--Ana eu fiquei pensando e decidi algo que quero que você saiba. _ fez uma pausa e carinhosamente colocou sua mão em minha cabeça. --Peço desculpa por tentar a forçar algo que não quer, eu deveria primeiro entender os seus sentimentos sobre isso.

--Sueli, eu sei o motivo para você me insistir a ir na festa, é para eu poder representar o meu pai e provar para todos que ele não está sozinho. Que eu estou aqui, a filha que voltou depois de estar muito tempo desaparecida, e que todos acreditavam que nem existia... _ falei e pousei por um instante para poder continuar. --Mas e se no lugar de me aceitar, eles me odiarem. Eu sou diferente deles, Sueli. Tenho medo que isso pode até prejudicar o meu pai, a alcatéia pode até virar contra ele e isso...

--Calma Ana. _ disse calmamente e colocou as suas mãos em minhas bochechas me fazendo olhar para seus olhos. --Você acha que Jorge se importa com isso? Você acha que eu me importo com isso? Ana, eu e o Jorge te amamos, e mesmo que a alcatéia fosse contra, ainda estaríamos ali ao seu lado, protegendo você com todas as nossas forças. Se for possível até pego a minha vassoura e deu cada um uma vassourada. _ diz rindo e eu a acompanhei imaginando a cena. E além disso, senti meu coração se aquecer com o seu amor.

--Será que é uma boa idéia? _ perguntei ainda com dúvidas.

--Você que vai decidi o que fazer. _ falou e se afastou depois de deixar um beijo na minha testa. --Mas, quantas vezes mais eu tenho que te dizer que você não é diferente Ana, você é apenas especial, você teve o dom que foi herdado da sua mãe, e da deusa. Então não tenha medo, se orgulha do que você é.

--Te amo _ falei de todo coração e um pouco mais aliviada.

--Também te amo querida. _ sorriu para mim e saiu do quarto logo em seguida me deixando pensar nas suas palavras com mais calma.

       Depois de ficar pensando por um longo tempo, finalmente pude tomar a minha decisão. Me levantei da cama e fui me arrumar para a festa. Tomei um banho, arrumei a minha roupa, que era uma simples calça jeans e uma blusa branca. Deixei o meu cabelo solto e colei pouca maquiagem. Apesar de ser uma festa para mim, não queria me produzir muito, se não eu me sentiria desconfortável.

       Depois de me arrumar sai do quarto e foi a na sala encontrando Rick e Mel sentado no sofá fazendo alguns desenhos. Quando me viram sorriram brilhantemente que era impossivel para mim não retribuir. Cheguei perto deles e deixei um beijo na bochecha de cada um. Depois encontrei com a Sueli do lado de fora da casa e que me encarava emocionada. Fui até ela e lhe dei um forte abraço em busca de proteção.

--Sueli estou indo, você também vai estar lá? _ perguntei.

--Claro, como eu ia perder este dia tão importante. _ respondeu animada e me enchendo de beijo na bochecha. --Agora vá, pois a aniversariante tem que chegar antes para se preparar.

--Tá bom, thau Sueli te espero lá. _ me afastei e fui na direção da trilha.

      No meio do caminho decidi passar na casa da Alice primeiro. Ela já tinha me passado o seu endereço mas até hoje eu não tive a chance de ir até lá. Chegando na alcatéia, fui caminhando a procura da casa. Só depois que andei por todo canto, finalmente consegui encontrar a casa. Era uma casa bonita, pequena, mas havia diversas flores no pequeno quintal. O que me encantou foi as rosas de diferentes cores que pareciam me chamar para tocá-las. Mas me controlei e toquei na campainha, de longe ouvi o grito da Alice dizendo que já vinha. Fiquei lá e até esperei por pouco tempo. A porta se abriu e encontrei olhei para a Alice que tinha uma toalha enrolada na cabeça e vestindo um pijama.

           No momento que ela me viu abriu os olhos em surpresa mas logo em seguida me pegou pelo braço e me arrastou para dentro da casa.

--Menina, você finalmente veio na minha casa. _ riu alegremente e me deu um forte abraço.

--Alice quem é? _ uma voz veio de longe, quando olhei na direção de onde a voz vinha, encontrei com uma senhora que seria idêntica a Alice se não fosse as rugas feitas pelo o tempo. Estava muito obvio para adivinhar quem ela era.

--É a minha amiga mãe. _ diz animada e me empurrando pelos ombros para ficar em frente da sua mãe. No entanto, quando sua mãe olhou para o meu rosto, seus olhos se arregalaram em choque. Eu sabia que ela reconheceu, não a mim, mas a minha mãe.

--Você... Como? _ ela estava me encarando bastante confuso e a mim eu só podia forçar um sorriso.

--Mãe, para de encarar as minhas visitas deste jeito. Até parece que você viu um fantasma. _ disse Alice depois de perceber meu desconforto.

--Desculpa é que você se parece muito com uma amiga antiga que eu conhecia. _ disse um pouco constrangida.

--Você fala da Kinbble né? _ respondi e a vi me olhar surpresa de novo. --Mas a Alice não me disse que a senhora já conhecia a Kinbble e que era amiga dela.

--E como eu iria saber?_ resmungou Alice.

--Claro que você sabia Alice, se lembra daquele vestido de baile que você pegou no porão, e que eu tinha guardado com muito carinho, então, era o vestido de Kinbble que fiz como presente da nossa amizade. _ falou com os olhos nublados pela lembrança, mas logo em seguida voltou a sorrir. --E como eu era a costureira da alcatéia já fiz muita roupa para nossa antiga Luna, se você prestasse mais atenção na minha conversa com certeza se lembraria Alice.

      Eu não pude deixar de rir, principalmente quando Alice fez um biquinho emburrada. Mas também fiquei muito surpresa com a descoberta. Eu não imaginava que a mãe da Alice era amiga da minha mãe, e que o vestido que eu fui no baile era o vestido era dela. Por isso era tão bonito.

--Mãe estamos indo para o meu quarto para a gente se arrumar para a festa da alcatéia. _ diz ela segurando no meu pulso e me arrastando na direção onde deveria estar o quarto.

--Como assim festa? Hoje não é o dia que Kinbble morreu? Como o alfa ia fazer uma festa? _ perguntou a sua mãe confusa. Alice parou no meio do caminho pego no flagra.

--Festa? Eu disse festa? Eu acho que a senhora ouviu errado. Eu queria dizer reunião na alcatéia. _ enrolou Alice.

--Sim, reunião, uma grande reunião. _ completei encarando o olhar desconfiado da senhora.

--Sei, e para isso vocês precisam estar tão arrumadas e animadas?

--Mãe! Já está bom de perguntas, temos que arrumar ou ficaremos atrasadas. _ diz Alice rapidamente e correu para o quarto me arrastado junto.

--Uffa, está foi por pouco, se permanecemos lá por mais tempo, nós acabaria estragando a surpresa. _ resmungou ela e jogou seu corpo na cama.

--Mas sua mãe está certa. _ falei fracamente enquanto sentava ao seu lado.

--Como assim? _ perguntou confusa e eu a olhei entrestecida.

--Hoje pode ser o dia do meu aniversário, mas também é dia em que a minha mãe morreu. _ falei sentindo meu peito se apertar. --Este é mais um motivo para eu não comemorar este dia.

--Ana você tem realmente azar de ter duas datas importantes, uma boa e uma má, cair no mesmo dia. Mas pensa por outro lado. Está alcatéia ficou anos se lamentando e chorando toda vez que chegava este dia. Claro que o motivo era muito importante, mas com a sua chegada finalmente está aldeia pode se animar e ter uma esperança. Além disso, ficaria ainda mais animada quando a Catarina caísse de cara no chão, quando te visse alí provando que era a filha do alfa. _ disse feliz, mas viu que não adiantou para me animar muito. --Será o que pode te animar... Já sei! Não esquece que você vai conhecer o seu companheiro hoje. E se o Hector aparecer e vocês tiverem aquela troca de olhares que deixa as garotas morrendo de inveja? _ diz com uma careta safada.

--Ele está viajando, nem se ele vai chegar a tempo. E mesmo se voltasse , não ia fazer a diferença. Ele não tem companheira. Então é impossível para mim. _ digo desanimada.

--Tem certeza? Não foi o que eu vi naquele dia no baile. Vocês pareceram que nasceram um para outro, eu ainda não sei como você ainda não percebeu.

--Alice, não é isso. Não importa como eu acredite, Hector não tem companheira, porque a companheira dele nasceu...

      A minha fala se interrompeu por causa do choque.

     Espere... A companheira do Hector nasceu morta...
      Mas eu...
Eu...
   Eu também nasci...

Minha loba 2Where stories live. Discover now