2. You don't understand... He'll never leave me alone.

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Os meus olhos castanhos abriram-se. Por uns momentos tudo me pareceu turvo, porém, após alguns segundos, conseguia ver nitidamente.Estava deitada na minha cama. Quer dizer, na cama onde durmo todas as noites com o Robert. O seu cheiro era tão presente naqueles lençóis, o que me provocava arrepios. Olhei para o lado e os meus olhos encontraram os olhos húmidos do Ed. Ele estava a chorar. Por mim.

-Ed... - disse com uma voz fraca.

-Bella!

O seu rosto formou um enorme sorriso e os seus braços com inúmeras tatuagens de várias cores envolveram o meu corpo num abraço caloroso.

-Ed, o que é que aconteceu? Porque é que estás a chorar? - perguntei limpando uma lágrima que caía de um dos seus olhos. Ele voltou a sorrir.

-Hoje de manhã, ia a tua casa, convidar-te para vires tomar o pequeno-almoço comigo. A porta estava aberta. Eu achei muito estranho, porque não fazia sentido vocês terem dormido de porta aberta. Entrei e.... vi-te caída no chão. Percebi que estavas ferida e levei-te até ao hospital.

-Então porque é que eu estou em casa e não no hospital?

-Porque estava tudo bem contigo. O médico disse que irias acordar a qualquer momento e perguntou-me se eu te queria levar para casa ou se preferia que ficasses no hospital. Eu resolvi trazer-te para casa e... Bella, o que é que se passou? Foi ele, não foi?

-Quem? - perguntei. Claro que eu sabia de quem ele estava a falar.

-O Robert, Bella.

-Não, ele... - tentei mentir. Eu não queria que o Ed soubesse. Ele não se iria controlar. Iria bater no Robert. O Robert é perigoso. Eu só não quero que algo de mal aconteça ao meu melhor amigo.

-Bella, pára de mentir. Sabes há quanto tempo é que eu desconfio que ele te bate? Achas mesmo que eu acreditava nas histórias de teres caído, ou batido numa mesa ou numa cadeira?

-Desculpa. Mas eu... eu tive medo de te contar. - lágrimas apareceram nos meus olhos.

-Bel, não chores... Aquele gajo é um filho da mãe! Eu juro que quando o apanhar... Dou-lhe uma tareia que ele se esquece de onde vem!

-Ed, tu vais ficar quieto ouviste?

-Aquele gajo é um monstro! Não me podes pedir para não fazer nada!

-Por favor... - pedi, desta vez, num tom mais calmo e triste.

O Ed sentou-se na cama onde eu ainda permanecia deitada. Apertei-lhe as mãos quentes e suaves.

-Eu não quero que ele te magoe.- Admiti.

-Ao menos já tentaste acabar com ele?

-Sim... Depois da primeira agressão, mas ele ameaçou-te. Disse que se eu o deixasse quem sofria eras tu.

-Não, Bel... Tu não fizeste isso... Tu continuaste a ser maltratada por minha causa? Porquê?

-Porque és o meu melhor amigo. Eu não sei viver sem ti. Mas de qualquer maneira, o Robert vai continuar a perseguir-me.

-Dúvido... Quando eu te encontrei hoje de manhã, ele não estava lá. Nem ele nem as coisas dele. Provavelmente sabia que quando acordasses ias fazer queixa dele, ou então pensou que te tinha matado.

-Eu sei que o Robert me vai continuar a perseguir. Tu não entendes... Ele nunca me vai deixar em paz. - disse deixando escapar uma lágrima.

O Ed colocou-me uma madeixa de cabelo atrás da orelha e deu-me um leve beijo na bochecha.

-Eu não vou deixar que nada de mal te aconteça. Eu prometo.

Abraçámo-nos. Os braços do meu melhor amigo transmitiam-me tanta segurança.

Scars ll h.s.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora