Uh, se ele soubesse as coisas que já fizemos nessa cama...

O celular de Dam toca, deixando-me em alerta. Ele atende com o que parece ser mais um rosnado do que uma saudação. Meu primo ainda está puto com o incidente e a falta de respostas dos agentes. Tudo isso só me leva a pensar que Angliotti tinha razão, essa ou essas pessoas são muito espertas e sim, perigosas. Eu vou ser amaldiçoado se deixá-los chegar perto de Ella outra vez. Vou contratar minha própria investigação paralela e puxar esses bastardos do buraco onde estão se escondendo.

Eu apuro os ouvidos para tentar pescar algo da conversa baixa de Dam. Ele encerra a ligação com o rosto torcido. Parece furioso.

— Pegaram o motociclista. — anuncia, olhando seu pai. — e não é só isso. — seu olhar pousa em Ella. — eles tem Paolo de Montessola sob custódia.

— O quê?! — o resto de nós exclama.

— Paolo? Por quê? — Ella inquire, gemendo quando se ajeita melhor sobre os travesseiros.

Dou dois passos para perto, querendo chegar até ela, mas meus tios estão cercando-a.

— Está sentindo dor, boneca?

Seus olhos amolecem, sabendo que preciso estar perto dela, mas não quero me interpor entre meus tios.

— Apenas um pouco dolorida, amor. O médico avisou que ficaria assim por uns dois dias, não se preocupe. — seu semblante volta a se fechar quando desvia sua atenção para Dam. — responda, fratello, porque Paolo está sob custódia?

Dam range os dentes.

— Parece que aquele infeliz estava por trás disso tudo, sorella. A manchete caluniosa, as mortes e seu atropelamento. — diz com cara de quem está pronto para esfolar o duquezinho de merda.

Nova onda de exclamações das mulheres e palavrões por parte minha e do rei. Eu crispo os punhos, ira me invadindo, deixando meu sangue quente, zumbindo nos ouvidos.

Porra! Aquele fodido machucou a minha menina. Eu vou rasgar a porra da sua garganta!

*************

Trinta minutos depois, Dam, o rei e eu estamos no elevador, subindo para o vigésimo andar do prédio onde funciona a sede do Serviço Secreto, no centro histórico da ilha. Ella ficou abalada com a notícia de que Paolo, o merdinha do seu ex-namorado, está por trás dessa perseguição ridícula, podendo inclusive ter assassinado sua camareira e o jornalista. A rainha ficou com ela enquanto saímos imediatamente para confrontar o infeliz. Não dá para dizer qual de nós está mais irado. Tudo que sei é que quero treinar boxe na cara do empoladinho. Ele vai se arrepender de ter mexido conosco. Isso é certo.

Um senhor distinto, careca e metido em um terno fino está a postos assim que as portas se abrem. É o chefe maior, o Manda-Chuva do Serviço Secreto, Alfredo Bianucci. Dois agentes chegam ao seu lado. Falconi e Cesario, reconheço-os.

— Majestade, altezas, boa noite. — o chefe nos saúda com uma reverência, os outros o seguem.

Meu tio rosna um cumprimento de volta. Ele não se importa com civilidade quando está com raiva, eu me identifico totalmente nesse momento.

— Nós vamos ter uma conversa particular, senhor Bianucci. Mas, primeiro, leve-nos até o duque. — ele exige, abrindo caminho para fora. Dam e eu o seguimos. — quero olhar dentro dos olhos daquele moleque para tentar entender porque foi estúpido o bastante para mexer com a família real. — seu tom é gelado, embora raivoso. — eu quero tudo sobre a casa de Montessola na minha mesa na primeira hora da manhã. Suas conexões, negócios, lazer, seus podres. Quero tutto!

MIKE Príncipe do Domínio (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now