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Eu me entrego totalmente nas coisas que eu escrevo, eu me sinto totalmente livre, pois minhas palavras quase nunca alcançam alguém importante ou um grande número de pessoas. Não, o alguém importante que eu digo não é alguém como um artista famoso ou um poeta legal. É apenas alguém presente na minha vida.
As pessoas ao meu redor não me conhecem, quero dizer, daquela forma profunda de conhecer meus detalhes, não esses superficiais como esses sinais do lado esquerdo do meu rosto, mas sim o modo como eu costumo observar o céu ou as estrelas, ou como eu costumo deixar minhas lembranças marcadas em coisas simples, como em um graveto. Ah, o graveto, este me lembra perfeitamente as idas ao sítio da minha avó, onde eu subia morros sozinha e quando chegava ao topo gritava, gritava só pra esvaziar com a esperança de que Deus estivesse a me ouvir, pois em um morro próximo a este que eu subia, tem uma pequena igreja, eu sentia que Deus estava ali, nos raios de sol do entardecer que deixavam as paredes desta igreja alaranjadas de uma forma tão linda e simples.
Enfim, por mais enrolado que isso esteja, eu só quero dizer que eu me entrego muito aos textos como jamais me entregarei as pessoas.

       Maisa Moura

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