Capítulo 9 Valentin

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Eu via em seus olhos que ela me desejava, mas eu pude sentir naquele beijo e na forma como seu corpo se comportava, que o seu desejo era grande. Não tão grande como o meu, mas era grande.

Segurei mais forte entre meus braços e a coloquei sentada numa bancada de mármore que tinha naquela sala. Lizzy ficou entre minhas pernas e me olhou com os olhos cheios de desejo. Segurei sua nuca com força e a trouxe para mim devorando novamente seus lábios vermelhos e inchados.

Ela sorriu docemente gostando da minha atitude e eu não pude controlar meu sorriso também.

Eu me surpreendi com aquelas sensações e com o que Lizzy poderia fazer comigo, afinal, estávamos “juntos” há poucos minutos e ela, como prometido, me deu motivos para sorrir.

Eu já estava sem fôlego, querendo muito mais do que um beijo e quase gozando em minhas calças quando ouvi as pessoas começarem a contagem regressiva. Eu não dei a mínima pra eles e ela também não e continuamos a nos beijar. Pouco tempo depois ouvimos a explosão de fogos de artifícios e a gritaria das pessoas. Pensei que Lizzy ia querer se juntar a elas, então a apertei ainda mais em meus braços para que ela não pudesse sair dali.

Lizzy respirou fundo, interrompeu o beijo e me encarou com um enorme sorriso nos lábios.

- Feliz ano novo Caim.

- Feliz ano novo Lizzy.

Seu sorriso aumentou ainda mais, ela me deu um leve beijo na boca e pulou da bancada segurando minha mão e me puxando para fora da sala.

- Vem vamos ver os fogos.

Eu não tive como negar, na verdade eu não quis negar. Ela estava tão eufórica, tão feliz e eu não queria estragar aquela felicidade que estava me contagiando.

Sem se importar com nada nem com as pessoas Lizzy saiu correndo de mãos dados comigo e sorria feito uma criança feliz.

Atravessamos todo o salão e paramos de correr assim que chegamos na beira da piscina onde todos estavam rindo, e olhando os fogos.

Lizzy parou do meu lado e sem largar a minha mão olhou para o céu e admirou o show de luzes e brilhos no céu estrelado

Os fogos iluminavam seu rosto e faziam seus olhos brilhar. Eu não conseguia tirar meus olhos dela.

Lizzy era linda e naquele momento nem parecia àquela menina marrenta que me irritou o tempo todo. Ela tinha um semblante calmo, tranquilo. Transmitia tranquilidade e alegria só de olhar pra ela. Nunca conheci uma mulher assim, que pode ser o furacão e ao mesmo tempo a calmaria.

Os fogos de artifícios não acabavam e a gritaria das pessoas iam ao mesmo ritmo.

Lizzy desviou os olhos do céu e me encarou me presenteando com aquele lindo sorriso.

- É lindo, não é?

- Sim. – Concordei, mas me referindo ao seu sorriso.

- Já fez o seu pedido? – Ela ficou de frente pra mim e segurou minha outra mão.

- Não.

- E não vai fazer?

- Nunca fiz. Não sei nem como isso funciona.

- Quando eu tinha cinco anos, na noite de Réveillon, meus pais me ensinaram que assim que o ano novo chegasse eu tinha que fazer um pedido, ainda durante a queima de fogos. Tem que ser um pedido sincero, uma coisa que você queira muito e que queira que seja realizado no ano que está chegando. – Eu olhava pra ela perdido em seus olhos, mas prestando atenção no que ela falava. – Agora você fecha os olhos e peça para que o ano novo faça seu desejo se tornar realidade. Sempre deu certo pra mim, tenho certeza que dará certo pra você também.

Lizzy fechou os olhos e instintivamente também fechei.

Eu achei tudo aquilo uma bobagem, mas fiz o que ela falou.

Eu não tinha muito o que pedir. Tinha apenas uma coisa que eu queria muito na minha vida e nas últimas horas comecei a querer outra coisa também. Juntei as duas, que era o que eu queria de verdade e por incrível que pareça fiz o meu pedido, e mesmo com muito receio, e até um pouco de medo eu esperava que o ano novo fizesse o meu desejo se tornar realidade.

Quando abri os olhos Lizzy estava me olhando e aquele sorriso lindo não estava mais lá.

- Algo errado com o seu pedido? – Perguntei provocando-a.

- Não.

- E por que essa cara séria?

- Por que eu sei que meu pedido vai se tornar realidade.

- E isso não é bom? – Não estava entendendo nada.

- É pra ser, mas tenho a leve impressão de que vou ter problemas por causa desse pedido.

- Então por que não fez outro?

- Por que o que eu pedi, é tudo o que eu mais quero.

- Somos dois, porque o que eu pedi, tenho certeza que se realizado me dará muita dor de cabeça. – Ela gargalhou me fazendo rir.

- Será que pedimos a mesma coisa?

- Podemos descobrir isso agora. O que você pediu?

- Não posso falar se não o pedido não se realiza.

- Então nunca vamos saber o que o outro pediu.

- Você vai saber o que eu pedi quando se realizar. – Ela me olhava de um jeito sensual enquanto umedecia os lábios com a língua.

- Você está tentando me provocar menina? – Eu já estava duro.

- Sim. Estou conseguindo velhote? – Disse olhando para minha indiscreta ereção.

- Acho que você já tem a resposta.

Ela sorriu e se aproximou ficando na ponta dos pés, falando no meu ouvido e discretamente roçando no meu pau pulsante.

- Tenho, e adorei a resposta.

Eu queria joga-la naquele gramado e faze-la gemer e gritar meu nome a noite toda, mas respirei fundo e me contive e quando ia responder sua provocação Theodoro se aproximou, a agarrou num abraço apertado desejando-lhe um feliz ano novo.

Lizzy gargalhava nos braços dele enquanto dava vários beijos por todo o seu rosto.

Theodoro a largou me lançou um olhar sério e veio em minha direção, me abraçou, desejou um feliz ano novo e antes de me soltar falou sem que ela percebesse.

- Não faça nenhuma merda com ela, Valentin. – Ele já tinha percebido que tinha acontecido algo entre nós. - Não a faça sofrer, ou você vai se ver comigo.

Eu entendia a preocupação do meu amigo.

Eu não queria faze-la sofrer, mas também não queria deixa-la escapar.

Não seria fácil, muitas coisas poderiam acontecer, mas, Lizzy seria minha.

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