Agni

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- Mamãe! Olha! Olha! – Disse um garotinho apontando para meu rosto.

- Filho, não faça isso! – Ela congelou quando olhou para mim. – É fal-ta de educação – Completou ela.

- Mas mãe! São amalelos! Os olh... – Ela puxou seu braço interrompendo-o.

- Me desculpe garoto! Meu filho... - Falou abaixando a cabeça, como se pedisse desculpas.

- Não, tudo bem! – Falei gentilmente, embora estivesse irritado com aquela atitude.

     Por um segundo pensei que ela fosse dizer algo, mas, não. Ela se virou e puxou o menino para o mais longe possível. Nem olhou para trás, acho que não conseguiu. Eles se distanciaram tão rápido que mal pude vê-los sair.

- Está tudo bem? – Perguntou Alexander me entregando meu café um minuto depois.

     Assenti.

     Ele me encarou por uns dois segundos, talvez ele esperasse uma resposta, mas fiquei calado. Provavelmente sabia que havia acontecido algo, ele sempre sabe. Ele olhou para os lados como se caçasse algo ou alguém, parecia estar com um olhar de preocupado.

- Você está bem, Agni? – Repetiu a pergunta, puxando a cadeira e se sentando.

     Por alguns segundos um silêncio constrangedor tomou conta do lugar. Eu não queria responder. Estava preste a chorar, o que não era comum pra mim. Eu me virei lentamente e o encarei. Ele me olhava com se eu fosse a coisa mais linda do mundo, e foi, nesse momento que soube, eu não podia chorar, não iria chorar, por ele e pelo bem dele. Eu peguei o café na mesa e dei um falso sorriso.

- É claro que está tudo bem, idiota! – Respondi dando um gole no café.

- Que bom! – Disse coçando a nuca – Pensei que você estivesse com raiva de mim ou com algum problema. – Ele sorriu.

- E você ia vim me salvar? – Caçoei.

- É claro, eu sempre vou te salvar! – Disse ele com um sorriso gentil no rosto. 

     Meu rosto corou. Ele olhou para os lados, como se estivesse se certificando que não haveria ninguém ali perto. Ele pegou minha mão e me puxou pra perto dele. Fiquei sem reação. Por um segundo pensei que fosse me beijar, mas, ele me abraçou e beijou o topo da minha cabeça. Eu adorava quando ele fazia isso, eu fechei os olhos e senti a raiva indo embora. Queria ficar assim pra sempre.

     Então ele disse baixinho, como sussurro, no meu ouvido:

- Sempre! Entendeu?

     Ele me apertou um pouco, mas o suficiente para ouvir seu coração bater. Nossos corações batiam no mesmo ritmo. Era por causa do contrato. Ele foi o meu único mestre a me tratar assim, com compaixão. Eu acho que tenho sentimentos por ele...

- Sim, entendi! Sempre – Disse baixinho me ajeitando em seu peito. Era quentinho.

Agni e Alexander (Romance Gay)On viuen les histories. Descobreix ara