Parte 6

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Luke acorda e se depara com as orbes verdes de Mikey o encarando.

-Hmmm que horas são?- geme.

- Nem ideia... - Michael responde. - Vamos descer comer alguma coisa, sim?

É a primeira vez que Luke ve a cozinha, mas não se impressiona. O relógio de ponteiros pendurado na parede afirma as três da tarde.

Luke mal consegue raciocinar quando ve um Ford preto sendo estacionado na frente da casa. Será que alguém veio resgatá-lo? Queria muito ir pra casa, mas Michael seria preso, não? Ele não quer perder Michael.

Cada tic tac do relogio era marcado também pela pulsação de Luke. A ansia de ir embora misturada com a dor de dizer adeus a Michael.

O portão se abre num rangido, e entra um homem, mais ou menos da idade de Michael, com cabelos cor de areia, e olhos cor de mel hipnotizantes. Sem sombra de dúvida, um dos homens mais bonitos vistos por Luke.

- Fala, cara. - Michael dá um aperto de mão meio abraço no homem.

- Hã... Mike? O que o refém ta fazendos aqui?

Luke pisca.

- Oi, o refém ta ouvindo.

- Relaxa cara, eu confio nele.

Ashton dá de ombros.

- Então eu também confio... - e se volta para Luke. - Eu sou Ashton, prazer.

- Luke - ambos se abraçam.

Ashton coloca as latinhas de cerveja sobre a mesa, e os três começam a beber e fumar cigarros como se não pudessem mais.

Ashton se mostra o bêbado mais divertido que Luke ja viu. Ele estava um pouco receoso de ver Michael e um amigo dele que Luke acabou de conhecer alterados, mas ambos são bêbados divertudos na verdade.

Quando o relógio avisa a meia noite, um Luke bêbado corre para o banheiro, vomitar.

O garoto se apoia na pia, se sentindo mais sobrio, mas decide que é hora de dormir.

A suíte cheira como lar, e o aperto no coração de Luke aumenta.

Se encolhe ao máximo na cama. Sente falta de casa, e sente falta de uma certa pessoa com ele.

Luke choraminga embaixo dos lençóis. Ele precisa de Michael. Ele quer Michael. Ele sabe que não é uma boa ideia chamar seu estuprador para junto dele na cama, mas o faz mesmo assim. E Michael prontamente atende.

Luke deita no peito de Michael e suspira. Aquela sensação lhe da mais paz que qualquer outra coisa.

- Obrigada, Mikey.

Michael olha para baixo sorrindo, um sorriso sincero e contido.

- Luke... eu... eu....

- Shhhhhhh - o menor coloca seu dedo sobre a boca do maior.

- Não, Luke, eu preciso falar... eu acho wue estou... que estou...

Luke se senta de frente para Michael na cama.

- Que está o quê?

- Apaixonado por você.

E Luke não exita um segundo. Ele cola rapidamente seus lábios aos de Michael, ambos sabendo quão fodidamente errado e quão erradamente certo era aquilo.

E desespero um pelo outro. Apertos. Abraços. Paixão. E para Luke isso não se tornou só uma transa, como ele está acostumado. E para Michael, a primeira vez que ele beijava enquanto fazia sexo em muito tempo. E, porra, é tão melhor assim. Com intensidade. Com amor.

E ambos dormem feliz nesta noite... sabendo que tiveram a melhor transa de suas vidas.

SíndromeWhere stories live. Discover now