As portas do elevador são abertas e Laura com uma pilha de livros parece um pouco desorientada.

Laura

- Você não pode ir para sua casa. - Antes mesmo das portas do elevador se abriu lá estava, Matheus vestido ainda com roupas de academia. O brilho em seus olhos uma mistura de malícia e desejo.

- Quem vai me impedir? - Eu não gostava quando alguém se achava no direito de dizer o que eu tinha ou não que fazer.

- Você só não pode ir. - Foi tudo o que ele grunhiu.

- Eu não tenho nada o que fazer aqui, Matheus. - Ele olhou para todos lados parecendo impaciente. Meus braços já doendo com todos os livros e base de trabalho da faculdade.

Passei por ele, que com um extremo incômodo se encontrava a minha frente , seu corpo tão próximo que conseguia sentir o cheiro do seu perfume e suor.

- O que aconteceu? - O peso foi tirado dos meus braços, seguido por o barulho da colisão com o chão.

- Alguém invadiu a sua casa. - Ele disse com tranquilidade. O que havia acontecido? Entro em casa para encontrar tudo em perfeita desordem, os sofás virados e rasgados, a mesa quebrada, assim como todos os outros móveis. Não me arrisco a entrar mais na casa. Me curvo para pegar o porta retrato da minha família.

Tinha vontade de chorar, de correr e gritar tudo ao mesmo tempo, o medo de quem havia feito isso voltar me fez entrar em choque por um momento. Ainda não havia conseguido superar o ataque que sofremos, a profissão do meu pai coloca toda a nossa família em risco. Não era fácil ser a filha de um juiz tão famoso como Isaac Ferreira.

- Você só precisará ficar dois dias na minha casa o síndico dará um jeito na fechadura e nas janelas, colocará tudo no lugar. - Levanto minha cabeça para encontrar Matheus ao meu lado, ele segura em minhas mãos me ajudando a levantar, a proposta dele pairando sobre o ar. Eu iria conseguir tudo o que desejei desde o primeiro dia que me mudei. Só que eu não queria dessa maneira, era como se eu estivesse a adentrar em um mundo perigoso e sem volta.

- Não. - Ouvi me dizendo, poderia ir para outros lugares, voltar para a casa dos meus pais é uma opção.

- Somos amigos ? - Ele parecia não ter entendido, as sobrancelhas quase se juntando.

- Eu te conheço a pouco tempo, não vou me mudar para sua casa. - Ele sorri de um jeito estranho.

- Isso é por pouco tempo e na minha casa existe um quarto de hóspedes, pelo que o síndico disse levará alguns dias para concertar o encanamento, você estará perto para acompanhar o concerto e ficará muito confortável lá.

- Sem chances...

Ele me segue até a minha cozinha, falando e falando sobre como seria patético eu ter que voltar para a casa dos mas pais apenas alguns meses depois de ter conseguido me mudar.

Uma hora depois carregava minha última bolsa para apartamento 214, a casa de Matheus Guerra. Era estranho entrar em um apartamento com o mesmo espaço e molde do meu, só que o dele é extremamente agradável e elegante.

- Você gostará de ficar aqui. - Ele pegou a bolsa da minha mão e seguiu por um corredor estreito que dava em uma porta pequena e sem maçaneta. Esse era o meu quarto onde estava a privacidade ? . Ele se virou para mim novamente um sorriso deixando o seu belo rosto ainda mais atraente.

- Você poderá organizar o quarto da sua maneira.

- Começando por uma tranca ou eu poço usar a cómoda?

Amor E Anarquia Where stories live. Discover now