Eu via em seus olhos que ela me desejava, mas eu pude sentir naquele beijo e na forma como seu corpo se comportava, que o seu desejo era grande. Não tão grande como o meu, mas era grande.
Segurei mais forte entre meus braços e a coloquei sentada numa bancada de mármore que tinha naquela sala. Lizzy ficou entre minhas pernas e me olhou com os olhos cheios de desejo. Segurei sua nuca com força e a trouxe para mim devorando novamente seus lábios vermelhos e inchados.
Ela sorriu docemente gostando da minha atitude e eu não pude controlar meu sorriso também.
Eu me surpreendi com aquelas sensações e com o que Lizzy poderia fazer comigo, afinal, estávamos “juntos” há poucos minutos e ela, como prometido, me deu motivos para sorrir.
Eu já estava sem fôlego, querendo muito mais do que um beijo e quase gozando em minhas calças quando ouvi as pessoas começarem a contagem regressiva. Eu não dei a mínima pra eles e ela também não e continuamos a nos beijar. Pouco tempo depois ouvimos a explosão de fogos de artifícios e a gritaria das pessoas. Pensei que Lizzy ia querer se juntar a elas, então a apertei ainda mais em meus braços para que ela não pudesse sair dali.
Lizzy respirou fundo, interrompeu o beijo e me encarou com um enorme sorriso nos lábios.
- Feliz ano novo Caim.
- Feliz ano novo Lizzy.
Seu sorriso aumentou ainda mais, ela me deu um leve beijo na boca e pulou da bancada segurando minha mão e me puxando para fora da sala.
- Vem vamos ver os fogos.
Eu não tive como negar, na verdade eu não quis negar. Ela estava tão eufórica, tão feliz e eu não queria estragar aquela felicidade que estava me contagiando.
Sem se importar com nada nem com as pessoas Lizzy saiu correndo de mãos dados comigo e sorria feito uma criança feliz.
Atravessamos todo o salão e paramos de correr assim que chegamos na beira da piscina onde todos estavam rindo, e olhando os fogos.
Lizzy parou do meu lado e sem largar a minha mão olhou para o céu e admirou o show de luzes e brilhos no céu estrelado
Os fogos iluminavam seu rosto e faziam seus olhos brilhar. Eu não conseguia tirar meus olhos dela.
Lizzy era linda e naquele momento nem parecia àquela menina marrenta que me irritou o tempo todo. Ela tinha um semblante calmo, tranquilo. Transmitia tranquilidade e alegria só de olhar pra ela. Nunca conheci uma mulher assim, que pode ser o furacão e ao mesmo tempo a calmaria.
Os fogos de artifícios não acabavam e a gritaria das pessoas iam ao mesmo ritmo.
Lizzy desviou os olhos do céu e me encarou me presenteando com aquele lindo sorriso.
- É lindo, não é?
- Sim. – Concordei, mas me referindo ao seu sorriso.
- Já fez o seu pedido? – Ela ficou de frente pra mim e segurou minha outra mão.
- Não.
- E não vai fazer?
- Nunca fiz. Não sei nem como isso funciona.
- Quando eu tinha cinco anos, na noite de Réveillon, meus pais me ensinaram que assim que o ano novo chegasse eu tinha que fazer um pedido, ainda durante a queima de fogos. Tem que ser um pedido sincero, uma coisa que você queira muito e que queira que seja realizado no ano que está chegando. – Eu olhava pra ela perdido em seus olhos, mas prestando atenção no que ela falava. – Agora você fecha os olhos e peça para que o ano novo faça seu desejo se tornar realidade. Sempre deu certo pra mim, tenho certeza que dará certo pra você também.
Lizzy fechou os olhos e instintivamente também fechei.
Eu achei tudo aquilo uma bobagem, mas fiz o que ela falou.
Eu não tinha muito o que pedir. Tinha apenas uma coisa que eu queria muito na minha vida e nas últimas horas comecei a querer outra coisa também. Juntei as duas, que era o que eu queria de verdade e por incrível que pareça fiz o meu pedido, e mesmo com muito receio, e até um pouco de medo eu esperava que o ano novo fizesse o meu desejo se tornar realidade.
Quando abri os olhos Lizzy estava me olhando e aquele sorriso lindo não estava mais lá.
- Algo errado com o seu pedido? – Perguntei provocando-a.
- Não.
- E por que essa cara séria?
- Por que eu sei que meu pedido vai se tornar realidade.
- E isso não é bom? – Não estava entendendo nada.
- É pra ser, mas tenho a leve impressão de que vou ter problemas por causa desse pedido.
- Então por que não fez outro?
- Por que o que eu pedi, é tudo o que eu mais quero.
- Somos dois, porque o que eu pedi, tenho certeza que se realizado me dará muita dor de cabeça. – Ela gargalhou me fazendo rir.
- Será que pedimos a mesma coisa?
- Podemos descobrir isso agora. O que você pediu?
- Não posso falar se não o pedido não se realiza.
- Então nunca vamos saber o que o outro pediu.
- Você vai saber o que eu pedi quando se realizar. – Ela me olhava de um jeito sensual enquanto umedecia os lábios com a língua.
- Você está tentando me provocar menina? – Eu já estava duro.
- Sim. Estou conseguindo velhote? – Disse olhando para minha indiscreta ereção.
- Acho que você já tem a resposta.
Ela sorriu e se aproximou ficando na ponta dos pés, falando no meu ouvido e discretamente roçando no meu pau pulsante.
- Tenho, e adorei a resposta.
Eu queria joga-la naquele gramado e faze-la gemer e gritar meu nome a noite toda, mas respirei fundo e me contive e quando ia responder sua provocação Theodoro se aproximou, a agarrou num abraço apertado desejando-lhe um feliz ano novo.
Lizzy gargalhava nos braços dele enquanto dava vários beijos por todo o seu rosto.
Theodoro a largou me lançou um olhar sério e veio em minha direção, me abraçou, desejou um feliz ano novo e antes de me soltar falou sem que ela percebesse.
- Não faça nenhuma merda com ela, Valentin. – Ele já tinha percebido que tinha acontecido algo entre nós. - Não a faça sofrer, ou você vai se ver comigo.
Eu entendia a preocupação do meu amigo.
Eu não queria faze-la sofrer, mas também não queria deixa-la escapar.
Não seria fácil, muitas coisas poderiam acontecer, mas, Lizzy seria minha.
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Meu lugar no paraíso
Romance+18 anos JÁ A VENDA PELA AMAZON A vida me ensinou a ser forte, determinado, frio e calculista. Tive uma infância tranquila, mas essa tranquilidade toda passou muito longe da minha adolescência e vida adulta. Sempre tive o que queria e nunca medi esf...
Capítulo 9 Valentin
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