— Eu estou bem, não se preocupe comigo.

— Mas você está sangrando...?

Ele olhou para mim com os olhos arregalados e colocou a mão no pescoço e provavelmente sentindo a umidade, já que xingou baixinho — Merda, eles vão saber onde estamos agora.

Meu coração acelerou — Eles quem?!

Mas antes que ele pudesse responder, ouvimos uma voz de sotaque carregado gritar de dentro da minha sala — Eles estão ali!

Me virei e ofeguei quando eu avistei mais de meia dúzia de caras visivelmente estrangeiros saindo do meu consultório. O moreno xingou novamente ao meu lado, se pondo à minha frente e empurrando algo contra o meu peito — Pegue meu carro e vá para a casa dos seus pais. Se esconda lá e não saia!

Arregalei os olhos — O que? Mas e você?!

— Eu vou ficar e segurá-los enquanto der.

— Você tá maluco?! Tem uns quinze caras!

— Doutor, por favor! — ele suplicou enquanto tirava duas armas da cintura. Espera. Como eu não as notei antes?! — Eu preciso que esteja seguro. Agora vá!

Eu abri a boca pra contestar, mas antes que pudesse dizer alguma cosa ele já tinha partido pra cima dos caras distribuindo golpes e balas. Balancei a cabeça e corri até o carro, abrindo a porta com dificuldade devido à minhas mãos trêmulas. No momento em que entrei no carro, avistei um dos caras vindo em minha direção com a boca aberta e mostrando suas presas.

Espera. Presas?!

Gritei horrorizado quando ele fez que ia me atacar, mas antes que ele pudesse, sua cabeça explodiu com um estouro doentio. Só não vomitei porque estava muito ocupado berrando novamente, mas assim que o cara tombou eu avistei o estranho com a arma levantada na minha direção. A fumaça saindo do cano da arma deixando claro que ele tinha acabado de salvar a minha vida. De novo.

Ele voltou à batalha, mas seus movimentos estavam demasiadamente lentos, apesar de permanecerem precisos. Haviam vários homens ao chão, mas pelo menos sete ainda estavam de pé. Como diabos esse cara sozinho conseguiu derrubar tantos enquanto tem um ferimento horrível?! Isso é impensável!

Em meio à luta, ele pareceu notar que eu não tinha saído do lugar ainda. Vi seu cenho franzir e sua boca abrir, provavelmente para me dar a ordem de me mexer, mas antes que pudesse um dos caras o agarrou por trás e... Meu Deus, ele foi mordido bem em cima do machucado de novo!

Assisti horrorizado o estranho urrar de dor e reagir imediatamente, socando o indivíduo repetidas vezes e, assim que se desvencilhou do homem, virar e o atingir com tiros à queima-roupa, se pondo à lutar novamente. Eu não acreditava em meus olhos. Quem é ele? Por que essa gente tinha presas? Por que estão atrás de mim?! Eu nunca fiz nada pra ninguém, poxa!

Agarrei o volante e dei partida no carro. Eu tinha que sair dali antes que outro daqueles monstros tentasse me atacar, mas eu me vi hesitando. Meus olhos se moveram na direção do rapaz. Sua camiseta branca já manchada de sangue, agora estava completamente vermelha. Eu não sabia ao certo se era sangue dele ou dos caras, mas depois daquela mordida eu tenho certeza que o ferimento está sangrando absurdamente, e se ele continuasse lutando naquele ritmo ele desmaiaria em poucos minutos, e ainda restavam quatro caras.

— Merda! — praguejei e pisei no acelerador.

𝒪𝓁𝒾𝑜𝓉𝒾

Eu realmente estava odiando aquele vampiro filho da mãe no momento.

Graças àquela maldita mordida eu estava quatro vezes mais lento que o normal. Se não fosse isso, já tinha despachado esses merdas há muito tempo!

Guardião por DestinoWhere stories live. Discover now