Capítulo 1

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33 anos atrás:

Eu brincava de boneca da Emília e do Visconde na cozinha observando minha mãe fazendo o almoço. Assim que ela termina de colocar o frango no forno meu pai entra todo apressado e suado, passando por mim direto ( coisa que ele não costuma fazer, pois, sempre que ele chega em casa sou a primeira pessoa com quem ele fala) cochicha algo no ouvido de minha mãe, não sei oque ele disse, mas a deixou com o semblante preocupado e ao mesmo tempo triste.

De repente ela olha pra mim e eu vejo o seu olhar que faz com que o meu coração aperte mesmo sem saber oque está acontecendo, ela vêm em minha direção, me pega no colo e me leva ao seu quarto, me coloca em cima de sua cama e tira uma caixa de dentro do guarda-roupa, me pega de novo no colo e me leva pro porão, lá ela me deixa sentada em um colchão e me da um abraço longo e bem apertado que eu pude perceber que era de despedida, então começo a chora em seu ombro, ela também chora no meu e ficamos ali até se ouvi um barulho muito alto vindo de cima que faz minha mãe interromper o abraço e mim da um beijo na testa, ainda com os olhos cheios de lágrimas me diz:

- Minha pequena Ysie, a vida é dura, você enfrentara muitas lutas e você vai se machucar durante elas, mas nunca deixe de ser forte e gentil, nunca deixe de fazer a sua obrigação e jamais se esqueça que o amor transforma e que eu e seu pai te amamos muito minha pequena.

Dito isso ela tira o pingente em forma de coração dourado de seu pescoço e coloca no meu e diz que ela e o papai sempre estarão comigo, me da outro abraço e corre em direção a saída do porão, a vejo desaparecer e com os olhos cheios de lágrimas corro na mesma direção, mas não consigo sai porque a porta está trancada.

Escorrego pela fria parede, me encolho no gélido chão e choro muito. Não sei quanto tempo depois sinto cheiro de fumaça, também não sei quanto tempo fiquei inalando aquilo mas meus olhos e nariz já estavam ardendo muito. Em fim quando estava preste a desmaiar por causa da fumaça arrombam a porta e entram alguns homens de roupas vermelhas, minha visão começa a ficar turva e a última coisa que ouço é alguém fala têm uma menina ali! e então eu apago.

Ainda sem abri os olhos escuto um barulho irritante igual aquelas máquinas de hospital Pi_Pi_Pi e então abro os olhos, sinto que tem uma mascara de oxigênio em meu rosto e uma agulha enfiada em meu braço, pois quando suspendi o mesmo a sentir, logo concluo que realmente estou em um hospital, levanto um pouco a cabeça e a sinto roda e doer, abaixo novamente.

Não muito tempo depois uma mulher de aparência encantadora vestida de branco com um objeto preto com a ponta redonda da cor prateada em volta de seu pescoço aparece na porta do quarto onde me encontro, ela vêm até mim, tira todas aquelas coisas de mim e usa seu objeto a ponta redonda ela coloca em meu peito e sinto um arrepio por o mesmo ser gelado, as outras duas extremidades ela coloca em seus ouvidos e diz que é para ouvir o meu coração, depois disso ela me faz algumas perguntas que respondo apenas com leves balançar de cabeça porque minha boca está muito seca.

Depois de responder todas as perguntas, aparece uma outra mulher um pouco mais velha que me da um pouco de medo a sua aparência, também usando roupa branca e com uma bandeja em mãos.

Elas me ajudam a me senta na cama e também me ajudam a comer a comida ( é horrível ) mas, eu estava com tanta fome que comi tudo sem reclamar. Fazer oque? Não tinha outra pra por no lugar.

Quando terminei de comer elas me disseram que em poucos minutos um policial viria me fazer perguntas, eu assenti com a cabeça e me ajeitei na cama. Pouco tempo depois que as mulheres saíram um homem de roupa preta com vários enfeites dourados e um caderninho e caneta em mãos entrou e começou me cumprimentando:

-Bom dia!

-Bom dia!

-Você lembra dos últimos acontecimentos?

-Sim! Não! Quer dizer, não tenho certeza.

-Poderia então dizer exatamente do que se lembra?

-Ontem eu acho, pela manhã eu e minha mãe estávamos na cozinha e assim que ela colocou o frango no forno meu pai chega todo apresado e suado, falou algo em seu ouvido que a deixou com o semblante preocupado e triste, ai ela me pegou no colo, me deu uma caixa e me levou para o porão. Não sei quanto tempo depois comecei a senti o cheiro de fumaça e muito tempo depois acho que uns homens de roupa vermelha apareceram e eu apaguei.

-Okay!

-Posso fazer uma pergunta?

-Sim!

-O senhor sabe onde estar minha mamãe e meu papai?

-Qual sua idade pequena?

-5 anos, agora pode por favor me dizer onde eles estão?

-Eles agora estão em um lugar melhor.

-Quer dizer que, que eles morreram?

-Sinto muito pequena.

Meu coração aperta, muitas lágrimas descem de meus olhos e soluços surgem preenchendo todo o quarto, o homem que estava a minha frente me abraça e tenta me consolar, mas nada adianta, pois a realidade não pode muda agora estou sozinha no mundo.

Lembrei da caixa que ganhei da minha mãe e me acalmo um pouco, mas então percebo que não sei onde ela está, então com meu choro de volta olho para o homem que me abraça e pergunto :

-O senhor sabe onde está a caixa que ganhei da mamãe? Ela é cinza com desenhos de borboletas por toda parte.

-Não, mas irei procura-la para você pequena, prometo que amanhã eu a trago, Okay?

-Okay! Obrigado senhor.

-Pode me chama de John pequena.

-Okay senhor John, pode me chama de Heloysie ou se preferir de Ysie.

-Okay pequena Ysie.

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