Já estava na metade do meu picolé quando uma cena me chamou atenção. Paola caminhava de mãos dadas a um homem cabeludo e barbudo grisalho, meio esquisito. Paola definitivamente merecia algo melhor, mas nunca julgue pela aparencia. O que me dou em toda aquela cena foi o momento em que o homem que a acompanhava parou a mesma e a puxou para um beijo de cinema ali mesmo na calçada. No momento ouvi uma buzina do meu carro e corri para o mesmo. Pedi para que Fred não fizesse perguntas apenas me levasse para casa. Encostei a cabeça na janela e me permiti chorar, sei que não tinha esse direito, ela era apenas minha professora e nada mais, e era isso que ela sempre seria.
Cheguei em casa e fui direto para meu quarto me jogando na cama e abraçando meu travesseiro. logo Mané veio me fazer companhia e se deitou ao meu lado se aconchegando a meu corpo. Fechei os olhos e a cena da praça se repetiu em minha cabeça até que eu pegasse no sono.
***
Outra semana se iniciou e com ela o primeiro horário com Paola. Eu sei que ela não tinha a obrigação de falar que namorava, mas eu não podia evitar de ficar magoada e meio brava por saber, sou sagitariana, não me julguem.
- Se for pra matar alguém é só falar, anjo! -Raquel diz vindo me abraçar.
- Você fala isso pra todas! - Brinco beijando seu rosto.
- Por que será que está tão linda, hein?? - Pergunta sugestiva.
- Por que eu me sinto bonita, não me arrumo pra ninguém que não seja eu mesma. - Respondo seca entrando na sala em que Paola já se encontrava em sua mesa concentrada fazendo algo.
- Nossa alguém acordou bravinha! Conte-me tudo, não esconda-me nada.
- A @ é comprometida. - Bufo.
- Era bem estranho mesmo alguém como ela não ter ninguém.
- Eu sei, mas não consigo evitar de ficar chateada.
- Eu sei como é.. Vai pro lado. - Se levanta de sua cadeira e senta comigo na minha me abraçando. Deito a cabeça em seu braço que estava na mesa e a mesma encosta sua cabeça na minha enquanto me fazia cafuné.
Logo o sinal bateu e eu tive que deixar Raquel - a contra gosto - ir para seu lugar. Depositei um demorado beijo em sua bochecha rindo de seu rosto de desagrado por tê-la marcada com meu batom. Percebi que Paola nos encarava fixamente com uma cara não muito boa, mas pouco me importa. Peguei meu caderno e comecei a escrever alguns pensamentos para passar o tempo.
"Como es engraçado, amor.
Brinca, ilude, confunde e dá esperanças
Mas na primeira oportunidade joga-nos no chão.
Qual é o teu prazer?
Nos ver sofrer?
O que tens contra amores fáceis?
Sem dor, lágrimas e drama.
Por que não podemos apenas amar e sermos amados?
Agora eis a questão:
Reciprocidade? Por que não?
Por que apenas apareces para pessoas impossíveis?
Eis novamente seu fetiche pela dor.
Mas tu és o amor
Nada que fizeres muda nosso querer em tê-lo
Todos já sofremos por ti e mesmo assim o esperamos novamente.
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All Faces Of Love
FanfictionSe apaixonar por uma professora no colegial é inevitável. Esse sentimento ser correspondido é raro, mas não impossível. E em casos extraordinários um relacionamento nasce desse sentimento, ele cresce, evolui e nunca morre. Quem não queria ser um cas...
Capítulo 10 - O que eu sou para você?
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