Capítulo 4

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--Me diga tio, o que está garota está fazendo aqui? _ perguntou raivosa enquanto quase me matava pelo o olhar. Parecia que em qualquer momento sairia fogo por suas narinas. Seria até cômico se não por Jorge entrar na nossa frente todo preocupado prevendo uma terceira guerra mundial.

--Chega de inplicansa Catarina, você acha que Ana estaria aqui se eu não permitisse? _ disse em um tom severo, que fez a Catarina surpreender. Parecia que ela não estava acostumada a ser repreendida por seu tio. --Por favor, pare de buscar briga ao todo instante, isso as vezes cansa.

--Tio... _ com falsidade olhou para ele com os olhos cheios de lágrimas. --Eu não fiz nada, por acaso você se esqueceu que foi ela que me bateu em frente de toda a escola.

--O que eu soube foi que era você que pediu um duelo, não ela. _ respondeu com sinceridade, mas isso deixou a Catarina de boca aberta e eu tive tampar a minha boca para não deixar risada escapar.

--Tio!! Por que você está a protegendo. Você deveria proteger a mim não esta estranha, você mesmo me disse que a daria uma lição mas até hoje não cumpriu a sua promessa. _ falou toda chorona tentando chamar a atenção do seu tio. Porém, quando ela fazia o seu teatro não percebeu que Jorge me olhou profundamente parecendo estar bastante arrependido e amargurado. Talvez ele se lembrou quando me chamou para sua sala após da briga e discutiu comigo e até deu um tapa em meu rosto. Eu pensei a mesma coisa e fiquei também com raiva e tristeza. Eu sei que ele foi motivado pela raiva e não me conhecia direito, mas, senti vontade de ser mais forte e ignorar ele por meses principalmente quando soube que foi a sua filha que ele bateu. No entanto, eu não consigo ignorar ele porque mesmo com seus erros, ele ainda é o meu pai. Quando se mora em um orfanato, na maioria das vezes deseja ter uma família. E ele se tornou a minha família, por isso, sorri para ele tentando transmitir que eu não presto mais atenção nessas coisas. --Tio você não está me ouvindo?

--Chega Catarina! _ parece que a paciência do Jorge acabou. Dava para ver que ele não queria repreende a sua sobrinha mas com existência da Catarina já estava quase impossível de suportar.

--Jorge já vou indo, depois conversamos mais. _ eu preferi ir embora antes que o clima aqui fique ainda mais tenso.

--Você... Como você pode chamar o verdadeiro nome do meu tio. Outros o chamam de Alfa você pelo menos deveria seguir a mesma regra. _ voltou a dizer Catarina. Eu não queria mas eu já estava quase indo para cima daquela cobra, minha paciência estava também quase ao fim.

--Por que preciso seguir as regras se eu tenho a autorização do Jorge? _ perguntei já irritada.

--Como alguém igual a você tem a auto...

--Catarina me diga o que você faz aqui mesmo? _ perguntou Jorge enquanto passava a mão em sua testa suspirando com impaciência.

--É mesmo, que bom que você me lembrou tio. Eu vim descobri sobre a festa que tanto os guardas ficam fofocando. Esta festa é para mim né? Ah, desculpa por estragar a surpresa sabe, mas eu estava tão ansiosa que eu não podia mais esperar e...

--Esta festa não é para você Catarina. _ respondeu a cortando. Mas parecia, que esta notícia a deixou bastante chocada, parecendo que seus olhos iam sair da cabeça.

--NÃO?? _ gritou indignada.

--Não Catarina, essa festa é para outra pessoa. E antes que pergunte, esta festa está destinado para Ana. _ falou tudo de uma vez e foi minha vez o olhar em choque. Não pensei que ele falaria a verdade, principalmente na frente da Catarina.

--O QUE?? _ não foi uma surpresa vê-la, se possível, ainda mais chocada e assustada. --M-Mas por que? Como ela? Por que você está fazendo isso tio?!?

--Eu faço isso porque ela é a minha filha! _ diz Jorge de repente, o que me assustou, porém, quem ficou mais assustada foi Catarina que se apoiou na parede para não cair. Além disso, sua boca abria e fechava várias vezes em busca de palavras e o choque foi tanto que sua pele ficou ainda mais pálida.

--O quê... _ murmurou não acreditando. Até quando perdeu totalmente o controle. --COMO ASSIM?? VOCÊ ESTÁ MENTINDO PARA MIM NÉ TIO? ELA NÃO PODE SER A SUA FILHA!! JÁ SEI! É UMA BRINCADEIRA NÉ? _ forçou uma risada, que não era nada bonito. E voltou a me olhar com aquele olhar mortal.

--Não é preciso gritar Catarina, e não é uma mentira, Ana é a minha filha e estou fazendo esta festa para comemorar seu aniversário e apresentá-la para a alcatéia, como minha filha e futura Luna. _ respondeu e tentou segurar em seus ombros para apoiar ela, mas foi evitado.

--Futura Luna? Mas a futura Luna sou eu! Você já tinha dito isso para mim tio!! _ diz raivosa.

--Desculpa Catarina, no entanto, como você sabe, antes eu não tinha ninguém, mas agora, tenho  uma herdeira, então ela será a única que vai herdar o título.

--Mas como você tem a certeza que ela é sua filha? Ela é apenas uma vigarista. _ falou. Ah, isso me irritou, e muito. Aos poucos me aproximei em seu rosto.

--Se você não acredita que eu sou filha dele ou não, o problema é seu, não é como se você pudesse mudar alguma coisa. _ falei rindo e eu a vi ranger os dentes furiosa.

--Espera Ana, eu juro que você vai me pagar! Eu te odeio!! _ falou com ódio e sumiu pela porta. E a sala voltou ao seu silêncio original.

             

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