Prólogo

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Papai e mamãe estão conversando baixinho no escritório enquanto eu e James estamos na sala vendo TV. Papai chegou a casa muito inquieto, não sei o motivo, mas James deve saber de alguma coisa, pois está tentando me distrair. Ele sabe que, se não estivesse aqui comigo, eu estaria escutando a conversa por trás da porta.

- James, por que papai está agitado? E por que ele e mamãe se trancaram no escritório?

- Bella, isso é assunto de gente grande. Se papai quisesse que soubéssemos, já teria nos falado.

- James, eu estou com uma sensação ruim - falo com lágrimas nos olhos.

James me puxa para si e me abraça forte.

- Não fica assim, Bella, não é nada. Daqui a pouco passa.

Eu sou muito apegada ao meu irmão. Ele tem 16 anos, enquanto eu tenho dez. Ele sempre cuida de mim, nós temos uma família muito unida. Papai e mamãe sempre nos priorizam em tudo, minha mãe sempre cita uma frase: a maior riqueza que temos no mundo é a família. Sempre tem sido assim.

Eu ouço barulho de carro do lado de fora de nossa casa, e papai e mamãe saem às pressas do escritório.

- James, quero que você pegue sua irmã e se esconda no fundo falso embaixo da escada - diz papai ao meu irmão.

- Pai, o que está acontecendo?

- Filho, só faz o que estou lhe pedindo, e não saiam de lá por nada, estão me ouvindo?

Meu pai está com lágrimas nos olhos. Ele vem até mim e me dá um beijo e um abraço bem apertado.

- Te amo, minha molequinha. Agora vai com seu irmão e fica bem quietinha, OK?

Mamãe também me abraça chorando.

- Te amo, filha.

- Mãe...

- Vai com seu irmão agora.

Meus pais abraçam meu irmão e mandam a gente entrar embaixo da escada. Assim que entramos, a campainha toca. De onde a gente está, dá para ver a sala. Mamãe está sozinha, mas logo em seguida aparece papai seguido de tio Andrew e mais uns caras que não conheço.

- Olá, Megan - cumprimenta tio Andrew. Ele é um amigo muito querido dos meus pais, acabei o apelidando de tio. Tio Andrew também é dono da empresa junto com o papai.

- Olá, Andrew - fala mamãe um pouco ríspida. Não entendo o porquê de ela tratar o tio Andrew dessa maneira.

- Estou vendo que o William já falou com você.

- Como você pôde, Andrew? O William vai à polícia amanhã denunciar você. Você nos enganou, mentiu para nós.

Tio Andrew dá uma risada sinistra que eu nunca tinha ouvido sair dele.

- Ah, querida Meg, como você está enganada se pensa que vou deixar vocês fazerem isso.

Os caras que estão com Andrew puxam suas armas e as apontam para meus pais. Nesse momento quero gritar, mas meu irmão tapa a minha boca. Lágrimas caem no meu rosto, bem como no do meu irmão. Estou apavorada. Tio Andrew não faria isso, faria?!

- Onde estão as crianças, William? - pergunta Andrew.

- Foram dormir na casa de um amiguinho deles.

- Mesmo? Verifiquem se há mais alguém na casa.

Dois homens sobem ao andar superior e começam a nos procurar enquanto os outros procuram no térreo. Eu e meu irmão ouvimos coisas sendo quebradas no andar de cima e estamos vendo nossos pais chorarem muito. Quero sair daqui, mas não posso; James me segura fortemente. Quando tento me mexer, ele fala com a voz embargada:

Entre a destruição e o amor # Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora