End Of The Day - 1

When everything stops.

-Um primeiro encontro nunca é fácil Lolo, mas Harry parece ser um cara legal. Ele vai saber o que fazer.
-Esse é o problema. Ele é Harry Styles e eu apenas Lauren. -dei de ombros- Tenho medo.
-O que sente?
-Tenho medo de me apegar demais e ele não ser assim, não ter interesse, eu não sei. Ele é famoso, tem o mundo, meu emprego depende dele agora...
-Ah Lauren, ele não me parece do tipo que engana e sai.
-Nunca saberemos. E as fãs dele? Você não espera que reajam bem, espera?

Alice pareceu pensar por um segundo e...

-Ok, certo, você está pensando demais. Nada aconteceu ainda e você já está pensando demais. Talvez ele só esteja sendo legal, não é um encontro até que um de vocês diga, certo?
-Eu não... Sei? -gargalhei-
-Vamos encontrar alguma roupa.

Beatriz havia chegado logo depois, com duas bolsas cheias de roupas e opções. Eu selecionava algumas roupas e as colocava em frente ao meu corpo, no espelho do corredor.

-Vocês acham que isso é uma boa ideia? Ele é meu chefe.

E os pensamentos ansiosos me atingiam de novo.

-Você quer sair hoje? Está se sentindo confortável?

Bia perguntou primeiro, me fazendo refletir.

-Confortável com ele, desconfortável com todo o resto.
-Bom, ele é famoso, eu não sei como são pessoas famosas.
-Nem eu... -afirmei-
-Mas só há uma forma de descobrir. Indo.

Passamos a tarde decidindo o que usar e o que não fazer sobre hipótese alguma. Ensaiamos sobre como reagir caso alguém quisesse me matar, ou caso eu também ficasse famosa da noite pro dia.

Já estávamos cientes de que meu nome, junto com o resto do pessoal, estava rolando pela internet.

Não havia uma mensagem sequer dele para mim, eu não mandaria primeiro também.

-Deixe-me te ajudar.

Alice se ajoelhou atrás de mim na cama, separando meu cabelo por mechas, se solidarizando com meu olhar de pavor.

-Se eu não distrair minha mente vou ter uma crise de ansiedade e estragar tudo.

Eu tinha sentimentos estranhos dentro de mim. Ansiedade, insegurança, medo.

Não era como se eu nunca tivesse saído com outros caras antes, eu obviamente já tinha, mas naquele momento era incomum.

Era o medo de errar, de não parecer boa o suficiente, de ser vista.

Eu havia conhecido Harry em um dia e no outro já estávamos trocando mensagens, era assim que deveria funcionar? Era assim que pessoas famosas se relacionavam com outras?

Harry tinha algo que o tornava diferente dos demais, todo mundo que o conhecia sabia. Pareceria clichê, e de fato era, mas eu não saberia dizer se ele tratava todas as pessoas daquela forma. Ou garotas.

Harry me dava atenção e até me ofereceu ajuda quando mais precisei, eu não esqueceria tais coisas tão fácil. Nossa conversa era tímida, mas natural, inocente, porém boa.

A forma como ele me contou sobre sua vida, sobre seus pais, como sorriu ao se lembrar de sua amada mãe, das coisas bizarras que já recebeu na estrada, ele prestava atenção nos detalhes.

Eu vestia uma calça alta de couro escura e uma blusa justa na mesma medida. Nos pés eu calçava uma bota de salto baixo preta, cheia de glitter, da forma como eu amava.

-Eu não quero ser vista, essas botas não me passam essa segurança.

Beatriz riu, negando com a cabeça.

-Você não vai ser a única lá, relaxa.

Havíamos entrado em um consenso de não passar muita coisa no rosto, para não sobrecarregar ou mesmo assusta-lo.

Fisicamente eu estava pronta.
Emocionalmente, não.

-Vamos fazer uma aposta, Harry é do tipo misterioso que se atrasa ou do tipo cavalheiro que chega no minuto exato?

Gargalhei, colocando as mãos no peito inquieto.

-Algo me diz que ele é do tipo cavalheiro. -olhei o relógio no pulso- Descobriremos muito em breve, inclusive.
-Amiga... Você está linda, deslumbrante!

Joguei uma almofada nela, não sabendo como reagir ao elogio.

-Devo comer alguma coisa?
-Não, ele com certeza vai pagar algo. Ele é rico, você vai descobrir o que os ricos comem!
-Nossa Alice!

Bia a repreendeu, rindo.

-E se...

Tentei dizer, mas o barulhinho do meu telefone havia me paralisado. Arregalei os olhos, olhando para elas, com medo da tecnologia em minhas mãos.

-Olha!
-Lauren, olha logo!
-Eu não... Não consigo.

Falei com a voz trêmula. Como num pulo ambas as meninas correram em minha direção, puxando o telefone de minhas mãos.

H: Te esperando. H.

-Ai meu deus do céu Lauren, é ele.

Bia esticou o celular para que eu visse também.

-Você precisa ir, respira.
-É sério, está respirando?

Alice mantinha ambas as mãos em meus ombros, chacoalhando-me.

-Não tenha medo de ser vista, ele deve saber como lidar com isso.
-Se ele quiser te beijar, beije ele entendeu?

Elas atropelavam uma a outra e tudo o que eu conseguia pensar era que de fato estava acontecendo. Rápido demais. Incomum demais. Mas estava acontecendo. 

-Agora vai, ele está te esperando!

Bia disse acenando para mim quando a porta do elevador se fechou entre nós.

O elevador parou e junto com ele o meu coração. Respirei fundo algumas vezes e saí bem devagar, avistando a porta de vidro a minha frente.

Foi então que eu avistara um cabelo castanho familiar, meio bagunçado, meio cacheado, concentrado no movimento em que as flores faziam ao ter a brisa batendo nelas.

Olhei para ambos os lados, como se esperasse algum fotógrafo fofoqueiro ali, e me aproximei em silêncio.

Tarde demais. Pude ver a linha de suas maçãs do rosto, seguida pelas covinhas de suas bochechas e lábios rosados enquanto ele sorria.

Desviei o olhar rapidamente, quase odiando a maneira como senti meu corpo esquentar ao ver Harry.

Eu não teria tempo para recuperar a respiração.