Prólogo

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Há muito existia um mundo.

Este era dividido em seis continentes e nestes existiam cinco reinos poderosos; dois humanos, dois élficos e um anão. Em tempos de paz, esses reinos não só se ajudavam como auxiliavam pequenos vilarejos a crescerem, se adequando à época sem guerra em que viviam.

Neste mundo, vários eram os Deuses que regiam os civis, porém as divindades que viviam em terra não eram tão poderosas quanto as quatro Deusas Primordiais – Femera, a Deusa da Guerra, Asris, a Deusa do Ciclo, Ykphine, a Deusa da Magia, e Sithar, a Deusa da Luz –, na verdade a maior parte destes ditos Deuses sequer se importava com a vida mortal ou interferiram quando o mundo estava em guerra.

Não, este mundo possuía protetores mortais, um imortal. Foram eles que o expurgaram, livrando-o da maldade que residia atrás de cada rocha. Era um grupo pequeno, destemido, imparável, que liderava um exército, criava seguidores e trazia, consigo, o estandarte da esperança: A Vanguarda.

Portanto, depois da Era da Escuridão, não havia mais o que temer. Não havia mal que ameaçasse ressurgir enquanto eles estivessem a postos e prontos para aniquilá-lo. E então veio a Era da Paz.

Mas por mais incrível que a Vanguarda fosse, por mais invencível que ela se apresentasse, o grupo tinha uma grande falha, uma coisa em comum com todas as outras naquele mundo; o tempo. Somente o tempo poderia destruí-los, deixando para trás somente alguns integrantes que, sem sua líder, seriam incapazes de perpetuar aquela calmaria. Essa seria nomeada a Era das Lendas.

Mas não é sobre essa era que falaremos. A Era das Lendas é longínqua e se estenderá por tantos anos que as próprias lendas serão esquecidas. Não, nossa história se estenderá até a Ruína do Mundo.

Talvez para todo o povo, ignorante em sua paz, aquele momento de calmaria duraria para sempre. Para eles a escuridão nunca regressaria, estendendo suas garras sobre a mente dos fracos, pois a Vanguarda os protegeria. Ou talvez tenha sido culpa da própria Vanguarda – iludida com a paz que mantinha – que tenha ficado fraca dentro de toda sua força.

O importante é que ninguém viu essa época chegar, ninguém pressentiu que algo assim poderia acontecer. Reinados, civilizações, famílias, tudo foi destruído por algo tão obscuro e furtivo que, quando a percepção veio, já era tarde demais: aquele mundo, conhecido por muitos e pacificado por poucos, já era parte da Era das Lendas.

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Era uma manhã de sol, uma como outra qualquer naquele continente tropical. Ele saíra cedo do Quartel General, as Torres de Marfim, ainda cheio de sono, em busca de uma lista de itens que a líder o havia obrigado a adquirir. O dia não tinha sequer raiado exatamente, e lá estava ele, entrando em uma carruagem em direção à Skalaholt.

Skalaholt, junto com Velatha e Nixine, compunham os três maiores reinos daquele continente, também compunham a trindade mercantil, responsável por ajudar outros continentes pouco afortunados com grãos, comida e outros itens cultivados em suas terras.

Dos três reinos, cada um tinha sua própria função: Velatha, por ser um reino élfico, cuidava das plantas e das sementes, responsáveis pelos medicamentos e cura das doenças ao redor do mundo.

No entanto, Skalaholt e Nixine, reinos humanos, eram os responsáveis pela agropecuária do continente, além de formar, respectivamente, Guerreiros e Magos. Nixine tinha a sede única da Ykphine – nomeada em homenagem à Deusa –, a academia onde se treinava os mais dotados em magia, que futuramente auxiliariam na proteção mágica de todo o continente, enquanto Skalaholt possuía a Ordem Vermelha, os mais destemidos e fortes cavaleiros que mantinham os monstros fora das cidades e fazendas.

Segredo das Chamas DouradasWhere stories live. Discover now