que não sei Murat e você está atrapalhando minha aula!

- Certo, não vou mais tomar seu tempo. Preciso ligar para papai, ele vai saber como encontrá-la.

Derya gelou, se seu pai soubesse que Ayla tinha saído sozinha e com ajuda dela seria o fim para as duas.

- Espere! - gritou.

Murat virou e ela se aproximou:

- Você não precisa fazer isso, ela vai voltar logo, só foi resolver um problema - disse pronta para enfrentar a fúria do irmão sobre ela também.

Ele a olhou desconfiado e chateado com as "traições" frequentes da irmã. Tirou o celular de suas mãos.

- Ela terá um problema muito maior quando voltar! - disse virando de costas e falando - E você também não vai escapar dessa Derya - descendo as escadas se foi.

Já de volta a aula ele não conseguiu mais se concentrar, estava furioso com Ayla, não entendia seu comportamento pouco adequando. As outras jovens eram tão diferentes dela, sempre meigas, tranquilas, obedeciam aos pais, se interessavam por assuntos femininos como costura, cozinha, artesanato.... Mas ela era muito diferente, gostava de festas, assistia ao futebol, odiava crochê ou qualquer trabalho artesanal, não tinha medo de sair sozinha, era teimosa, sempre tinha uma opinião e uma resposta.

Ayla não perdia a chance de desafiá-lo, não gostava de receber uma negativa em resposta. Certa vez eles estavam em uma comemoração de família quando, apesar das restrições, Ayla saiu do local, Murat procurou por ela em todos os lugares sem sucesso, até que um amigo lhe disse que ela estava em outra festa. Tinha saído de lá com alguns amigos do colegial, eles estavam passando e lhe convidaram ela então seguiu com eles.

Murat sem saber o que fazer, contou ao pai e ao avô o que ela fizera, eles foram buscá-la, lhe deram uma bronca das grandes, compararam ela com as outras moças, dizendo-lhe que ela sempre era inadequada aos padrões e junto com os pais dela decidiram trocá-la de escola para que ela não tivesse mais contato com esses amigos que julgavam ser más influências para a já tão rebelde garota.

Na época Ayla ficou desolada e chorou muito, para uma adolescente de dezesseis anos aquilo era um duro golpe, a atitude da família a ferira muito. Cortaram sua comunicação com Derya e com seus outros amigos. No começo ela se fez de forte, mas passando uns dias começou a reclamar da nova escola e a falta que sentia da prima, mas sempre era repreendida, ouvia tudo calada, mas se trancava no quarto e chorava muito.


Murat sempre ouvia o choro de Ayla, já que seu quarto era ao lado do dela, se sentira culpado. Desde então ele decidiu que só levaria um problema com ela ao avô em último caso, quando já não tivesse esperanças de lidar com a situação. Muitos problemas surgiram desde os dezesseis anos de Ayla, cada dia ela parecia estar mais independente, ou, pelo menos, tentava ser, ele não achava aquilo ruim, uma mulher tinha que saber se cuidar, mas regras são regras e não questionava as decisões de seu avô, ele sabia bem o que estava fazendo, tinha muito mais experiência que eles, sabia bem mais sobre a vida.


◤₪₪₪₪₪₪₪₪ Δmor em Istambul ₪₪₪₪₪₪₪₪◥


*Gunaydim = Bom dia!

Para quem está começando agora, seja bem vinda (o). Amor em Istambul é minha segunda obra e fala sobre uma cultura pouco falada, mas muito rica, a cultura turca que não deve ser confundida com a Árabe apesar de ter algusn traços. Espero que curtam muito a leitura pois foi um livro escrito com muito amor...

Beijos,

Shay



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