Capítulo 1

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Tic tac... Tic tac ....

O ponteiro do relógio andava e a cada batida meu coração acelerava um pouco mais, minhas mãos soavam, meu corpo tremia e eu suava frio. Estava a poucos minutos de ser entrevistada pelo delegado e eu já não tinha mais unhas para roer. Meu peito se inchou e a única coisa que eu queria era sumir. Olhei para os lados, notei a porta da delegacia aberta, olhei para frente e a secretaria não estava em sua mesa, eu estava sozinha na sala de espera, se eu sumisse ninguém notaria. Me levantei e joguei meu cabelo para trás e a lembrança de meu armário vazio me veio à tona, meus olhos se encheram de lágrimas e meu peito subia em um ritmo descompassado novamente. Levei meus dedos a boca mais uma vez e rezei a Deus para que isso passe logo. 

— Agora não, por favor. –Balbuciei enquanto corria até o filtro na tentativa frustrada de me distrair com algo, mas de nada adiantou, minhas pernas estavam bambas, eu estava tremendo e mal conseguia segurar o pobre copo de plástico em minha mão.

O nervoso era tanto, que eu já não tinha mais forças para segurar o copo, oh ceus, a que ponto cheguei? Não consigo me controlar, minhas mãos não me obedecem, começaram a soar. A  esse ponto você deve estar pensando, porque tanto nervosismo? aaah, eu te digo. Eu estou a segundos de ser entrevista pelo delegado Gonçalo. o responsável por resolver casos que se duvidar nem o FBI conseguiria resolver, o homem mais gostoso da cidade,  ai meu Deus que vergonha, mas é a verdade oras.  Dizem por ai que o apelido dele é molha calcinhas. Hahah, isso mesmo, dizem que só de te olhar sua calcinha fica melada. Oh jesus, vocês devem estar me achando uma depravada né? na verdade eu sou só uma garota com desejos e fantasia que não foram realizados. 

E olha, quem me dera que ele os realizassem. 

Tomei a agua, respirei fundo e então que eu consegui  ouvir as batidas de seu sapato no chão, conseguia sentir seu perfume amadeirado no ar e conseguia sentir seu olhar em mim. Não tive coragem de olhar, o cheiro de perfume com sabonete estava perto, meu Deus, me sentia fraca e olha que nem tinha olhado pra ele ainda, socorro.  Me forcei a levantar minha cabeça, e mesmo tremendo, abri meus olhos e o vi. 

Eu vi, o homem mais gostoso da face da terra, ali, parado na minha frente. Me olhando com as sobrancelhas grossas arqueadas, sua mandíbula quadrada, os olhos azuis, os mais azuis que eu já tinha visto, sua boca estava entreaberta e bom hálito se fazia presente. Ele devia ter uns 2 metros de altura, ele era muito alto, o terno não tinha nenhum amassado. 

Meu Deus, que homem!

Ele me olhava nos olhos, como se eu fosse uma presa, um coelho assustado fugindo do predador, sua feição por mais que parecesse irritada, eu olhava em seus olhos e eles  transmitiam preocupação. E pensar que minutos atrás eu estava bem sequinha srsrsrs, agora já não estou, eu estou molhada. 

Realmente, ele faz jus ao seu apelido, molha calcinhas.

E como molha, eu não tive coragem de falar nada, eu estava o secando desde quando saiu de sua sala, meu Deus, ele deve achar que eu sou uma depravada, mas bem que já deve estar acostumado né? 

—Perdão! –Sussurrei retomando meus sentidos. 

—Já  terminou a inspeção senhorita? —ele disse com aquela voz grossa que eu adoraria ouvir em quatro paredes.

Oh céus, o que esta acontecendo comigo? Balancei a cabeça afastando esses pensamento pecaminosos e cocei a garganta. 

—Sou Júlia, mas pode me chamar de Lia. –Disse com a voz tremula. —Vim para a entrevista para ser sua assistente. –Engoli seco e o olhei. —Me desculpe senhor, eu nem sei por que eu vim aqui, sei que não tenho as qualificações necessárias e necessárias para a vaga. Mas prometo que se faltar algo, tenho total interesse em aprender. –Disse determinada. 

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⏰ Última atualização: Nov 24, 2023 ⏰

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