Agora é chuva,
Este grande silêncio
Escorchada até a raiz
Vento assim violento
Há um preçoCarregar esse amargo
Por largo tempo
E muitos lugares
De penedos a praças
Como Ofélia
Sem lágrimas
Sem medoAmorosa sedenta
Haste de luz
Onde sentisse o doce
A angústia toma
O ponto de encontro
Sub e sobre indoCalafrio em brasa
Vira a pedra
Iguala e arremeda
Um dia foi caro
Marcas de mim
Tarefas! Datas!Foi se também,
também se foram
Alma penada reencarnada!
Na rua, é estranha
Em casa, estorvaÀ janela, uma dentada de prata
Beslicos, amassos, pestiscos -
De ontem, não estranhe
Precisamos conversar, teremos coragem?Almas e almas
Mas, amantes, não!
Uma é destino,
Outra, sem fimBasta um impulso
Minha imagem se borra,
Se afasta, vira bosque, lago.
Logo,
O rosto de Ofélia
Espia por entre as relvas
De cada correnteColinas. Crinas.
De chuva nos olhos
Não há piedade
- Precisamos...
Tremo
Será que teremos coragem?
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Devaneios
PoetryTodos os meus poemas são pássaros, são janelas, são poemas, na maioria das vezes pinturas inacabadas. Sobretudo, melancolia e efêmero.