Capítulo 13 - Não me PROTEJA

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— E se ficasse em vigilância constante? Voltasse ao tratamento? Se eu te desse uma garantia que isso vai ocorrer? — Permuta.

— Escute, eu trabalho aqui há anos. Não pode forçar uma pessoa a ser adepta a um tratamento, é preciso de uma colaboração entre o profissional e o paciente para que isso funcione. Um segundo fora do campo de visão pode significar uma vida a menos, consegue compreender? É algo muito arriscado.

— Não vou deixar que internem esse garoto involuntariamente. — E sua voz saiu baixa, quase inexistente, porque em algum lugar dentro de si, a tristeza reinava.

Depressão.

— A internação involuntária cabe a equipe médica e a família do paciente, senhor.

Pensou no conceito de família.

Henrique estava morto.

Angélica não parecia uma mãe ideal.

E aquela médica, definitivamente, não estava colaborando.

Abriu o pano que dividia as áreas e olhou para o moreno, agora que o garoto já estava mais levantado na maca — quase que sentado — conseguia o olhar bem nos olhos, quase que o suficiente para enxergar o que se passava em sua mente. Quase. Os olhos verdes — ainda avermelhados —, o rosto que estava definitivamente mais magro e, apesar de ter dormido muito, ainda mantinha um aspecto cansado. Traços antigos vistos por uma nova perspectiva. Lucas respirou fundo, Adams poderia ser apenas um modelo comum, ou, talvez, um menino de família rica que gosta de viajar o mundo e tirar fotos indies. Porém, não era. Era unicamente Adams.

Toc Toc. Sua mente definiu.

Xingou-se.

Não poderia se deixar pensar nesse termo.

Não era esse tipo de gente.

Não era esse tipo de babaca.

— Eles querem te internar. — Aceitação.

Era a única coisa a se fazer naquele instante.

O modelo não respondeu, dado que era algo esperado e não sabia o que dizer para melhorar a situação. Estava escapando há muito tempo da internação, posto que de antemão fora parar em psicólogos, psiquiatras e, algumas vezes, até em outros médicos. Contudo, nada que fosse ficar sendo vigiado 24h por dia. Já era um pesadelo as três horas semanais que passava na frente de sua antiga psicóloga, a simples ideia de ficar o dia inteiro com outros médicos o fez respirar fundo.

Queria ter morrido.

Não conversaram muito dessa vez, um pouco por Lucas estar cansado demais — o negro acabou se encostando no canto e cochilando, repousando seu corpo entre a parede e a divisória de PVC —, um pouco por ninguém saber ao certo quais palavras usar para puxar assunto. O menino pensou se estava sofrendo as ações do carma por tê-lo deixado esperando por horas até acordar e imaginou se o mais homem tinha algum plano marcado àquela noite. É claro que tinha, confirmou a si mesmo, sentindo-se mal por saber que algo foi estragado por sua causa.

Odiava incomodar tanto quanto odiava existir.

Lucas costumava ser sociável, era seu trabalho conquistar a graça dos superiores e ter amizades com os que estavam abaixo. Gostava das festas sociais, dos telefonemas em situações atípicas — ou os suportava bem o suficiente para enganar a todos — e de se ocupar, parecia a típica pessoa que havia escolhido bem a profissão que gostaria de exercer. Junta-se isso ao excelente senso de humor e dava tudo que sabia sobre Lucas, afinal, não sabia muita coisa sobre ninguém, em principal, sobre a si mesmo. Aquilo era tudo que achava precisar saber sobre o rapaz, pelo menos, até aquela noite.

Não me TOC [COMPLETO]Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang