Epílogo

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  - Filho! – Júlio escutou o chamado, certamente era seu pai.
- O que foi, papai? – Respondeu ele ao chegar no cômodo que o pai estava.
- Vá buscar sua irmã no quarto dela. Sua mãe e eu te esperamos no jardim, para cantar os parabéns.
  Júlio foi até o quarto da coisa mais fofa que ele tinha na vida. Ao chegar viu ela deitada no berço, cochilando. Júlio riu, até mesmo dormindo sua irmã tinha cara de brava. Suas bochechas rosadas estavam destacadas em seu rosto e ele sentiu vontade de apertá-las e só não fez pois sabia que assim apenas deixaria sua irmã mais zangada. Ele a pegou no colo e em poucos segundos pôde ouvir os protestos de sua pequena dizendo que queria dormir mais. Era o aniversário de nove anos dele e sua mãe deixou a menina dormindo e só iria acordá-la na hora dos parabéns, pois sabia que mesmo sendo pequena a garota tinha personalidade forte. Ele olha para si mesmo por um momento e vê seu lindo termo e gravata e se sente agradecido por ter isso além de um calçado e não precisar os lavar até que suas mãos sangrem. Júlio desceu as escadas com ela no colo, passando pelo corredor principal da casa onde havia seis quartos. Quando chegou lá embaixo, todos já estavam esperando. Aquele realmente era um dia especial, pois nesse mesmo dia, a dois anos atrás, ele chegou ali para viver com sua nova família. Todos cantam parabéns alegremente e quando Júlio assopra as velas do bolo, alguns aplausos podem ser ouvidos. Seu pai o pega no colo por um momento, como sua mãe havia feito com sua irmã e olhando em seus olhos diz:
  - Eu te amo, filho!
- Eu também te amo, pai!
É, agora Júlio finalmente sabe o que é amor e seu coração não está mais vazio. Esse foi o melhor presente de natal que ele poderia ter recebido.

O presente de natalWhere stories live. Discover now