Capítulo 10 - O que eu sou para você?

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Já estava na metade do meu picolé quando uma cena me chamou atenção. Paola caminhava de mãos dadas a um homem cabeludo e barbudo grisalho, meio esquisito. Paola definitivamente merecia algo melhor, mas nunca julgue pela aparencia. O que me dou em toda aquela cena foi o momento em que o homem que a acompanhava parou a mesma e a puxou para um beijo de cinema ali mesmo na calçada. No momento ouvi uma buzina do meu carro e corri para o mesmo. Pedi para que Fred não fizesse perguntas apenas me levasse para casa. Encostei a cabeça na janela e me permiti chorar, sei que não tinha esse direito, ela era apenas minha professora e nada mais, e era isso que ela sempre seria.

Cheguei em casa e fui direto para meu quarto me jogando na cama e abraçando meu travesseiro. logo Mané veio me fazer companhia e se deitou ao meu lado se aconchegando a meu corpo. Fechei os olhos e a cena da praça se repetiu em minha cabeça até que eu pegasse no sono.

***

Outra semana se iniciou e com ela o primeiro horário com Paola. Eu sei que ela não tinha a obrigação de falar que namorava, mas eu não podia evitar de ficar magoada e meio brava por saber, sou sagitariana, não me julguem.

- Se for pra matar alguém é só falar, anjo! -Raquel diz vindo me abraçar.

- Você fala isso pra todas! - Brinco beijando seu rosto.

- Por que será que está tão linda, hein?? - Pergunta sugestiva.

- Por que eu me sinto bonita, não me arrumo pra ninguém que não seja eu mesma. - Respondo seca entrando na sala em que Paola já se encontrava em sua mesa concentrada fazendo algo.

- Nossa alguém acordou bravinha! Conte-me tudo, não esconda-me nada.

- A @ é comprometida. - Bufo.

- Era bem estranho mesmo alguém como ela não ter ninguém.

- Eu sei, mas não consigo evitar de ficar chateada.

- Eu sei como é.. Vai pro lado. - Se levanta de sua cadeira e senta comigo na minha me abraçando. Deito a cabeça em seu braço que estava na mesa e a mesma encosta sua cabeça na minha enquanto me fazia cafuné.

Logo o sinal bateu e eu tive que deixar Raquel - a contra gosto - ir para seu lugar. Depositei um demorado beijo em sua bochecha rindo de seu rosto de desagrado por tê-la marcada com meu batom. Percebi que Paola nos encarava fixamente com uma cara não muito boa, mas pouco me importa. Peguei meu caderno e comecei a escrever alguns pensamentos para passar o tempo.

"Como es engraçado, amor.

Brinca, ilude, confunde e dá esperanças

Mas na primeira oportunidade joga-nos no chão.

Qual é o teu prazer?

Nos ver sofrer?

O que tens contra amores fáceis?

Sem dor, lágrimas e drama.

Por que não podemos apenas amar e sermos amados?

Agora eis a questão:

Reciprocidade? Por que não?

Por que apenas apareces para pessoas impossíveis?

Eis novamente seu fetiche pela dor.

Mas tu és o amor

Nada que fizeres muda nosso querer em tê-lo

Todos já sofremos por ti e mesmo assim o esperamos novamente.

All Faces Of LoveWhere stories live. Discover now