- Como sabe nossos nomes? – perguntou Vitor – e como saímos daqui, tem que ser rapi... – mas foi interrompido

- Sei o que Sirius está passando agora, as noticias correm, o imperador vai executa-lo ele mesmo. Somos amigos, Sirius e eu – Morpheu estava perdido – não lembra-se de mim garoto?

Vitor tentou recordar aquele rosto velho e duro, mas por mais que se esforçasse não conseguia se lembrar da face daquele homem.

- Desculpa vovô – Alice interrompeu os pensamentos de Vitor – eu passei os últimos dez anos da minha vida presa nesse lugar, estamos em um estabulo, você podia dar um cavalo para eu fugir? Seja lá onde eles estiverem

- apenas tenho o meu cavalo aqui, e infelizmente você não poderá monta-lo sozinha – o velho olhou com seu olho bom para Alice – mas poderá cavalgar nele acompanhada de Vitor.

- Por quê? – a garota parecia indignada e quase com repulsa da ideia de cavalgar junto com Vitor

- Acompanhem-me – quando disse isso Morpheu já estava caminhando em direção aos portões dos estábulos.

Os dois o acompanharam, chegando aos portões tentaram ajudar o velho, mas não parecia necessário, pois com uma mão ele abriu a porta de correr. A luz do sol era forte do lado de fora, para Alice aquilo era ouro, mas não deixava de ser um deserto seco de pedra vermelha se estendia a frente, montanhas e rochas menores estavam à frente da mansão flutuante de Lucio, mas não havia nenhum animal ali, talvez uns abutres muito grandes acima deles, mas nada muito maior para ser montado. Então Morpheu tirou a luva da mão direita, mostrando uma mão calejada e cadavérica, dedos longos e enrugados que foram rapidamente levados a sua boca, mais precisamente o indicador e o polegar.

O velho assoviou, um sopro que parecia cortar o ar seco à frente, por alguns instantes nenhum som foi ouvido, nem os abutres à cima e nem os irmãos de Vitor a baixo emitiram som algum. Mas logo era possível ouvir galopes e relinchos, baixos e distantes. Ao longe uma figura surgiu correndo rude e pesadamente em direção a eles, estava galopando no ar, um cavalo cadavérico, branco com uma crina dourada e um par de asas de no mínimo três metros cada uma, um Pégaso, criaturas já extintas, achava Vitor.

- Eu sou Morpheu, os quatro reis certa vez quase entraram em conflito – começou Morpheu observando ao longe seu Pégaso se aproximava cada vez mais rápido – por isso eu e mais três criaturas fomos convocados pelas entidades que nos abençoaram com novos poderes e novas identidades...

- A Ordem – disse Vitor aterrorizado, agora entendia por que Levi tinha medo dele, aquele homem tinha a capacidade de matar qualquer criatura sozinho – são quatro cavaleiros que visam manter a paz entre os quatro reis e reinos, são tão poderosos quanto os reis, talvez mais... – se interrompeu – não, mais poderosos

- Ouvi falar de vocês na prisão, e qual bênção você recebeu?

O Pégaso aterrissara ao lado de Morpheu, ele pegou um bastão que o cavalo carregava.

- Eu, Alice? – o velho bateu o bastão no chão, sombras como as de Vitor passaram pelos pés deles saindo do local onde Morpheu bater. O bastão havia se transformado em uma enorme foice de 3 metros de altura, com duas laminas e feita em madeira negra – represento a morte

As roupas de Morpheu também mudaram, as roupas de xerife deram espaço para um manto negro que o rodeava, não era feito de pano e sim de sombras e trevas. Nuvens começaram a se formar sobre suas cabeças, o poder que Morpheu exalava era incrível, sereno e chamativo. Vitor e Alice estavam estáticos. "A Ordem" eram lendas por todos os reinos, ninguém nunca os vira e muito menos sabia a raça a que eles pertenciam, muitos diziam que eram apenas lendas para crianças

Vitor Salavar - Os Quatro ReisWhere stories live. Discover now