(Des)igualdade globalizante - Bruna Novais

167 39 16
                                    

Vivemos numa aldeia
Onde tudo é igual
Massificamos a beleza
O corpo ideal
Concentramos a riqueza
Nas mãos de quem sempre liderou
Às custas de muita pobreza
Do povo trabalhador

O pão de cada dia
Cada dia fica mais caro
E para o pobre a única alegria
É se ver aposentado
Porque trabalho é escravidão
Nesse mundo globalizado
E só quem tem opção
É o branco endinheirado

O consumismo é idolatrado
Pelas multinacionais
É por isso que a gente compra
E nunca se satisfaz
Porque o mercado quer o lucro
E de marionete ele te faz
Padroniza logo tudo
Que o povo compra mais

Igualdade é discurso
Da minoria inconformada
O que prevalece é a fome
Que se eterniza lá na África
E o pobre sem emprego
E a criança sem estudo
Enquanto isso no Japão
Saiu um novo produto

É de última geração
E ninguém vai se importar
Se aquele garoto descalço
Nunca viu um celular
Ou se o banquete dos empresários
Custou o suor de vários homens
Que se matam no trabalho
Só pra não morrer de fome

Vivemos numa aldeia
Onde todos são iguais
(Ainda que uns
Sejam mais iguais que outros...)

Autora: BrunaNovaisdeSouza

Uma Sociedade Marcada Pela PoesiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora