Capítulo 6 - Tudo aparenta estar ocorrendo de forma tranquila.

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-"Muito obrigado Victor!".

-"Disponha".

   Ela me olha, com seu olhar calmo, ficamos nos encarando, senti um alívio, todas as minhas preocupações haviam voado pelos ares, me senti bem como nunca. Senti-me com a alma totalmente alegre, mas algo acaba por interromper:

-"Esqueci de desligar a boca do fogão!".

-"Deixa comigo dessa vez".

   Ela riu. Seu sorriso era mais belo que a lua. Ela é tão perfeita, tão bonita... Leonardo Da Vinci fez a Monalisa apenas para concorrer...

-"Obrigada Victor. Então, vamos aumoçar?".

-"Claro".

   Aproveito a oportunidade, acelero o passo até a mesa no qual iríamos nos sentar. Puxo a cadeira, para que ela possa se sentar:

-"Muito obrigada!".

   Rapidamente ela retribui com um sorriso que me desmonta por inteiro:

-"O cheiro está bom!".

-"Veja então se o sabor está tão bom quanto o cheiro".

   Nossa! Esse arroz ficou muito bom, macio:

-"Então Victor, como vai a vida?".

-"Vai bem! A sua, como vai?".

-"Vai muito bem também".

-"A comida está ótima!".

-"Obrigada! Então, eu tava pensando aqui, você... Você está solteiro?".

-"Sempre livre, leve e solto".

-"Hmm... Não sei como alguém tão bonito e gentil como você, ainda não tenha um relacionamento desses".

-"Você acha?".

-"Sim... E muito!".

-"Obrigado!".

Ela está me olhando, com um brilho nos olhos, já faz um bom tempo:

-"Pati, não vai comer?".

-"Ah! É mesmo! Eu estava pensando umas coisas aqui... Hihi".

-"Que coisas? Coisas minhas, deixa quieto".

   Ela parece ter ficado um pouco tímida, não parava de me observar, com esses olhos tão belos...

   Ficamos lá, comendo e conversando um pouco sobre os estudos.

   Terminada a refeição, levanto lentamente, com meu prato na mão:

-"Estou satisfeito, estava muito bom!".

-"Pode deixar que eu levo!".

-"Não precisa, eu levo".

-"Tudo bem".

-"Onde está a esponja?".

-"Esponja?".

-"Sim, pra lavar a louça".

-"Ah não! Pode deixar comigo!".

-"Oh! Vamos fazer assim, eu lavo, você seca".

-"Tudo bem então".

   Em meio a tarefa, acabo por brincar com ela, deixando um pouco de espuma na ponta de seu nariz. Ela ri, mas me arrependo logo em seguida, pois ela descobre meu ponto fraco... Cócegas!

-"Hahaha, para Patrícia! Hahaha!".

-"Haha!".

   Estamos nos divertindo, a risada dela é música para meus ouvidos, alguém que é tão bondosa como ela, estar feliz, por minha causa, me faz ainda mais alegre e realizado.

-"Terminamos, Victor!".

-"Toca aqui!".

   Ela bate em minha mão, para comemorar:

-"Então Victor, você assiste alguma série?".

-"Não muitas".

-"Eu assisto quando tenho um tempinho livre. O que acha de assistirmos um pouco?".

-"Adoraria!".

-"Beleza, vou no meu quarto, já volto!".

-"Tudo bem!".

   Patrícia vai rapidamente até seu quarto, e chama por mim:

-"Victor! Pode me ajudar aqui?".

-"Claro!".

   Vou rapidamente até seu quarto. Ela está tentando alcançar um cobertor, no alto de seu armário, mas não alcança. Eu, como de costume, não perco a oportunidade de uma boa piada:

-"Não alcança? Minionzinho!".

-"Hahaha! Bobo, me ajuda aqui".

-"Deixa comigo!".

   Chego até o guarda-roupas, estico meu braço... E nada, eu não alcancei. Fico na ponta dos pés, mas não consigo da mesma forma:

-"Agora quem é o 'minionzinho'? Hein, Victor?".

-"Er...".

-"Olha só, deu até vontade de morder as suas canelas!".

-"Hahaha! Cuidado, ela 'moide' ela!".

-"É! 'Moido' sim!".

-"Então, como que vamos fazer pra pegar o cobertor?".

-"Deixa eu pensar...".

   Começo a pensar, junto à ela. Patrícia me surpreende com um plano:

-"Já sei, Victor!".

-"Me fala".

-"Você consegue me levantar, na altura dos seus ombros, talvez eu consiga alcançar".

-"Tem certeza?".

-"Não... Mas não temos nada à perder!".

-"É, vamos nessa então!".

   Agacho para que que suba em mim, mas a perna dela é bem curta, sofreu um pouco para subir, então com as suas mãos, coloca sobre meu peito, usa de apoio para subir. A mão está indo cada vez mais para baixo. Está sobre minha barriga. Acaba por desequilibrar, e a mão vai um pouco mais para baixo:

-"...".

-"Desculpa, Victor! Juro que foi sem querer!".

   Ela me olha, de forma estranha, como alguém que não sabe se da risadas, ou sente ainda mais vergonha:

-"Tudo bem!".

-"Vamos tentar de novo?".

-"Vai mais devagar da próxima vez".

-"Tá bom! Haha!".

-"Haha!".

   Ela consegue subir em meus ombros:

-"Alcancei!".

-"Ótimo, agora puxe!".

   Ela se inclina um pouco mais perto do armário, assim, me pressionando de uma forma estranha, para dentro do gurda-roupas.

   Patrícia joga o cobertor para trás:

-"Conseguimos!".

-"Isso mesmo, conseguimos!".

   Ela passa a mão em meu rosto, olho pra cima, vejo ela me olhando com o mesmo brilho nos olhos. Pati sorri, eu faço o mesmo.

-"Desca uma perna antes da outra!".

-"Okay!".

   Me agacho um pouco, lentamente, para que ela possa descer em segurança. Patrícia chega ao chão, mas continua com os braços sobre meus ombros, fica na ponta dos pés. Estranhando o clima, olha para meu lado esquerdo, vejo ela com a cabeça escorada em seu próprio braço. Ela aproxima os lábios, lentamente dos meus, fecho meus olhos. 

Despertar de uma chamaKde žijí příběhy. Začni objevovat