Capítulo IV

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- Valquíria.....

Christopher Susi

Viro para trás e vejo Luna me encarando novamente, mulherzinha insolente que não cansa de me afrontar!

No momento que a vi já sabia que teria problemas. Humaninha corajosa ela, não sabe o perigo que corre se eu me estressar totalmente.

Mas o que tem de petulância tem de beleza, nunca tinha visto uma mulher tão bonita como aquela, morena, rosto em um tom pardo de leve, olhos castanhos escuros mas tenho certeza que quando está no sol da pra ver melhor. Boca rosada como lábios canudos...

Eu não sei o que eu estou falando! Devo estar louco de estar falando assim dela, mas ela me tira do sério! Não tem como não pensar.

Chego em minha casa e deito na cama. Finalmente encontrei a peste da minha irmã. Ela não quis me contar o que aconteceu e veio com uma historinha que queria ser livre e viajar.

Conta outra!

Ela adora isso aqui, desde pequena sempre gostou de morar em Kylä e nunca falou de sair. Tem algo errado aí e eu vou descobrir o que é.

Alguém bate na porta, tenho certeza que é Dona Benedita, até hoje eu não entendi o porquê ela deu emprego para uma humana e tenho certeza que foi pra Luna, ela é quase a única humana aqui.

Kylä é dividido em dois, o lado dos humanos e o lado dos lobisomens que pertence a mim. Nenhum humano chega aqui ou entra. Se entra é retirado imediatamente.

Não consigo sentir o cheiro da Luna, deve ser muito bom, mas algo atrapalha, algo me impede, isso nunca aconteceu. Deve ser por isso que ninguém tirou ela daqui ainda, ninguém consegue sentir o cheiro dela.

- Pode entrar. - Digo e Dona Benedita aparece com um sorriso largo no rosto. Ela veio do Brasil para cá depois que seu companheiro morreu. Não, ela não é uma loba e sim uma bruxa.

Eu considero ela como mãe depois que a minha morreu no parto de minha irmã, sinto falta de Anastácia, minha mãe. Mas não quero falar sobre ela agora.

- Pher, trouxe uns biscoitinhos pra você e suco, você não comeu o dia inteiro quase meu menino, precisa se alimentar para ficar forte.

- Bene, não precisa disso, não estou com fome. Mas obrigado mesmo assim.

- Vou deixar aqui em cima se mudar de idéia. - Ela deixa em cima da mesinha que fica perto da janela.

- Tudo bem. - Digo e a encaro, ela sorri e depois senta perto de mim na cama.

- Parece bravo, o que aconteceu dessa vez.

- Teny voltou. - Digo frio e a raiva volta.

- Eu sei, já estou sabendo. Mas está bravo só por causa disso?

- Também tem uma humana petulante que veio junto, o mulher pra tirar o sério.

- Vejo que já conheceu a Luna.- Ela sorri e eu a olho surpreso por ela acertar, é claro que ela sabe.- Não se precipite Christopher, não sabemos se ela realmente é humana.

- Que seja! Mesmo assim ela ousa a me afrontar. Sempre tem uma reposta na ponta da língua! - Digo e lembro de como ela me afrontou desde o princípio, ela estava com um pau na mão, muito boba de achar que iria se proteger com um mísero pau.

Mas eu admiro sua coragem, deu vontade de rir da cara que ela fez quando falei da toalha. Sorte a dela que não caiu do seu corpo, eu não ia me segurar se isso acontecesse.

Não, ia sim, nem ferrando eu quero ter algum tipo de relação com ela, não daria certo.  E bem, ela ia ter que querer também, mas provavelmente não ia resistir a mim.... ou ia?

LUNA RYHA DEGUSTAÇÃO Onde as histórias ganham vida. Descobre agora