Harry. Ele era a razão de toda a minha confusão.

Mas antes que eu pudesse pensar sobre, Jimmy voltou a falar.

— Já conseguiu fazer uma música nova?

Música nova. Jimmy é dono de uma gravadora e disse que me ajudaria a realizar meu sonho de ser um idol se eu o desse uma música pra ele que valesse apena ele produzir. Acontece que minha cabeça sempre entra em branco quando eu começo a escrever. E quando consigo são coisas apenas melancólicas que eu trato de amassar e jogar no lixo. Mas eu não consigo evitar. Assim como não consigo evitar o vazio que estou sentindo ultimamente.

De uns meses pra cá nada parece estar fazendo mais sentindo. E tudo se tornou tão monótono.

Colégio. Ser popular. Sexo. Festas. Cigarro. Garotas. Frustrações. Meus pais sempre viajando.

E a única coisa que me fazia fugir daquilo tudo era Harry. E quando eu o via parecia que tudo se transformava em cores ao invés do meu mundo cinza. No qual eu não me lembro de quando começou a ficar tão vazio. Mas eu sabia que era algo como: De repente eu havia me tornado o garoto mais popular do colégio e do bairro, eu tinha tudo o que eu queria. Eu tinha festas, amigos e sexo. Mas no meio disso tudo eu acho que me perdi, pois nada do que era tão fútil me fazia ficar completo. Mas havia Harry. Meu melhor amigo me faz sorrir feito um idiota e me faz bem de uma maneira que eu não sei explicar, seu sorriso era capaz de completar todo o meu dia, ele me acalmava e me fazia ficar feliz. Quando eu me estresso por coisas bobas, ele está lá. Quando eu brigo com meu pai, ele está lá e me faz ver que eu também sou errado, assim como me faz ficar feliz. Quando eu tiro notas ruins ele está lá e me ajuda nas matérias que eu me perco por sempre me atrasar nas aulas. Quando eu simplesmente não quero viver no meu mundo de "O mais popular do colégio" ele está lá. Quando eu me refugio em sexo e cigarros e percebo que nada me faz ficar melhor do que ele, ele está lá, me cedendo uma parte em sua cama e me permitindo abraça-lo. Harry é maravilhoso.

E agora tinha a questão de estarmos tendo algo mais íntimo, eu estaria sendo hipócrita se dissesse que nunca reparei Harry com outros olhos. Quando tínhamos 12, eu reparei em como seus lábios eram rosinhas e em como eu tinha vontade de encostar meus lábios ali. Quando arrumei minha primeira namoradinha e eu imaginava ser os lábios de Harry. Quando Harry começou a ter mais curvas no corpo. Quando eu tinha 13 anos e Harry esqueceu sua janela aberta enquanto se trocava. Ele estava de costas e seu bumbum, que já estava grandinho, estava amostra pra mim. Naquele dia eu juro que tentei desviar o olhar, mas meus olhos se prenderam no corpo dele. Naquele dia eu senti pela primeira vez meu membro dar sinal de vida e a vontade que eu tive de toca-lo. Harry não sabe, mas aquela foi a primeira vez que me masturbei. E foi pensando nele.

E conforme eu fui crescendo a vontade que tive de beijar ele também cresceu. E agora, depois dos toques íntimos que tivemos, a vontade que tenho de transar com ele.
Porque seria mentira minha se eu dissesse que não imaginei várias vezes ele gemendo daquele jeitinho manhoso dele pra mim, enquanto eu estou dentro dele.

Mas todas as vezes que tenho esses tipos de pensamento eu me bato mentalmente, porque droga! Ele é meu melhor amigo.Porém, não acho anormal o que está acontecendo com a gente. E não acharia anormal um dia eu tirar a virgindade dele, veja, ele é muito atraente e ele quer que eu o ensine as coisas. Era como uma amizade colorida? Nada demais.

E o fato dele ser o único a me fazer verdadeiramente feliz era porque ele é meu melhor amigo. Apenas, e unicamente apenas por isso.

— Louis! Estou falando com você...— Jimmy disse. Estalando seus dedos na minha frente e me fazendo acordar dos meus pensamentos.

4 Rules - larryWhere stories live. Discover now