Capítulo 1 - Au Revoir, Paris.

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- Eu não, pra mim aqui todos são frescos e tem cheiro de fossa.

- Não fala assim, Maya.

- Mas é, ué.

- Vou te perdoar por isso. Mas me diz, que horas você vai embora?

- Mais ou menos as seis, não sei direito.

- Vai vir me visitar algumas vezes, né?

- Não sei, é mais fácil você ir me visitar, não acha?

- Tudo bem então, quando eu entrar de férias, irei te ver.

- Melhor assim. Você tem meu telefone, meu facebook, tem praticamente tudo, não quero perder o contato com o meu único amigo daqui.

- Não vai perder, Maya.

- Bem, eu tenho que ir. – Me levantei enquanto puxava a alça da minha mochila para meu ombro.

Chad se levantou logo em seguida e me puxou para seus braços, permanecemos alguns segundo abraçados, eu apertava Chad e tentava segurar o choro, porque apesar de tudo eu sou muito sensível e eu ia sentir muita falta dele. Desde que eu cheguei na escola, ele era o único que não aparentava me odiar, contava pra ele como era a minha vida em Ohio e ele não acreditava, porque ele dizia que eu era uma pessoa meiga e eu mudei muito depois que vim pra cá, mas eu espero ter minha vida de volta.  Fui desfazendo o abraço, até que Chad segurou em meu rosto, permanecemos alguns segundos nos encarando até que ele decidiu quebrar o silêncio com um beijo, fui fechando meus olhos e assim que pude sentir seus lábios macios tocarem os meus, ouvi um barulho muito alto de buzina.

- MAYA, VAMOS EMBORA, VOCÊ AINDA TEM QUE ARRUMAR AS MALAS. –Reconheci a voz de meu pai, como sempre sendo escandaloso. Suspirei e dei um beijo no rosto do Chad, que estava um pouco pálido, acredito que com medo do meu pai descer do carro e fazer alguma coisa, mas meu pai era cabeça oca o bastante para não fazer nada, só atrapalhar.

- Tchau, Maya. –Chad disse com uma voz meio tremula.

- Tchau, Chad. Até algum dia. – Entrei no carro e acenei para Chad.

O caminho até em casa foi um pouco tedioso, meu pai só sabia falar de como foi sua reunião importante e também falar sobre algumas coisas que eu não deveria fazer quando voltasse para casa, depois dos meses que eu passei com ele, ele só veio me falar isso agora, acho que pra manter a postura de pai responsável que eu sabia que ele não tinha.

Ao chegar em casa, arrumei minhas malas e fui tomar um banho, meu pai já havia saído novamente, ele tinha ido no shopping comprar alguma coisa para eu entregar para os meus irmãos. Tomei meu banho e fiquei deitada na minha cama esperando meu pai voltar, até que acabei caindo no sono.

Meu pai me acordou com uma sacudida em meu braço, fomos para o aeroporto, fiz meu check in e embarquei as bagagens que eram enormes e não eram poucas. Ouvi o anuncio de que meu voo já iria partir, abracei meu pai por um tempo e ele segurou em meu braço antes que eu embarcasse.

- Você esqueceu isso perto da tv, usa pra comprar um celular novo já que sua mãe tirou o seu. Não usa pra comprar drogas, tá?

- Tudo bem, papai. Obrigada.

Embarquei  e por sorte meu assento era na janela, como o voo seria chato, pelo menos poderia me divertir vendo as nuvens.. ou não.

 

Algumas horas depois...

O taxi me deixou na porta de casa, quase não a reconheci, estava diferente... Sei lá, a parede da sala não tinha um carro. Entrei em casa e logo meus irmãos e minha mãe vieram de encontro comigo, nos abraçamos e eu entreguei a eles algumas coisas que meu pai havia mandado. Subi para o meu quarto e deixei as malas jogadas pelo mesmo, tomei um banho e me deitei na cama. Reparei que meu celular estava ao lado do meu notbook, levantei e peguei o mesmo, tentei liga-lo mas estava sem bateria então coloquei para carregar. Jayden bateu na porta do quarto mas não me esperou abrir, já foi logo entrando e sentando na cama, me sentei do seu lado.

- Eu quero te matar, sabia?

- Também senti saudades, Jayden.

- Também senti sua falta, apesar de não ter me ligado pra contar o que aconteceu naquela noite. Acho que você deveria ter ao menos ligado pra me falar que estava tudo bem apesar de ter passado dos limites. Foi errado o que você fez, você não tem juízo.

- E você tem muito juízo, né? Por favor, para de querer ser que nem a mamãe, eu sei que você não é assim, aposto que quando ficou sabendo, você ficou rindo da minha cara. – Dei um tapa em seu ombro.

- Pior que foi mesmo, daquela vez você se superou. Nunca pensei que você chegaria a esse nível.

- Foi a ultima vez que aprontei uma dessas, acho que o tempo que fiquei fora me faz aprender a como se comportar. Mas me diz, eu perdi algo?

- Você perdeu a festa que o Kyle deu, estava ótima, apesar dele estar desanimado, só faltou você lá.

- E por quê ele estava desanimado?

- Não está meio na cara que ele é obcecado por você?

- Sério isso? Pensei que ficávamos sem compromisso, sem sentimento. 

- Não conta pra ele, mas faz tempo que ele está de olho em você, ele ficou tão feliz quando vocês ficaram. Acho que você deveria dar uma chance pra ele, ele não pensa em alguma outra garota além de você.

- Acredito. É bem o jeito dele isso mesmo, desde que eu o conheço, ele tem a fama de ser o pegador e olha que isso não faz pouco tempo. Duvido que esse tempo que eu fiquei fora, ele ficou sentado esperando eu voltar. Boa piada, pode ir pra próxima.

- Tudo bem se você não acredita. Bem, estou indo me deitar, estou cansado.  – Jayden se levantou, me deu um beijo na testa e logo se retirou de meu quarto. Me deitei na cama e fiquei olhando para o teto por alguns segundos enquanto esperava meu celular carregar, não conseguia lutar contra o sono, então acabei me entregando a ele.

CANCELADA - She Smells Like A TroubleWhere stories live. Discover now