Não levei muito tempo para perceber que eu não tinha nenhuma.  

-Eu ainda estou aqui. Me deixe ajuda-la, por favor. -sua voz grave chegou até meus ouvidos em uma espécie de súplica.

Após muito tempo sem poder conversar ou conviver com pessoas diferentes a minha volta, era um tanto quanto bizarro receber outro tipo de som, de timbre de voz em meus ouvidos.  Era surreal.

Mas eu ainda não poderia abrir mão dos meus medos e confiar em um desconhecido, em um homem. Não depois de tudo que eu havia passado.

-O que você quer? De verdade. -eu perguntei com a voz rouca.

-Nada, eu juro. Só... -ele se interrompeu antes de continuar.  -Se você quiser, eu e minha irmã podemos fazer algo por você, o nome dela é Bruna, ela estava comigo ontem quando... quando eu a achei e a trouxe para casa.

-Me achou? -o questionei sem compreender o que ele queria dizer com aquilo. -Como assim me achou? 

-Você não se lembra? -seu rosto quadrado se transformou em uma máscara de puro horror e seus lábios se crisparam contendo seus pensamentos para si mesmo.

-Não. -eu respondi.  -O que houve comigo? Eu só me lembro dele chegar e vir para cima de mim, depois disso não me lembro de mais nada. 

Com o maxilar trincado, o estranho desferiu um soco contra o tronco de uma árvore velha e tombada aos seus pés. Um grito de dor escapou de seus lábios muito vermelhos pelo frio da manhã, e ele sacudiu o punho no ar enquanto resmungava baixinho algumas palavras que não consegui entender.

-Eu não irei obriga-la a nada. Mas acho que você deveria aceitar minha ajuda. Você não parece nada bem, e olha, não precisa ter medo. Não vai estar sozinha comigo aqui. Sou eu e minha irmã, e nós iremos cuidar de você, eu prometo. Se quiser ir embora a qualquer hora, poderá ir, você é livre para fazer qualquer coisa. -ele disse com suavidade. 

Pisquei os olhos algumas vezes para espantar as lágrimas que se acumulavam em meus olhos. Eu realmente poderia acreditar nele? Finalmente poderia começar a confiar em alguém? Essas e milhares de outras perguntas rondavam minha mente enquanto eu tentava fazer a escolha correta. 

Então eu tomei uma decisão. 

Nunca saberia o que poderia vir a acontecer se eu não me permitisse arriscar. E não é como se eu tivesse mais alguma coisa a perder mesmo.

Como se pudesse ler meus pensamentos, o estranho deu alguns passos até parar​ a minha frente e estendeu sua mão em minha direção. Ainda hesitante, depositei timidamente minha mão tremula sob a sua, e quando seus dedos longos e firmes se fecharam sob a mesma, um calor estranho percorreu desde a palma de minha mão até o pulso. Uma sensação incomum  tomou conta de mim, como se afirmasse que eu poderia confiar minha vida a esse homem, mesmo que mal o conhecesse.

-Eu sou Guilherme Amaral, mas pode me chamar de Guilherme ou Gui, como quiser. -ele deu de ombros e usando a mesma mão que ainda segurava, ajudou-me a levantar do chão. 

Quando já estava de pé, cambaleei para frente com um pouco de falta de equilíbrio, porém antes que eu pudesse vir a cair, o tal Guilherme puxou-me para mais perto me envolvendo em um abraço. Um tanto constrangida com a ação, não retribuí o ato, contudo por algum motivo oculto que desconheço, também não saí de perto e me deixei ser abraçada.

-Obrigada por confiar em mim. Farei de tudo para não falhar com você. -ele sussurrou em meu ouvido.

 -ele sussurrou em meu ouvido

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Hi, people! Saudações terráqueos, tudo bem por ? O que estão achando? Não esqueça de deixar sua estrelinha e seu comentário, tá bem?

Então é isso. Que a força esteja com você ;)

Beijos borrocados de batom 😘😘

Como eu vim parar aqui -DegustaçãoWhere stories live. Discover now