Meu mundo

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Acordei sobressaltada. Ainda era madrugada e estava escuro.
Olhei para os lados e não vi ninguém, o mais estranho era que eu não estava em casa.
Senti uma especie de solidão, não daquelas que você sente quando não tem ninguém perto, e sim, daquelas que você sente quando tem varias pessoas ao seu redor. Mas, mesmo assim, não tinha ninguém.
Foi ai que me dei conta de o de estava. Eu estava no MEU mundo. Aquele que eu havia criado na minha mente, aquele para o qual eu fugia, e para o qual eu já havia levado algumas pessoas.
Sai de casa, e fui ao centro.
Vesti um casaco porque fazia frio, e saí.
A cidade estava estranhamente vazia, e chegando ao centro, sentei-me no mirante para ver o sol nascer.
Fiquei ali algumas horas, e olhei o lugar. Tinha várias coisas: um oceano, pedaços de vários lugares, e construções que ainda estavam em andamento.
O sol começou a nascer.
E a medida que ele saía, eu via cada pedaço daquele mundo sendo destruído. Acho que no fundo, eu já sabia que isso ia acontecer.
Assistir cada pedaço meu cair, desmoronar, vi cada construção desmoronar, o oceano evaporar e sumir como uma gota de agua na chuva. Tudo foi caindo ao meu redor e dentro de mim, e fui me desfazendo também.
Eu estava sozinha. E lá no fundo, sempre soube disso.
Vi que tudo estava destruído, e a destruição me seguia, ate tomar o mirante, e me fazer cair no vazio.
Me perdi em algo que ate hoje não distingui o que é, e fui presa em cadeias que não sei como chegaram a mim.
E ate hoje, a frustração me persegue, pois todos os dias, vejo essa mesma destruição dentro de mim, e toda vez que me reconstruo, sou destruída.
Meus oceanos secaram, minhas palavras tornaram-se mortas, e a minha alma, trancafiou-se no vazio e na dor de não ser nada mais que destruição.

Versos de um poeta bagunçadoWhere stories live. Discover now