Quando cai e olhei não estava mais lá,

tinha sumido.

Respirei fundo e fiquei no chão.

De repente ela estava em cima de

mim, gritei assustada, ela tentava falar e caia tapuru da boca todos em cima de mim,

caiam muitos e eu tentava escapar desesperada, gritava e gritava.

Então ela começou a fazer um barulho estranho, vomitando sangue em mim,

entrava dentro de minha boca, ouvidos,

tinha um cheiro terrível de podre e morte.

Acordei gritando desesperada,

minha mãe me abraçou forte e eu continuava gritando.

- Calma querida! Está tudo bem. Foi só um pesadelo e agora acabou.

Mal podia ouvir a voz da minha mãe,

mas conseguir para de gritar.

Passou... Eu tinha retornado.

Tomei banho, me vesti, peguei a Annabelle e fui para a escola.

Aquele pesadelo não saia da minha cabeça, eu olhava para a boneca esperando ela sangrar.

A mamãe me deixou na escola e foi resolver os problemas do meu pai e o velório da Melissa.

Eu não tinha sentido saudades da escola,

odiava aquele lugar e já tinha conseguido muitas coisas para prejudicar meu pai.

Ainda tinha outras armações para que o prejudicasse mais.

Cheguei na sala de aula, os mesmo idiotas de sempre, mas tinha uma que eu odiava ainda mais.

Já mencionei a baixinha ridícula da minha sala? Acredito que não.

Então aqui vai a mais perfeita descrição que posso fazer dela.

Era a Mary Lee, baixinha, ruiva, filhinha de papai, egocêntrica e com apenas 7 anos se acha a mais linda e mais... como dizer isso? Foda da escola.

Ela era branca feito uma folha, cabelos ruivos longos, olhos cor de mel.

Usava rosa, tudo era rosa, roupas, caderno, bolsa, exatamente tudo o que ela usava era rosa.

"Odeio rosa! Puta que pariu como eu odeio!"

Sempre pensava isso quando a via.

Ela por nenhuma razão me odiava,

eu sempre tive vontade de acabar com ela, mas eu era a inocente e quieta da turma. Não queria perder minha inocência.

Entrei na sala e sentei, ela me olhava com cara de nojo, e fofocava e ria.

A aula passou, tinha que esperar minha mãe chegar como sempre, a professora Julia aproveitou para conversar comigo.

- Eu soube sobre o seu pai, fiquei horrorizada. Você está bem? Precisa de algo? Ela falou.

- Estou bem professora. Eu estou bem.

Incrivelmente bem. Estou me sentindo mais segura com ele fora de casa.

Eu tinha medo do que ele poderia fazer comigo. Agora ele fez com minha tia.

Eu chorei tanto por ela. Eu respondi.

- O que ela fazia para lhe deixar com tanto medo? Ela fez a pergunta de ouro.

Fiz uma expressão de "deixa para lá" mas ela não aceitou.

Insistiu diversas vezes então eu disse...

- Ele colocava a mão em lugares de meu corpo. Eu não gostava. Eu não gostava do jeito que ele mexia comigo. Agora sei que ele não vai mais.

Julia tinha uma expressão de nojo e medo, ela se calou e respondeu...

- Quando sua mãe chegar eu preciso falar com ela.

Eu só faltei pular de alegria mas me contive.

- Vou ao banheiro antes que minha mãe chegue. Eu falei apressada.

Ela sorriu e eu levantei, peguei a Annabelle e sai.

O banheiro era imenso, com espelhos enormes e vários lugares para dar conta de tantas meninas na escola.

Até o banheiro era climatizado!

Cheirava muito bem.

Então dou de cara com a idiota da Mary.

- Olha só se não é a maluca. Ainda por aqui aberração? Ela provocou.

Eu fiquei calada e fui em direção ao espelho.

- A aberração não fala? Ou é mais idiota do que eu pensava? Sabe, se tem uma coisa que mais odeio em uma pessoa é isso... ser feia, estranha e muda.

Ela continuava a provocar.

Apenas olhei para ela com desprezo.

Mary veio em minha direção e me empurrou.

- Me responde! Não me ignore.

Ela empurrou novamente.

Eu segurei a mão dela forte, ela olhou para mim sem entender minha reação.

- Não toca em mim. Estou avisando.

Eu ameacei.

Mary ficou rindo.

- Vai fazer o que aberração? Me bater?

Disse a idiota.

Ela me empurrou de novo e então eu a segurei pelos cabelos e a joguei no chão, quando ela caiu eu comecei a acertar tapas naquela cara enjoada dela.

Acertei diversos tapas. Pena que não sangrou.

Levantei, lavei as mãos e sai do banheiro enquanto ela ficou no chão.

Voltei para a sala e minha mãe estava lá com a professora Julia, ela me fez um sinal para esperar, sentei em umas das cadeiras que ficam na frente de todas as salas e esperei, sabia que aquela conversa seria explosiva e reveladora.

Meu pai finalmente estava prestes a cair,

cair para não levantar mais.

Ele iria pagar por tudo, por tudo de ruim que fez comigo e com a mamãe.

Inocência.Where stories live. Discover now