CAPITULO SETE

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Acordei com o barulho da porta sendo esmurrada.

Fui andando pela casa com passos apressados, mas me sentindo muito zonza.

— Já vai, cacete! — Digo irritada.

Esfrego os olhos e abro a porta.

— Surpresa! — Darrell coloca a cabeça para dentro. — Vim passar o natal com você! — Diz daquele jeito animado dele.

Faço menção para ele entrar.

— Você podia ter esperado dar 10 da manhã, né? — Digo rabugenta.

— Louis, são 10:30 da manhã! — Arregalo meus olhos. — Você está com a cara péssima. Andou bebendo?

Amarro meu cabelo num coque bagunçado.

— Como assim já se passaram das 10 da manhã?!

Eu dormi tanto assim que não percebi? Nossa, eu realmente devo estar com a cara toda amassada, porque depois que Sean se foi, eu voltei a beber.... Foram só mais 3 cervejas, e então eu me joguei no sofá da sala.

Fui até o banheiro, lavei meu rosto e escovei meus dentes.

— Quem esteve aqui, Louis? — Darrell grita.

Saio do banheiro e ele está segurando as canecas que eu e Sean usamos ontem.

— Ninguém. — Minto.

Não queria contar que Sean veio aqui, Darrell iria ficar me zoando pelos próximos 30 dias com isso, e eu não estava com humor para tolera-lo.

— Sei... — Diz desconfiado. — Por um acaso não foi um playboy com um Corvette azul não né?

Engulo em seco, e disfarço o desconforto daquilo.

— Ninguém esteve aqui. — Digo ríspida. — E ninguém quer dizer, ninguém!

Ele ri.

— Eu esqueci de como você é mal-humorada de manhã.

— Darrell, vai tomar no cu, cara!

Dou a ele meu dedo do meio e me jogo no sofá.

Ele dá de ombros e leva as canecas de volta a cozinha, e então volta a sala e se senta ao meu lado.

— Serio, Louis, está tudo bem? — Ele pergunta preocupado. — Você parece cansada...

Respiro fundo.

— Eu estou bem, Dare. — Digo pensativa. — É só que as vezes a minha mente não me deixa descansar, mesmo quando eu estou dormindo. — Solto meu cabelo. — Parece que quando eu acordo, estou o dobro de cansada. — Dou de ombros.

Darrell me abraça de lado e beija o topo de minha cabeça.

— Você não precisa admitir, Louis. — Ele diz de um jeito carinhoso. — Mas acho que você se culpa demais por seu relacionamento não ter dado certo com o Mason, e sente ainda mais culpada por ao invés de ajudar seus pais, de alguma forma você acha que os atrapalha, ou que dificulta a vida deles em algum sentido.

Afirmo com a cabeça sentindo um pesar no meu peito, e então levo as mãos no rosto e começo a chorar. Meu amigo sem mais nada a fazer apenas me abraça mais forte e me deixa ter o meu momento de fraqueza.

Eu seguro muito o que sinto para mim mesma, sei que não é o correto porque isso pode te causar alguns males, mas simplesmente não consigo mais me abrir para ninguém, é difícil, porque as pessoas têm o habito de julgar o seu sofrimento como pequeno em relação a outros, mas nunca para pensar que quem sente é você, quem sofre é você e quem chora especialmente quando alguém diz que até seu sofrimento é inferior é você.

A garota deixada para trásOnde as histórias ganham vida. Descobre agora