– Bem. – Comento chamando a atenção de todos. – É que... a Barbie queria falar uma coisa para vocês.

Felipe levanta o olhar e finalmente encara a garota de óculos escuros. Vejo uma pequena tonalidade rosada tomar conta do rosto dela e Nina não parece nada animada.

– Vai nos expulsar da nossa faculdade também? – Nina fala seriamente.

Barbie fita o rosto de Nina enfurecida e retira os óculos revelando seus olhos azuis claros. Se ela tivesse uma arma com certeza usaria agora.

– Na verdade... – Ela engole em seco. – Eu queria pedir desculpas para vocês. – Ela fala com dificuldade. – Eu estava um pouco fora de mim aquele dia.

Vejo o rosto de Felipe se tranquilizar um pouco. Nina revira os olhos e olha para o céu.

– Felipe? – Barbie questiona em busca de uma resposta.

Antes que ele possa responder Nina toma a dianteira.

– E o que acontece depois? Você vai usá-lo para resolver seus probleminhas? Acho que ele já se cansou de ser colocado de escanteio. – Nina coloca uma mão sobre o ombro de Felipe.

Vejo Barbie se constranger a minha frente e tenho ódio de Nina por isso. Felipe ainda parece engasgado sem saber como reagir.

– Vamos Felipe, você não precisa de alguém que te trate mal. – Nina fala com doçura.

A cara de revolta surge de novo em Barbie e agora eu tenho certeza que ela prenderia a garota em outro banheiro se fosse possível.

Ainda cabisbaixo Felipe dá um passo em direção ao seu caminho de casa e Nina o acompanha tranquila. Os dois se distanciam e nos três apenas olhamos sem poder fazer nada.

– Dá um tempo para ele. – Luca fala para ruiva. – Ele vai te perdoar.

Barbie endireita a postura e coloca seus grandes óculos escuros novamente no rosto.

– Não importa. – Ela fala. – Eu não preciso me humilhar desse jeito.

Vejo suas mãos se posicionarem em sua cintura, mas eu sei que isso a entristeceu profundamente.

– Sinto muito. – Digo.

– Ele vai se arrepender de escolher essa nerd lutadora de Kung Fu.

Barbie se despede rapidamente. Não gosto de deixá-la sozinha em uma situação assim. Tento a convencer a ficar, mas não adianta. Ela dá de ombros e se volta para o táxi que já estava parado a esperando. O carro dá partida e ela apenas se vai.

Luca passa um dos braços envolta do meu ombro e sorri ainda de aparência cansada.

– Você está derrubado. – Digo brincalhão.

Ele me olha e acena lentamente sorrindo.

– Bebi até tarde ontem.

Claro...

– Com o Brendon? – Pergunto.

Ele assente outra vez e dá uma risada. Meu estômago se revira. Eu não gosto que Luca fique por aí com ele, mas não posso fazer nada. A verdade é que não confio em Brendon.

Andamos um pouco em direção à rua e paramos repentinamente.

– Vai lá em casa hoje mais tarde? – Luca pergunta depois de bocejar.

Normalmente eu tenho evitado encontros triplos, mas eu estava nervoso. Se Brendon queria mesmo ficar entre nós ele que estivesse preparado para me encarar também.

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