Rosas Vermelhas

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Antony Nolan revirava-se em sua cama, enquanto sua mulher, grávida de 2 meses, resmungava algo e cutucava o marido, na esperança do mesmo lhe atender.

-Amor, acorde- ela põe suas mãos quentes na bochecha esquerda do marido e o mesmo abre os olhos castanhos, olhando diretamente nos olhos negros de sua mulher, transmitindo doçura e carinho. Isso fez com que Antony sorrisse de orelha a orelha.

-Oi- ele espreguiça e senta na cama, encostado na parede e olhando para Corine, sua mulher, que colocava sua mão na barriga e sorria para o filho, ainda faltando alguns meses para ele vir ao mundo.

-Estou com um desejo imenso por sorvete de amora- ela ri para Antony, fazendo o mesmo revirar seus olhos e dar um selinho na mulher.

-São 3 da manhã e não acharei um mercadinho aberto- ele resmunga e volta sua atenção para os olhos penetrantes de Corine.

-Se seu filho nascer com cara de sorvete não quero ver ninguém reclamando depois-ela cruza seus braços ao redor dos seios e exibe um biquinho em seus lábios, ainda com traços de batom vermelho da festa que ambos haviam ido hoje.

-Tudo bem- ele ri e puxa o edredom para cima, se levantando da cama logo em seguida- ligue os alarmes e não atenda a porta pra ninguém- ele põe um sobretudo preto e seu cachecol da mesma cor e sai pela porta do quarto, descendo as escadas.

Antony escuta a porta da frente bater e para no meio de sua escadaria aveludada. Anda calmamente até a porta central da casa, armado com um abajur e abre a porta em um supetão, encontrando apenas uma rosa morta no tapete de entrada.

A flor cobria o "Bem Vindo" estampado no tapete e sua coloração já era escura como aquela noite. O rapaz pega a rosa e a leva até o lixo na frente de sua casa, jogando a mesma na lata, que seria levada pelos lixeiros no dia seguinte. Ele volta, tranca a porta e sai andando pelas ruas em busca do mercadinho no qual lhe daria aquilo que satisfaria sua mulher.

Enquanto caminhava com as mãos no bolso do sobretudo, sentindo o frio da noite congelar-lhe o cérebro, pôde ver uma sombra lhe seguindo, o que fez Antony apressar seus passos e olhar para trás, não encontrando ninguém ao alcance de sua vista. Porém, junto de sua sombra refletida pelos postes na rua, havia outra figura, posta ao seu lado mas, mesmo insistindo em conferir se havia alguém, sua visão não captava uma alma viva sequer naquela rua.

O rapaz foi capaz de ver a luz do mercadinho na esquina, mas uma fumaça verde começa a sair junto de sua respiração e ele sente a garganta fechar, forçando o mesmo ajoelhar e sentir suas forças indo e vindo.

A sua frente, uma densa cortina de fumaça verde se forma e um homem, usando uma capa preta aparece, segurando uma tesoura de jardinagem, apontada diretamente para Antony.

O homem misterioso caminha até o rapaz, que continuava procurando ar para levantar e lutar contra seu algoz, que, por sua vez, abre sua tesoura como se estivesse preparado para arrancar algumas ervas daninhas de suas plantas.

Antony tentou se levantar, mas o homem alcança sua posição, posicionando as duas abas da tesoura nas laterais do pescoço de Antony, que implorava silenciosamente pela misericórdia da figura, que, não se importando com a súplica do rapaz, desfere um golpe contra Antony, observando o mesmo cair para o lado, afogando-se em seu próprio sangue, ainda buscando forças para se erguer e voltar para Corine.

A figura ainda observava Antony se contorcer, até que o mesmo dá seu último suspiro e pende para o lado, com seus olhos arregalados de terror, mergulhado em seu sangue, espalhado pela rua de Vila Legal.

O assassino vira o rosto de Antony para o lado e, com o auxílio da tesoura, faz um risco em sua face. Ele caminha para longe de Antony e some em uma cortina de fumaça logo depois.

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Esse foi só o prólogo mesmo, só para conhecermos o nosso fantasma 🌚😂😂😂No próximo capítulo nossos personagens estarão fazendo suas​ aparições🌚🌚🌚 Até mais😂❤❤

Scooby Doo e as Rosas da DiscórdiaWhere stories live. Discover now